Beggar’s Opera – Act One [1970]

Beggar’s Opera – Act One [1970]
Por Diego Camargo (Publicado originalmente no site Progshine)
 
Um dos melhores e obscuros grupos da Escócia tem, em seu clássico disco Act One, um dos pilares de sustentação do progressivo daquele país. Formado em 1969, o Beggar’s Opera contava na sua formação com Martin Griffiths (voz), Alan Park (órgão), Raymond Wilson (bateria), Ricky Gardiner (guitarra) e Marshal Erksine (baixo). Act One, disco de estreia, foi lançado em 1970 pelo selo Vertigo.
O álbum abre com “Poet And Pesant” com teclado percussivo e muito embalo. Uma espécie de trilha sonora de filme mudo de aventura. Impossível não se render. O vocal de Martin Griffiths é muito bom, um timbre muito legal, um tanto grave. O som ora psicodélico, ora virtuoso, ora melódico, é bastante incomum e interessante. O órgão de Alan Park é outro achado. Sempre muito bem tocado e totalmente essencial, um belo diferencial.
“Passacaglia” é um tanto clássico de início, meio medieval. Os efeitos de voz junto com a melodia da guitarra ficaram perfeitos. Uma das melodias mais legais que ouvi! No meio, um pequeno e bem tocado solo de baixo. Na sequência, uma bela passagem instrumental de guitarra e uma certa pressa dos caras, quase uma música atrasada. Se na faixa de abertura quem dava as cartas era o órgão, aqui quem manda é a guitarra de Ricky Gardiner. Depois da loucura toda, voltamos ao sensacional tema da música. No fim o teclado volta a comandar. Igreja total!!
A mais curta do disco vem a seguir. “Memory” encerra o lado A e nem um pouco me lembra o que deveria ser a canção comercial do disco, aquela que deveria ser tocada na rádio. O que temos aqui é um instrumental apurado, melodias rebuscadas, wha no órgão, passagens de vocal e pausas sensacionais. Eu diria um clássico se fosse descoberto. Uma guitarra quase acústica e um baixo maravilhosamente bem tocado por Marshal Erksine. É tolice falar mais uma vez de Alan Park.
Contra-capa de Act One
O lado B foi deixado para as duas maiores canções. “Raymond’s Road” começa totalmente louca. Instrumental tipo trem passando sem ver pra onde vai com urgência de chegar ao destino. Tenho certeza que a melodia principal eu já ouvi em algum lugar. Só não consigo me lembrar de onde. Se alguém ouvir e souber, por favor, me avise. Acho que é um Best of de muitas melodias sensacionais, em cima de uma base ainda mais sensacional.
A bateria marcial de Raymond Wilson trabalhando perfeitamente ao lado do baixo e a guitarra sempre aparecendo sem dúvida do que deve ser feito, formam uma bela coletânea de psicodelia sem limites (a não ser os quase 12 minutos ao qual foi destinada).
Act One encerra-se com “Light Cavalry”. Essa é meio Cavalaria mesmo (como o nome diz). Mais uma vez, com uma série de melodias conhecidíssimas de todos. Tem uma série de bateria bem poderosa e uma melodia vocal excelente! Muito empolgante com variações climáticas até o final. Aliás, como em praticamente todo o disco.
Esse disco é um álbum quase-psicodélico-progressivo. O timbre dominante do órgão faz com que isso se torne ainda mais claro, mas não deixa de ser uma boa audição!
A versão original lançada pela Vertigo

 

Track list
1. Poet And Pesant
2. Passacaglia
3. Memory
4. Raymond’s Road
5. Light Cavalry

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