Cinco Discos Para Conhecer: MTV Unplugged

Cinco Discos Para Conhecer: MTV Unplugged


Por João Renato Alves (publicado originalmente no blog Van do Halen)

O MTV Unplugged contou com várias apresentações em toda a sua história. Muitas delas foram lançadas em áudio e vídeo. No Brasil, então, o negócio virou carne de vaca total. Basta ver que boa parte dos artistas populares possuem um lançamento no formato. Mas citaremos aqui alguns momentos que valem ser relembrados dessa ideia muito bem sacada. Como normalmente essas produções contam com mais do que uma simples banda, desta vez omitiremos os line-ups para não ocupar muito espaço.
Eric Clapton – Unplugged [1992]
A participação do deus da guitarra no programa redefiniu parâmetros e foi um sucesso de público e crítica, rendendo seis prêmios Grammy na cerimônia do ano posterior. Estava aberta a nova mina de ouro tanto para outros artistas quanto para o próprio canal. Clapton também colaborou, matando a pau com um belíssimo espetáculo, mostrando toda sua classe da maneira mais pura possível. Com um cenário sóbrio, sem muita parafernália, tornou-se o centro das atenções e correspondeu ao que a plateia esperava. Sem dúvida, um dos momentos definitivos acontece em “Layla”, que foi rearranjada para a ocasião. O êxito foi tão grande, que em turnês futuras a nova versão seguiu sendo utilizada, para desespero de parte dos fãs. Acertadamente, Eric deixa de lado alguns sons que poderiam ter rendido no formato, mas que soariam muito óbvias. Como o momento ainda era de luto, privilegiou “Tears In Heaven”, que ganhou contornos ainda mais melancólicos. Imperdível para fãs, não fãs e totais desconhecedores da obra do homem.
1. Signe
2. Before You Accuse Me
3. Hey Hey
4. Tears In Heaven
5. Lonely Stranger
6. Nobody Knows You When You’re Down And Out
7. Layla
8. Running On Faith
9. Walkin’ Blues
10. Alberta
12. Malted Milk
13. Old Love
14. Rollin’ & Tumblin’ 
Jimmy Page & Robert Plant – No Quarter [1994]
Durante muito tempo se esperou por esse momento. Lógico que os fãs aguardavam uma participação de John Paul Jones, mas Page e Plant fizeram questão de deixar claro que aquilo não se tratava de uma reunião do Led Zeppelin. Tanto que o subtítulo do álbum é justamente “Unledded”. O trabalho mostra muito bem a maturidade alcançada pelos dois enquanto estiveram separados. De certo modo, alguns experimentos presentes, com a predominância de sonoridades do norte da África, podem assustar os mais conservadores. Contudo, não soam totalmente estranho aos ouvidos de quem já se acostumou com a excentricidade e o pioneirismo de quem mudou a cara da música. Faixas inéditas como “Yallah”, juntam-se aos bons e velhos clássicos, com destaque para a sempre emocionante “Thank You” e uma inspirada performance em “Gallows Pole”. O trabalho foi tão bem sucedido que acabou rendendo uma turnê, que também contava com sons elétricos e passou pelo Brasil no festival Hollywood Rock de 1996. Na sequência, a dupla ainda faria mais um álbum juntos, Walking Into Clarksdale. Hoje cada um segue o seu caminho, embora uma reunião do Led Zeppelin siga sendo especulada. Mas muito não aconteceria nessa história não fosse por No Quarter.
1. Nobody’s Fault But Mine
2. Thank You
3. No Quarter
4. Friends
5. Yallah
6. City Don’t Cry
7. Since I’ve Been Loving You
8. The Battle of Evermore
9. Wonderful One
10. That’s the Way
11. Gallows Pole
12. Four Sticks
Kiss – MTV Unplugged [1996]
O que uma das bandas mais elétricas da história poderia fazer em formato acústico? O Kiss respondeu à pergunta com categoria, simplificando a coisa e oferecendo um dos mais memoráveis momentos do programa em sua história. Optando por um set list pouco óbvio, com direito a resgates inesperados, o grupo conseguiu até mesmo melhorar algumas de suas imortais canções. A performance de Paul Stanley é simplesmente uma das melhores de toda sua carreira, com destaque especial para “I Still Love You”, onde o Starchild parece ter incorporado um espírito superior, colocando a alma nas cordas vocais. Entretanto, o grande momento do show acontece quando Bruce Kulick e Eric Singer deixam o palco para a entrada de Ace Frehley e Peter Criss. Pela primeira vez em mais de quinze anos a formação original estava reunida, mandando ver em dois sons, com destaque para a interpretação singular de “Beth”. No final, os seis juntos celebram a ocasião, fechando a apresentação com mais duas músicas, incluindo o hino “Rock and Roll All Nite”. Estava colocada a pedra fundamental para a inevitável reunião que aconteceria a seguir, gerando uma das mais bem-sucedidas turnês da história do rock.
1. Comin’ Home
2. Plaster Caster
3. Goin’ Blind
4. Do You Love Me
5. Domino
6. Sure Know Something
7. A World Without Heroes
8. Rock Bottom
9. See You Tonight
10. I Still Love You
11. Every Time I Look at You
13. Beth
14. Nothin’ to Lose
15. Rock And Roll All Nite 
Alice In Chains – MTV Unplugged [1996]
Talvez nenhuma outra banda de sua geração se encaixaria melhor ao que um unplugged pode oferecer. O Alice In Chains mergulhou fundo no lado mais obscuro de sua sempre obscura música. O resultado foi tão bom quanto esperavam os fãs. A habilidade de Jerry Cantrell é elevada a outro patamar, enquanto Layne Staley pode oferecer uma visão diferente de seus vocais, que tomam a linha de frente, sem precisar competir com as distorções. De certa forma, podemos dizer que o vocalista expressa uma dor e abandono que funcionaram como uma forma de despedida não-oficial para quem partiria deste mundo alguns anos mais tarde. Sem muitas surpresas, o set conta com destaques para “Down In A Hole”, “Heaven Beside You” (gosto de fossa total) e “Over Now”. Um fato curioso da gravação do programa foi a primeira aparição pública do Metallica com seu então novo visual, o que gerou uma zoação de Mike Inez em frases escritas em seu baixo. Como escrito por um crítico à época do lançamento deste álbum, o Nirvana e o Pearl Jam podem ser as maiores bandas a emergir da cena Grunge. Mas o Alice In Chains é a melhor!
1. Nutshell
2. Brother
3. No Excuses
4. Sludge Factory
5. Down In A Hole
6. Angry Chair
7. Rooster
8. Got Me Wrong
9. Heaven Beside You
10. Would?
11. Frogs
12. Over Now
13. The Killer Is Me 
Titãs – Acústico MTV [1997]
O representante nacional da lista. Para muitos fãs, foi aqui que o Titãs abandonou o Rock de vez – e, consequentemente, foi abandonado pelos mesmos graças à “traição”. Realmente, esse álbum pode ser considerado um marco. Afinal de contas, foi através do Acústico MTV que a banda alcançou um público mais diversificado, tocando para uma audiência formada por ouvintes de FMs popularescas. O fato é que, independente das críticas, o trabalho é muito bem feito, dando um belo resumo dos vinte anos de carreira da banda até ali. Contando com vários convidados especiais, o disco obteve uma vendagem muito acima de toda a discografia do grupo, ultrapassando os dois milhões de cópias apenas no primeiro ano. Além dos clássicos e inéditas, o Titãs resgatou algumas faixas que não se destacaram em tempos passados. Uma delas, “Pra Dizer Adeus”, acabou sendo carro-chefe do trabalho. Acústico MTV ofereceu aos Titãs um sucesso nunca alcançado antes, embora tenha feito o grupo perder sua credibilidade junto aos mais radicais. Mas, honestamente, eles não teriam por que se preocupar com isso.
1. Comida
2. Go Back
3. Pra Dizer Adeus
4. Família
5. Os Cegos Do Castelo
6. O Pulso
7. Marvin
8. Nem 5 Minutos
9. Flores
10. Palavras
12. A Melhor Forma
13. Cabeça Dinossauro
14. 32 Dentes
15. Bichos Escrotos
16. Não Vou Lutar
17. Homem Primata (vinheta)
18. Homem Primata
19. Polícia (vinheta)
20. Querem Meu Sangue
21. Diversão
22. Televisão 

6 comentários sobre “Cinco Discos Para Conhecer: MTV Unplugged

  1. Tb acho que o do Alice In chains deveria ter sido trocado pelo do Nirvana. E senti falta de 2 ótimos representantes nacionais: o de Gilberto Gil e o do Legião Urbana.

    E do acústico mais louco já feito: Bjork, em que ela toca até com copos cheios de agua!!

  2. Apesar de não gostar da banda, eu tbtrocaria o Alice in Chains pelo Nirvana, e dos nacionais, o melhor foi o do Legião Urbana (bem melhor que esse do Titãs)

    Das apresentações, o do Pearl Jam foi fenomenal

  3. Um acústico MTV q eu curto pacas é o do Roberto Carlos. Dêem risada, mas este acústico é muito bom de ver e ouvir.

    A versão de Kashmir no No Quarter é uma das coisas mais arrepiantes que a MTV jáme proporcionou!

  4. Bom, eu sou obrigado a discordar de todos vocês: não trocaria o acústico do Alice in Chains de jeito algum. O clima soturno passado através desse registro é de fazer inveja a muita banda gótica.

    Quanto ao disco do Kiss, bem… Esse é praticamente uma unanimidade. Excelente performance, set list muito bem escolhido e pouco previsível, a reunião não soou forçada… Isso pra não comentar o que Paul Stanley faz em "I Still Love You".

  5. o acustico do Kiss é genial!!!

    já o do Alice in Chains eu tive a oportunidade de conhecer através de uma resenha do Micael sobre a banda…e tb considero esse disco um dos melhores nesse estilo acustico!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.