Cinco Discos Para Conhecer: Neal Schon

Cinco Discos Para Conhecer: Neal Schon
Por João Renato Alves
Quando falamos nos melhores guitarristas da história do Rock, poucos lembrarão de Neal Schon. Mas esse norte-americano já mostrou várias vezes um senso melódico diferenciado e capacidade ímpar de composição. Especialmente quando se aventura pelos lados do Hard Rock/AOR, estilos que ajudou a difundir desde o final dos anos 1970. Portanto, aqui está uma lista com cinco trabalhos indispensáveis de sua carreira.
Journey – Frontiers [1983]
O Journey já era uma banda respeitada e com muito sucesso na cena roqueira norte-americana, mas o passo decisivo para a consagração mundial aconteceu em Frontiers, lançado em 1983, que transformou os músicos em verdadeiros popstars mundiais. Além do já previsível sucesso em seu país, o grupo alcançou sua posição mais alta na parada britânica, ficando com o sexto lugar. Ao mesmo tempo, o êxito comercial sem precedentes fez com que uma guerra de egos surgisse, causando um racha interno, tendo Neal Schon e Steve Perry como principais protagonistas na disputa pelos holofotes. Difícil destacar algum momento, mas não há como deixar de falar de “Separate Ways (World Apart)”, maior hit da carreira do grupo, que abre o play. As ótimas “Chain Reaction” e “Edge of the Blade” também se sobressaem. Na hora de fazer baladas, o quinteto mostra ser especialista, com as excepcionais “Send Her My Love” e “Faithfully”, duas das mais lembradas pelos fãs quando o assunto são as músicas lentas. Indispensável em qualquer coleção! Tão importante que até nome de gravadora inspirou.

1. Separate Ways (Worlds Apart)

2. Send Her My Love
3. Chain Reaction
4. After the Fall
5. Faithfully
6. Edge of the Blade
7. Troubled Child
8. Back Talk
9. Frontiers
10. Rubicon
Formação: Steve Perry (vocais); Neal Schon (guitarras); Ross Valory (baixo); Jonathan Cain (teclados); Steve Smith (bateria)

HSAS – Through the Fire [1984]
Tirando umas férias do Journey para acalmar os ânimos, Neal convidou Sammy Hagar para um projeto paralelo. Após alguns testes, completaram o line-up o baixista Kenny Aaronson (Dust, West Bruce and Laing, Foghat) e o baterista Michael Shrieve (Santana, Pat Thrall). Through the Fire tem a peculiaridade de ter sido gravado ao vivo, nos dias 14 e 15 de novembro de 1983, em San Jose, California. O barulho da plateia foi removido em estúdio, mas existe um especial gravado pela MTV que mostrou as apresentações mantendo o som da audiência. Misturando o senso melódico de Schon com a pegada rocker de Hagar, o álbum traz grande momentos, como na ótima “Missing You”, que resume o trabalho proposto em seus quatro minutos e meio. “Valley of the Kings”, “Hot and Dirty” e “My Home Town” também merecem destaques. E ,apesar de naquela época não ser algo tão comum quanto hoje em dia, os caras fizeram um cover para “Whiter Shade of Pale”, do Procol Harum. Basta dar uma pequena garimpada na net que você verá quantos artistas já regravaram essa canção. Mesmo assim, a versão aqui executada é bem agradável.
1. Top of the Rock
2. Missing You
3. Animation
4. Valley of the Kings
5. Giza
6. Whiter Shade of Pale
7. Hot and Dirty
8. He Will Understand
9. My Home Town

Formação: Sammy Hagar (vocais); Neal Schon (guitarra); Kenny Aaronson (baixo); Michael Shrieve (bateria)
Bad English – Bad English [1989]
Ainda em busca de paz após a acidentada tentativa de retomar o Journey, Neal fortaleceu sua parceria com o tecladista Jonathan Cain. Se os dois não estavam em condições de tocar com a banda principal, o negócio foi criar outro projeto. Sendo assim, chamaram o vocalista John Waite (The Babys) e formaram uma sensacional cozinha, com Ricky Phillips e Deen Castronovo. Assim estava formado o Bad English, que estreou com força total, lançando um verdadeiro petardo, produzido pelo sempre fenomenal Richie Zito. Nada menos que seis singles foram retirados do álbum. O mais bem sucedido foi a balada “When I See You Smile”, que chegou ao número um nos Estados Unidos. Entretanto, todas os outras merecem destaque, com citação especial para a poderosa “Forget Me Not”, além das alegres “Best of What I Got” e “Heaven Is a 4 Letter Word”, dobradinha que abre o play. Entre as menos conhecidas, vale a pena ouvir “Tough Times Don’t Last”, com sua ótima letra. O grupo ainda lançou mais um disco antes de encerrar atividades.
1. Best of What I Got
2. Heaven Is a 4 Letter Word
3. Possession
4. Forget Me Not
5. When I See You Smile
6. Tough Times Don’t Last
7. Ghost in Your Heart
8. Price of Love
9. Ready When You Are
10. Lay Down
11. The Restless Ones
12. Rockin’ Horse
13. Don’t Walk Away
Formação: John Waite (vocais); Neal Schon (guitarras); Jonathan Cain (teclados); Ricky Phillips (baixo); Deen Castronovo (bateria)

Hardline – Double Eclipse [1992]
Por Igor Miranda
O Hardline foi formado no comecinho dos anos 90 pela união de Neal Schon, que estava “de férias” do Journey desde 1987, com Johnny e Joey Gioeli, seus concunhados. Os irmãos já tentavam o sucesso com a banda Brunette, que ganhou uma demo de cinco faixas com produção de Dana Strum (Vinnie Vincent Invasion, Slaughter), mas se desmanchou antes de gravarem um full-length. Schon, inicialmente, seria o produtor do debut dos caras, que já contava com os irmãos, Todd Jensen (ex-Sequel e futuro Alice Cooper) no baixo e Deen Castronovo (ex-Cacophony e Bad English, futuro Journey) na bateria. No entanto, se divertiu tanto com os caras que decidiu tomar posse da guitarra solo e, ao mesmo tempo, produzir o play. “Double Eclipse” chegou às prateleiras em abril de 1992 e, como era previsível, não fez o sucesso que merecia, por ter sido lançado após a dominação do gênero alternativo nas paradas, principalmente americanas. O play vendeu modestamente, obtendo um singelo disco de ouro, e os singles “Hot Cherie” e “Takin’ Me Down” chegaram às posições de 25 e 37 nos charts da terra do Tio Sam, respectivamente. Hard de primeira categoria, que investe no peso mas sem perder a essência ou descambar para o Heavy Metal. Além das já citadas, destacam-se as pauleiras “Life’s a Bitch ” e “Bad Taste”, a radiofônica “Dr. Love” e, por incrível que pareça, as incríveis baladas “Change Of Heart”, “I’ll Be There” e “Can’t Find My Way”.
1. Life’s a Bitch
2. Dr. Love
3. Rhythm From a Red Car
4. Change of Heart
5. Everything
6. Takin’ Me Down
7. Hot Cherie
8. Bad Taste
9. Can’t Find My Way
10. I’ll Be There
11. 31-91
12. In the Hands of Time

Formação: Johnny Gioeli (vocais); Neal Schon (guitarra solo); Joey Gioeli (guitarra base); Todd Jensen (baixo); Deen Castronovo (bateria)
Soul SirkUS – World Play [2004]
A ideia inicial do Soul SirkUS surgiu no projeto Planet US, o mesmo que daria origem ao Chickenfoot. Nesse grupo, Neal se reuniria com Sammy Hagar, levando Deen Castronovo. Do outro lado, o vocalista trazia Michael Anthony além de adicionar Joe Satriani à escalação um tempo depois. Infelizmente a banda não foi adiante, o que frustrou muito Schon. O jeito foi reaproveitar os fragmentos de música que já tinha composto de outra forma. Foi aí que Jeff Scott Soto cruzou seu caminho. Para completar o time, o experiente Marco Mendoza, então baixista do Whitesnake e do Thin Lizzy. Com essa formação, gravaram World Play, único álbum do grupo. Logo em seguida, Castronovo ficou doente e foi proibido pelos médicos de entrar em turnê. A solução foi chamar Virgil Donati para ocupar o posto. Neal se empolgou com a técnica do novo baterista e decidiu regravar o trabalho, acrescentando novas faixas. Quem curte um Hard Rock de qualidade não pode deixar de conferir cacetadas certeiras como “Highest Ground”, “New Position” e a fantástica “My Sanctuary”. O trabalho em conjunto levou Soto ao Journey, o que não acabou sendo proveitoso para ninguém e desfez uma parceria promissora.

1. Highest Ground
2. New Position
3. Another World
4. Soul Goes On
5. Alive
6. Peephole
7. Abailar To Mundo
8. Periled Divide
9. Praise
10. My Sanctuary
11. Friends 2 Lovers
12. Coming Home
13. My Love, My Friend
14. Close The Door
15. James Brown

Formação: Jeff Scott Soto (vocais); Neal Schon (guitarra); Marco Mendoza (baixo); Deen Castronovo (bateria); Virgil Donati (bateria)

Um comentário em “Cinco Discos Para Conhecer: Neal Schon

Deixe um comentário para Davi Pascale Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.