Melhores de 2011: por Pablo Ribeiro

Melhores de 2011: por Pablo Ribeiro
Anthrax: Charlie Benante, Scott Ian Joey Belladonna, Rob Caggiano e Frank Bello
Nesta primeira semana de janeiro, de segunda a sexta, diversos colaboradores da Consultoria do Rock estarão apresentando listas com suas preferências particulares envolvendo os novos álbuns de estúdio lançados em 2011. Cada redator tem a oportunidade de elaborar sua listagem conforme seus próprios critérios, escolhendo dez álbuns de destaque, além de uma surpresa e uma decepção (não necessariamente precisam ser discos). Conforme o desejo de cada um, existe também a possibilidade de incluir outros itens à seleção, como listas complementares, enriquecendo o processo e apresentando sugestões relacionadas ao ano que acabou de se encerrar. Como culminância do processo, no sábado, os dez álbuns mais citados serão compilados e receberão comentários de todos os colaboradores, não importando o teor das opiniões.
 
Por Pablo Ribeiro
 

Álbuns do ano
Anthrax – Worship Music
No topo da lista, o disco do retorno de Joey Belladonna ao grupo. Coeso, pesado e bem produzido. Tudo isso se torna secundário aos fatores principais que fazem desse o melhor lançamento de metal de 2011: as composições e a execução das mesmas. Excelente, para dizer o mínimo!
Mastodon – The Hunter
Desde seu primeiro álbum, o Mastodon vem crescendo em qualidade de uma forma absurda. Cada disco é uma viagem mais alucinada e bem arquitetada que o anterior. A única regra que a banda parece seguir é a evolução. The Hunter é a prova. Mais experimental mas menos “difícil” que os anteriores, o disco é um soco na cara tão forte quanto eficaz. Na mesma proporção que é “ganchudo”, é empolgante. Fiquei em dúvida entre esse e o Anthrax na primeira posição. Anthrax levou o pódio em respeito, também, ao “conjunto de sua obra”.
Foo Fighters – Wasting Light
Dave Grohl é um cara que sempre tem “crédito pré-aprovado” comigo. Quando este Wasting Light saiu, voou direto para o topo das paradas e suscitou diversos comentários elogiosos por parte dos fãs e crítica “especializada”. Não por acaso, pois o disco talvez seja o melhor do Foo Fighters. E olha que os caras colecionam musicas excelentes e discos idem. No caso das músicas contidas em Wasting Light, não há momentos menores, uma vez que todas tem a mesma altíssima qualidade, fazendo da bolacha um primor de rara coesão em termos de composições. Mais um ponto positivo para os caras!
Machine Head – Unto The Locust
Não é de hoje que o Machine Head já tem seu nome fincado no Heavy Metal. Não é pra menos, como prova o poderosíssimo Unto The Locust. Com uma produção clara e cristalina, o grupo maltrata os ouvidos com seu thrash moderno, vigoroso, geralmente levado naquele andamento “esmaga-crânio” do grupo.
Lenny Kravitz – Black And White America
Com muitos acertos e alguns deslizes na carreira, Kravitz chega com o ótimo Black And White America, em que esbanja feeling em canções que mesclam harmoniosamente funk, soul, e – lógico – muito rock and roll! Um dos discos mais bacanas da discografia do cara.
Skindred – Unionblack
Proveniente das cinzas do grupo inglês Dub War, o Skindred funde heavy metal, hardcore e reggae em uma mistura que tinha tudo para se indigesta, mas acaba acertando em cheio com músicas originais da melhor qualidade, extremamente empolgantes, lembrando – em alguns pontos – o outrora poderoso Bad Brains. Pancadaria de primeira!
Red Fang – Murder The Mountains
Um puta dum disco! Murder The Mountains é um belo soco na cara, que mescla doom, stoner e boas doses de Motörhead, resultando em canções demolidoras e empolgantes com aquele estilão cavernoso embebido em álcool.
Matanza – Odiosa Natureza Humana
Quarto disco dos cariocas, Odiosa Natureza Humana está mais hardcore e menos “Johnny Cash” que os discos anteriores do grupo. Recheado de sarcasmo, cinismo e humor ácido, o disco traz treze canções despretensiosas mas muito divertidas. Coisa rara no rock tupiniquim atual, onde a sentença se inverte.
Black Dahlia Murder – Ritual
Mesclando death metal, hardcore, thrash metal e black metal (nos timbres e andamentos, não nas letras), manda o seu Ritual (quinto disco de estúdio dos caras) como um soco bem dado na cabeça, daqueles que deixam o sujeito tonto por dias. Além da porradaria – que mescla vocais urrados com gritados de forma ímpar – os caras mandam muito bem nos solos melódicos (mas nunca melosos) das guitarras. Não é à toa o (grande) respeito que os caras tem conseguido através de sua trajetória.
Beady Eye – Different Gear Still Speeding
Depois de anos bancando os inimigos e “lavando a roupa suja” em público, os irmãos Gallagher finalmente se separaram, dando fim ao Oasis. O guitarrista/vocalista Noel seguiu em carreira solo, enquanto Liam formou, com alguns de seus comparsas da antiga banda, o Beady Eye, que, no seu debut Different Gear, Still Speeding, mantém muitas características do Oasis, – como não poderia deixar de ser – mas englobando mais influências. Algumas músicas e timbres estão mais perto da sonoridade dos Rolling Stones e do The Who, além da já característica influência dos Beatles. Different Gear, Still Speeding é talvez, o melhor disco à que Liam emprestou sua voz desde (What’s The Story) Morning Glory (1995), do finado Oasis.
A decepção

Sebastian Bach – Kicking & Screaming
Kicking & Screaming não é exatamente um disco ruim, mas o problema que faz do álbum um trabalho inferior ao seu predecessor está essencialmente no trabalho das guitarras. Apesar de competente no que diz respeito à tecnica, o guitarrista Nick Sterling falha em uma das principais características do som de “Baz”: aquela malandragem hard rock, resultando em um som que não empolga tanto em comparação com o material anterior de Sebastian. Uma pena, já que composições de qualidade no trabalho não faltam.
A surpresa
Morbid Angel – Illud Divinum Insanus
Vai ter neguinho querendo me matar por essa… Ao terminar de ler esse comentário, vai ter um monte de cara, fãs da banda – e do “true-death metal”, fazendo ritual satanista pra me tragar para os “quintos do infernos”. Perdem seu tempo. Não acredito em satanismo, inferno, e estou pouco me lixando para fãs xiitas (de qualquer banda). Illud Divinum Insanus causou uma maré de choradeira e das velhas ladainhas de “vendidos”, “traidores” e afins. Acontece que é um disco do caralho! Simples assim. Com várias influências de música industrial, Illud Divinum Insanus é uma bela trilha sonora para uma guerra nuclear ou sangrentas batalhas civis multi-étnicas, destilando pessimismo, agressividade gélida e letras cortantes. Há, claro, quem prefira o repetido amontoado de clichês death/satanistas. É evidente que o próprio Morbid Angel não dá a mínima para a opinião desses… nem eu. Quem tiver a cabeça aberta, e souber realmente apreciar música criativa, encare sem medo!

Um comentário em “Melhores de 2011: por Pablo Ribeiro

  1. Quando "Illud Divinum Insanus" saiu, foi uma choradeira sem tamanho, fato que não foi possível entender, afinal, o Morbid Angel NUNCA se repetiu. Mesmo do primeiro para o segundo álbum já houveram mudanças bastante radicais. O grupo nunca fez questão de soar tradicional, sempre foi meio "torto", estranho, algo que sempre admirei, pois mesmo assim sempre produziram música muito relevante. Tendo isso em mente, "Illud Divinum Insanus" não me assustou, de fato, foi uma surpresa positiva, pois soou ousado como há muito tempo o grupo não soava. Por pouquíssimo não entrou na minha lista entre os dez melhores do ano.

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