Discografias Comentadas: Neil Young – Parte IV

Discografias Comentadas: Neil Young – Parte IV



Por Micael Machado

Após a turnê com o Pearl Jam, Neil Young voltou a unir-se ao Crazy Horse para dar continuidade à sua carreira solo, da qual terminamos nossa análise nesta edição. Mas, antes de lançar um novo disco próprio, havia ainda um outro compromisso no caminho do músico canadense. 

Dead Man [1996]

A trilha sonora do filme de mesmo nome, dirigido por Jim Jarmusch e estrelado por Gary Farmer e Johnny Depp (no papel de William Blake, o famoso místico, poeta e pintor do século XIX), possui seis faixas interpretadas por Neil em sua guitarra, com os nomes de “Guitar Solo, No. 1” até “Guitar Solo, No. 6”, e uma sétima em que o músico usa um órgão (e que leva o nome de “Organ Solo“). Não há vocais nestas faixas, apenas Young improvisando livremente em seus instrumentos, e com um mínimo de distorções. São músicas incidentais feitas para interagir com as imagens, e, como em muitas trilhas sonoras deste tipo, as canções acabam sendo bastante difíceis de ouvir separadas do filme. Mesmo assim, os solos No. 2 e No. 5 (este com quase quinze minutos) podem despertar algum interesse aos já iniciados na obra do bardo canadense. Completam o disco seis outras faixas, com diálogos do filme e trechos de poemas de Blake lidos por Johnny Depp, com a música incidental de Young ao fundo. Indicado apenas para completistas, pois se trata de um disco bastante dispensável.
Broken Arrow [1996]
Este álbum me lembra Ragged Glory (1990) por diversas razões. Os dois contam com o Crazy Horse como banda de apoio, são voltados para rocks guiados pelas guitarras (“This Town” e a meio country “Changing Highways”), tem longas faixas onde os solos alucinados são o destaque (os sete minutos e meio de “Big Time“, os quase dez da viajante “Loose Change“, e os oito minutos e meio da maravilhosa “Slip Away“) e se encerram com uma faixa ao vivo (os oito minutos de “Baby What You Want Me to Do”, cover de Jimmy Reed, que intencionalmente soa como se fosse tirada de um bootleg). Além disso, a edição em vinil (e o single para “Big Time”) contam com uma faixa que é sobra das gravações daquele álbum, a acústica “Interstate” (de seis minutos e meio). “Scattered (Let’s Think About Livin’)” (e seu fantástico refrão) e “Music Arcade” (uma das melhores baladas da carreira de Neil) fecham o track list de Broken Arrow, cuja turnê também rendeu um álbum duplo ao vivo (Year of the Horse, de 1997), que também foi lançado em vídeo, com várias entrevistas com os músicos e faixas diferentes das que estão no CD. Um lançamento tão bom quanto o disco de seis anos antes! Em 1999, Young se reuniu a seus velhos companheiros do Crosby, Stills and Nash, gravando com eles o álbum Looking Forward, no mesmo ano, e excursionando com o grupo no ano seguinte.
Silver & Gold [2000]

Após quatro anos ausente de sua carreira solo (seu maior período até hoje), e depois de vários álbuns elétricos, Young reassume o lado acústico presente em Harvest Moon (1992) e em diversos discos dos anos 70, e durante quatro meses de 1998 gravou um belo álbum de “voz e violão”, ao lado do velho parceiro Ben Keith na pedal steel guitar, Spooner Oldham no piano, Donald “Duck” Dunn no baixo e Jim Keltner na bateria (exceto pela excelente “Buffalo Springfield Again”, canção saudosista onde o cantor devaneia sobre a possibilidade de tocar novamente com seu antigo grupo, e “The Great Divide”, que foram gravadas em 1999, contando com Oscar Butterworth na bateria). Os maiores destaques vão para a faixa título, “Good To See You”, “Distant Camera”, a já citada “Buffalo Springfield Again” e “Daddy Went Walkin’”, que tem uma letra bastante emocionante. As demais canções (“Horseshoe Man”, “Red Sun”, os quase sete minutos de “Razor Love” e “Without Rings”) ajudam a compor um dos mais calmos e tranquilos discos de Young, e um dos melhores desse estilo em sua carreira. Ainda em 2000, seria lançado o ao vivo Road Rock Vol. 1, creditado a Neil Young, Friends and Relatives, e gravado em diversos shows ao longo do ano, que apresenta a inédita “Fool for Your Love” e uma versão para “All Along the Watchtower”, de Bob Dylan, com a participação de Chrissie Hynde, guitarrista e vocalista dos Pretenders. Um vídeo com o título de Red Rocks Live também chegou ao mercado nesse ano, mas, apesar da mesma capa, não apresenta o mesmo áudio que o CD. Em 2001, Young se apresentou pela primeira (e, até agora, única) vez no Brasil, na terceira edição do Rock In Rio, felizmente acompanhado do Crazy Horse, em um dos melhores shows que já passaram por essas bandas

Are You Passionate? [2002]

Neil Young resolveu registrar um disco de Soul music, e, para tanto, uniu-se a três músicos dos lendários Booker T. & the M.G.’s (o próprio Booket T. Jones no órgão e vocais, Duck Dunn no baixo e vocais e Steve Potts na bateria) e registrou um álbum que não se parece com nada que tenha sido feito por ele anteriormente, e um dos que menos me agradam em sua longa carreira. As canções de estilo tão diferentes do que eu esperava não caíram no meu gosto pessoal, e, com alguma boa vontade, posso recomendar “She’s a Healer”, “When I Hold You in My Arms” e “(Quit) Don’t Say You Love Me” (a melhorzinha das três, mas que seria melhor se fosse mais curta), sendo que a faixa título é para mim uma das piores composições já gravadas por Young. A única canção realmente indispensável é “Goin’ Home“, quase nove minutos de um rockão pegado gravado ao lado do Crazy Horse, sendo que “Let’s Roll” também não chega a fazer feio (sendo esta canção um manifesto de Young sobre os atentados de 11 de setembro de 2001, e cujo título teria sido uma frase de um dos passageiros que ajudaram a derrubar o avião do voo United 93, sendo a letra escrita do ponto de vista dos passageiros que estavam naquela aeronave – vale lembrar que Young participou em 2001 do show beneficente America: A Tribute to Heroes, que saiu em CD, interpretando “Imagine“, de John Lennon, em uma versão inédita presente apenas neste lançamento). Completam o track list de Are You Passionate? as músicas “You’re My Girl”, “Mr. Disappointment”, “Differently“, “Be With You” e “Two Old Friends”, sendo que a contracapa cita “Gateway Of Love”, música que acabou ficando de fora, embora tenha sido interpretada eventualmente por Neil durante a turnê de promoção. Certamente um dos menos interessantes discos de sua carreira, e, se descartarmos os lançamentos da famigerada “era Geffen”, com certeza este é o pior lançamento da discografia do canadense.
Neil Young ao piano, no concerto America: A Tribute to Heroes
Greendale [2003]

O primeiro (e até agora único) álbum conceitual gravado por Neil Young (na companhia de Billy Talbot e Ralph Molina do Crazy Horse, e curiosamente sem a participação do guitarrista Frank “Poncho” Sampedro), Greendale acompanha a triste saga da família Green, que é arrastada para uma tragédia pessoal em muito causada por omissões das autoridades e intervenções indevidas da mídia da fictícia cidade que dá nome ao álbum. Suas dez canções formam um álbum que sempre achei bastante atraente, mas que não consigo colocar dentre os destaques da discografia do músico canadense. As canções têm mais força pelo conjunto (e pela forma como se encaixam na história) do que por seus méritos individuais, mas, mesmo assim, a acústica “Bandit” (única balada do play) e as duas faixas de encerramento, as roqueiras “Sun Green” (com mais de doze minutos) e “Be the Rain” (com mais de nove) conseguem se destacar em um track list bastante regular. Outras duas músicas ultrapassam os dez minutos (“Carmichael”, um rock não muito agitado, e a interessante “Grandpa’s Interview”), enquanto a boa faixa de abertura, “Falling From Above“, beira os oito minutos. Ou seja, definitivamente, não é um álbum com grandes ambições comerciais, e que foi recebido sem unanimidades entre público e crítica, com alguns o aceitando muito bem e outros o acusando de ser um dos mais fracos registros de Neil. Além da edição em CD simples, Greendale foi também lançado em uma versão dupla com um DVD contendo uma apresentação solo de Young ao violão na Vicar Street, em Dublin, na Irlanda, onde ele interpreta todas as canções do disco entre explicações da história ao público. Depois, ainda saiu uma segunda edição, com o DVD da apresentação solo substituído por outro contendo um show com o Crazy Horse, onde também é executada a íntegra do álbum. Um filme (com atores dublando as vozes dos personagens sobre as músicas originais, e dirigido pelo próprio Neil Young, sob o pseudônimo Bernard Shakey) e uma história em quadrinhos também foram lançados com roteiros baseados na saga da família Green, sendo a primeira vez em que isso ocorreu com um disco do canadense. Ainda em 2003, saiu a coletânea Greatest Hits, a qual, como o nome indica, reúne diversas gravações do cantor pela Reprise, sem apresentar nenhuma faixa inédita.
Prairie Wind [2005] 
Young passou por uma cirurgia para tratar de um aneurisma cerebral em 2005, além de enfrentar o falecimento de seu pai no mesmo ano. Estas “confrontações” com a morte e a finitude da vida influenciaram as letras deste álbum, gravado por Neil ao lado dos constantes companheiros Ben Keith (dobro, pedal steel e slide guitar) e Spooner Oldham (piano e teclados), com a bateria dividida entre as faixas por Karl Himmel e Chad Cromwell, além de Rick Rosas no baixo e quase trinta outros músicos, entre cantores de apoio, convidados especiais (como o guitarrista Grant Boatwright em “It’s A Dream” e a cantora Emmylou Harris em três canções), metais e os membros da orquestra que participa em “Here For You” e a já citada “It’s A Dream”. Prairie Wind é mais um álbum de sonoridade acústica, na linha de Silver And Gold (2000), com músicas plácidas e calmas, ideais para ouvir em momentos de relaxamento. “No Wonder” (e seus quase seis minutos) é a única a apresentar trechos com guitarra elétrica, e “Far From Home”, “He Was The King” (outra homenagem de Young a Elvis Presley) e a faixa título (com quase oito minutos) têm a participação de metais. “When God Made Me” encerra o disco, com Neil ao piano e a participação do coral da Universidade de Fisk, e o track list é completado pelas baladas “The Painter”, “Fallin’ Off The Face Of The Earth”, “Here For You” e a bela “This Old Guitar”. Além da edição normal, existe uma outra com um interessante DVD bônus que acompanha todo o processo de gravação do álbum. Dois shows gravados em 18 e 19 de agosto de 2005 tiveram imagens adicionadas ao documentário Heart Of Gold, lançado em 2006, no qual os músicos falam sobre a gravação de Prairie Wind e todas as músicas do mesmo são apresentadas ao vivo, junto a outros clássicos da carreira do cantor, interpretados no formato acústico. 

Living With War [2006]

Após ver em um jornal uma matéria que tratava de aspectos da Guerra do Iraque, Young teve um “surto de inspiração” e compôs quatro músicas em seqüência tratando sobre este tema, segundo sua opinião. Em apenas nove dias, o canadense tinha composto e gravado dez canções tratando apenas sobre este assunto, criticando (e muito) a postura da administração George W. Bush com relação a este assunto, chegando ao ápice (liricamente) nas faixas “Let’s Impeach The President” (que abre com o tema de “O Silêncio”, e relata os motivos pelos quais o então mandatário dos EUA deveria ser retirado do posto de presidente, na visão de Young e de muitos americanos à época, e que usa trechos de discursos do próprio Bush para reforçar as acusações) e “Lookin’ For A Leader”, onde o músico faz referências a Hillary Clinton e ao atual presidente americano Barack Obama como possíveis novos líderes do país na frase “Maybe it´s a woman, or a black man after all” (Obama é nominalmente citado em outro trecho, onde Young afirma que “acho que ele é muito jovem para isso”). O álbum foi lançado primeiro na internet, na forma de streaming, quase um mês antes de estar disponível nas lojas. Musicalmente, Living With War é outro álbum guiado pelas guitarras, com uma produção até um pouco crua para os padrões atuais, e, em seus pouco mais de quarenta minutos, se destacam as duas faixas já citadas, “Flags Of Freedom” (um pouco mais calma e com jeito de hino, sendo para mim a melhor música do play), a faixa título e a abertura com “After The Garden”. Acompanham Young no álbum os músicos Rick Rosas no baixo, Chad Cromwell na bateria e Tommy Bray no trompete (dando um clima meio mariachi a diversas canções), além de um coral de cem vozes, que participa em quase todas as faixas e executa sem a presença de outros instrumentos “America The Beautiful”, uma canção patriota americana que encerra o disco. Completam o track list “The Restless Consumer”, “Shock And Awe”, “Families” e “Roger And Out”, a mais calma de todas, sem chegar a ser uma balada. Ainda em 2006 seria lançada uma versão sem a participação do coro de vozes, com uma produção ainda mais crua, chamada Living With War: “In the Beginning”, e que, para mim, soa melhor do que o disco “oficial”, pois as músicas ficaram com uma cara mais “anos 70”, especialmente “Flags Of Freedom” (ainda melhor aqui) e “Shock And Awe”, que não tem um grande destaque na primeira versão, mas aqui soa como que saída de Tonight’s The Night ou Zuma. Esta nova edição ainda possui uma versão com um DVD bônus, com vídeos dirigidos por Young, usando diversas imagens relacionadas à Guerra do Iraque para ilustrar as músicas.

Chrome Dreams II [2007] 

Chrome Dreams é o nome de um disco de Young que deveria ter sido lançado em 1977, mas acabou sendo arquivado (com o tempo, algumas músicas que ele deveria conter acabaram sendo regravadas para diversos álbuns do canadense, e hoje várias versões para este registro existem na forma de bootlegs). Chrome Dreams II seria a sequência para aquele álbum, aproveitando antigas composições de Neil Young e outras desenvolvidas especialmente para este lançamento. Com suas músicas variando entre estilos que sempre apareceram na obra do bardo canadense, minhas favoritas são a bela balada “Shining Light” e as roqueiras e distorcidas “Spirit Road” e “Dirty Old Man”, mas não dá para deixar de citar os mais de dezoito minutos de “Ordinary People”, que é uma sobra das sessões de Freedom, com participação de um sexteto de metais (inclusive solando) e muitos solos da guitarra de Young, em uma das mais diferentes faixas já gravadas pelo canadense, e os mais de quatorze minutos de “No Hidden Path”, outra música guiada pelas guitarras e seus solos. A balada “Ever After” e a caipira “Boxcar” (outra sobra de estúdio, desta vez de Times Square, outro álbum não lançado pelo canadense, arquivado em favor do já citado Freedom, de 1989) apresentam os elementos country tão tradicionais à obra de Young. A balada acústica “Beautiful Bluebird” também é uma sobra, no caso do não lançado Old Ways original (de 1983). Outra balada, “The Believer”, e “The Way” (que parece saída de Are You Passionate?), completam o track list de Chrome Dreams II, que foi gravado ao lado de Ben Keith na pedal steel guitar e teclados, Rick Rosas no baixo e Ralph Molina na bateria, além de outras quase vinte pessoas nos vocais (incluídos os membros do The Young People’s Chorus of New York City, que participam de “The Way”), e o já citado sexteto de metais em “Ordinary People” (que foi gravada com outro line up, que tem Frank “Poncho” Sampedro na guitarra, Rick Rosas no baixo e Chad Cromwell na bateria). Mais um álbum regular do canadense, mas bastante interessante, que também saiu em uma versão com um DVD bônus, contendo o áudio das músicas mixado em alta resolução. Ainda em 2007, Young participou do álbum Goin’ Home: A Tribute to Fats Domino, com sua versão de “Walking to New Orleans“.

Neil Young ao vivo em 2009


Fork in the Road [2009]

Fork In The Road foi inspirado pela transformação feita no carro de Young, um modelo Lincoln Continental, para que o mesmo pudesse rodar com energia elétrica. A partir daí, Neil desenvolveu dez curtas canções com a mesma temática (carros, viagens, a vida na estrada), como se pode perceber pelos títulos de faixas como a bluesy “Behind The Wheel”, a bela balada “Off The Road” (com elementos que lembram o Velvet Underground), a marcada “Hit The Road” e a própria faixa título (a única a passar dos cinco minutos). Com um estilo musical semelhante a discos como re-ac-tor, Living With War ou mesmo o lado rock de Trans (aqui sem os elementos eletrônicos deste), as guitarras comandam um álbum apenas regular, onde se destacam a agitada “Johnny Magic” e as baladas “Just Singing A Song” e “Light A Candle” (a única conduzida pelo violão). Completam o track list as roqueiras “When Worlds Collide”, “Fuel Line” e “Cough Up The Bucks”. Participaram das gravações Ben Keith na lap steel guitar e teclados, Anthony Crawford nos teclados e guitarras, Rick Rosas no baixo, Chad Cromwell na bateria e a esposa de Young, Pegi, nos vocais, vibrafone e violões. Além da edição normal, existe outra com um DVD bônus, com todas as faixas mixadas em áudio 5.1, e três curiosos clipes registrados através de um celular (para “Fork In The Road”, “Just Singing a Song” e “Light A Candle”), além de uma excelente versão ao vivo de quase oito minutos para “A Day In A Life”, dos Beatles, registrada em 2008 em Calgary, no Canadá.


Le Noise [2010]

Neil Young já provou ao longo dos anos (e de centenas de shows solo) que pode fazer músicas muito agradáveis acompanhado apenas de seus violões. E quando ele troca os mesmos por guitarras, será que o resultado é o mesmo? A resposta está neste álbum, produzido pelo famoso Daniel Lanois, e, infelizmente, não é positiva. Gravado apenas por Young e seus instrumentos (além de vários efeitos de estúdio), a fórmula até funciona bem em partes de “Angry World” e “Walk With Me”, mas os diversos efeitos de ecos no som da guitarra (presentes também nas vozes de “Sign Of Love”) acabam estragando a “magia” das composições, embora alguns talvez gostem das “viagens sonoras” que eles proporcionam. “Hitchhiker” (composta na época de Harvest Moon, de 1992), que não usa estes efeitos, acaba sendo um destaque, ao lado dos mais de sete minutos de “Peaceful Valley Boulevard” e da bela “Love And War”, ambas com a inevitável fórmula “voz e violão” que tantas vezes antes já funcionou na carreira do canadense. O track list é completado por “Someone’s Gonna Rescue You” e “Rumblin’”, e os menos de quarenta minutos do álbum podem soar estranhos e incompreensíveis de início, mas dê uma chance a estas canções e você irá perceber que, mesmo elas estando longe dos melhores momentos do bardo canadense, pode sim ser agradável ouvi-las. Um filme com Neil interpretando as canções do álbum chegou a ser lançado, estando disponível aqui para quem desejar assistir.
Neil Young dando uma palestra durante o Festival SWU, no Brasil, em 2011
Em 2006, foi lançado o disco ao vivo Live At The Fillmore East 1970, o primeiro lançamento (embora cronologicamente seja o terceiro) de uma série chamada “Neil Young’s Archives Performance Series”, que continuou em 2007 com Live At Massey Hall 1971, 2008 com Sugar Mountain – Live at Canterbury House 1968, 2009 com o já citado Dreamin’ Man Live ’92, 2011 com o também citado A Treasure, e um outro item, Live at the Riverboat 1969, lançado como parte do indescritível box set Archives Vol. 1, lançado em 2009 com formatos e conteúdos diferentes (10 Blu-rays – o mais completo -, 10 DVDs ou 8 CDs). Outros lançamentos dos arquivos do canadense ainda são aguardados, devendo aparecer no mercado no devido tempo.

Em 2011, Neil Young esteve pela segunda vez no Brasil, mas não para se apresentar, e sim para discursar no festival SWU, tratando sobre a necessidade de preservação do meio-ambiente e suas preocupações com o futuro do planeta, tema constante em suas letras desde os anos 70.


Le noise é, até aqui, o mais recente lançamento de Young, mas o músico anunciou em janeiro deste ano já ter um novo álbum gravado junto ao Crazy Horse (o primeiro desde Greendale, de 2003, sendo composto por versões de clássicos da música folk dos Estados Unidos, devendo se chamar “Americana”, e ser lançado em 05 de junho deste ano), além de já estar trabalhando em um novo registro. Resta-nos aguardar que caminhos o imprevisível bardo canadense tomará daqui por diante em sua carreira.

10 comentários sobre “Discografias Comentadas: Neil Young – Parte IV

  1. Parabéns, Micael!!!
    Tanto pelo fôlego quanto pela paciência. Apresentar para nós toda a discografia oficial do Neil Young é um grande presente que nos deu. E tenho certeza de que o seu conhecimento roqueiro ficou bem mais sofisticado. Fico muito grato.

  2. Grato fico eu pelas suas palavras e pela honra de ter você como leitor, Gaspa!

    Neil Young já me acompanha nessa vida de "roqueiro" há algum tempo, mas passei a dar mesmo mais atenção ao bardo canadense depois de o Pearl Jam o idolatrar publicamente. Então, em último caso, o verdadeiro responsável por esta discografia existir é o Pearl Jam, que me fez o favor de abrir os olhos para o trabalho de Neil. Valeu, PJ!

  3. Primeiramente parabéns ao Micael pela paciência em nos mostrar essa longa discografia, da qual eu conheço muito pouco, e desse pouco gosto de quase nada.
    A constante citação da duração das músicas de Neil Young (mais de sete minutos, mais de dez minutos, etc etc) poderia me levar a ouvir os discos, mas do que eu já ouvi, não tenho paciência para as "inspirações improvisonais" de Young. Um dia talvez eu abra a mente para esse grande nome do rock canadense, mas por enquanto, do Canadá eu sigo ouvindo a The Band

  4. É claro que uma discografia tão grande tem seus altos e baixos, mas dá para separar pelo menos meia dúzia de álbuns fundamentais na obra do Neil Young, o que é bem mais do que muito artista badalado pode mostrar em seu currículo. De toda forma, Mairon, espero que você não resuma um país tão repleto de bom rock roll apenas na The Band.

  5. Marco, cito mais 9 grandes bandas/artistas do Canadá que prefiro em relação a Neil Young:

    Rush, Moxy, Triumph, Leonard Cohen, Joni Mitchell, Guess Who, Voivod e BTO

    Canadá é um país excelente para se procurar obscuridades tb, com destaque para A Foot in Coldwater, Five Man Electrical Band e Parachute Club

  6. Você disse "mais 9 bandas" mas citou 8, Mairon. Vou completar então com o Sparrows, que ao se basear em Los Angeles mudou o nome para Steppenwolf (dos 6 integrantes, 5 eram do Sparrows). Se formos listar as bandas obscuras canadenses que valem a pena, este blog vai ficar pequeno, hehe…

  7. Principalmente o John Kay, o cérebro do Steppenwolf.

    Ratiada total, mas a minha nona banda/artista naquela lista era o Exciter. Pensei no nome mas não digitei, hehehe

  8. No site som comecei a ouvir o Harvest, já que sempre gostei do que ouvi mas nunca peguei um disco dele. Já emendei o On The Beach e o Everyboby knows its nowwhere. Também lindos e fabulosos. No meio disso procurei a discografia comentada para me guiar cai aqui. Muito o blog e textos. Parabéns.

  9. Parabéns pela ótima discografia comentada. Já escuto Neil Young há tempo, mas lendo aqui no blog, parece que ainda falta eu conhecer muitos albuns. E que bom! Neil young nunca é demais e mesmo naqueles albuns mais fracos se encontra alguma boa música.
    Parabens pela dedicaçao e pelo texto.

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