Melhores de 2011: por Davi Pascale

Melhores de 2011: por Davi Pascale
Megadeth: Shawn Drover, Dave Ellefson, Dave Mustaine e Chris Broderick


Nesta primeira semana de janeiro, de segunda a sexta, diversos colaboradores da Consultoria do Rock estarão apresentando listas com suas preferências particulares envolvendo os novos álbuns de estúdio lançados em 2011. Cada redator tem a oportunidade de elaborar sua listagem conforme seus próprios critérios, escolhendo dez álbuns de destaque, além de uma surpresa e uma decepção (não necessariamente precisam ser discos). Conforme o desejo de cada um, existe também a possibilidade de incluir outros itens à seleção, como listas complementares, enriquecendo o processo e apresentando sugestões relacionadas ao ano que acabou de se encerrar. Como culminância do processo, no sábado, os dez álbuns mais citados serão compilados e receberão comentários de todos os colaboradores, não importando o teor das opiniões.

Por Davi Pascale

Não é de hoje que ouvir discos é meu passatempo preferido. Sendo assim, sempre tem alguma coisa tocando em casa (para o desespero dos vizinhos, hehehehe). Procurei fazer uma lista com 10 álbuns que me chamaram a atenção nesse último ano e que não focasse em um único gênero. Muitos torcerão o nariz para algumas escolhas, mas música é assim mesmo, cada pessoa tem um critério e um gosto. Simples assim! Como são apenas 10, muitos artistas que gosto e que fizeram trabalhos fantásticos tiveram que ficar de fora. Boa diversão!

Álbuns do ano
Megadeth – Th1rt3en
Dave Ellefson está de volta. E os bons tempos do Megadeth também. De um tempo para cá, o grupo de Dave Mustaine vem se superando a cada lançamento. E com esse não é diferente. Se tivesse que escolher um álbum como o melhor do ano seria esse. Se tivesse que defini-lo, a grosso modo, para quem nunca ouviu diria que o disco soa uma mistura de Endgame, Youthanasia e Countdown to Extinction. Destaque: “We The People” e “New World Order”.
Joss Stone – LP1
Depois do fantástico Colour Me Free (2009) – que corrigia os erros do mediano Introducing… (2007) – a cantora britânica solta mais um ótimo play. Joss continua fazendo linhas vocais inspiradas e a influência da soul music ainda é percebida. No entanto, o novo trabalho traz como diferencial o som de guitarra mais “na cara”, flertando, por vezes, com o rock ‘n’ roll. Destaque: “Karma” e “Somehow”.
Yes – Fly From Here
O canadense Benoît David se juntou ao grupo em 2008 substituindo Jon Anderson, que estava com problemas respiratórios. Confesso que ouvi esse disco com um pé atrás, já que sempre considerei Jon Anderson dono de um timbre único. Mas logo nos momentos iniciais meu sentimento de angustia foi trocado por um sentimento de empolgação. Não apenas o rapaz fez um belo trabalho vocal como o grupo fez seu melhor trabalho em anos. Destaque para a faixa-titulo, que está dividida em seis partes, e que juntas duram aproximadamente 25 minutos. Na boa, você nem sente o tempo passar.

Queensrÿche – Dedicated to Chaos
Talvez eu seja um dos poucos que tenha apreciado o novo álbum do Queensrÿche. Concordo que nunca mais fizeram um álbum ao nível de Empire (1990) e Operation: Mindcrime (1988) – que considero discos clássicos – mas não concordo que só tenham feito lixo nos últimos anos. O que encontramos aqui são ótimas músicas, extremamente bem tocadas e com um grande trabalho vocal de Geoff Tate. Provavelmente seu melhor trabalho desde Hear In The Now Frontier (1997). Destaques: “Get Started” e “Retail Therapy”
Within Temptation – Unforgiving
Desde The Silent Force (2004) percebo uma vontade do grupo em querer se encaixar na cena gothic rock. The Heart of Everything (2007) deixou isso ainda mais nítido. Portanto, não espere ouvir nada no pique de Mother Earth (2000) aqui. Unforgiving – baseado nos quadrinhos de Steve O’ Connell – é um belo disco: criativo, ousado e consistente, mas aposta em uma sonoridade moderna, por vezes comercial. As composições são ótimas e os músicos estão em uma ótima fase como instrumentistas. Agora, os fãs mais radicais certamente vão reclamar. Destaque: “Faster” e “Iron”.
Foo Fighters – Wasting Light
Esse álbum é o sonho de todo fã do Nirvana. Foi produzido por Butch Vig (que produziu Nevermind), trouxe Pat Smear de volta (que tocou com o Nirvana na fase final da banda), além da participação de Krist Novoselic (baixista do Nirvana). Contudo, quem não é fã do trio grunge não precisa se preocupar. Esse disco não retoma a sonoridade do Nirvana. É apenas um ótimo álbum de rock ‘n’ roll. Pesado, comercial e longe de ter uma sonoridade pasteurizada. Supera o bom Echoes, Silence, Patience and Grace (2007). 

Whitesnake – Forevermore
Essa é uma banda a respeito da qual sou suspeito para falar. É um dos grupos que cresci ouvindo. Ao contrário de boa parte dos meus amigos, achei Good To Be Bad (2008) melhor, mais empolgante. Entretanto, não há como negar que Forevermore é um grande álbum, e está acima da média do que é produzido atualmente. O disco traz de volta a influência blues que havia sido deixado um pouquinho de lado nos últimos trabalhos, mantendo, é claro, a veia hard rock. Grandes riffs de guitarra e refrões marcantes desfilam pelo disco. E sim… Coverdale está mandando bem! Destaque: “Steal Your Heart Away” e “Love Will Set You Free”.
Evanescence – Evanescence
Depois de anos sem lançar nada, a trupe de Amy Lee solta mais um disco. O álbum auto-intitulado traz uma diferença em relação aos trabalhos anteriores: as letras são menos depressivas, menos melancólicas. A sonoridade não traz grandes mudanças, o som que o grupo está fazendo é sua sonoridade característica. Contando com o peso de The Open Door (2006) e melodias tão inspiradas quanto as de Fallen (2003), a nova formação do Evanescence fez o disco que os fãs esperavam ouvir. Destaque: “The Change” e “Never Go Back”.
Nickelback – Here and Now
Essa é uma banda que muita gente odeia, mas nos últimos anos vêm chamando minha atenção. Mais uma vez fizeram um ótimo álbum, mas, infelizmente, erraram na escolha do single. “When We Stand Together” é a pior do disco e não faz justiça ao álbum. Os grandes momentos são justamente as canções mais rock, mais pesadinhas. Destaque: “Midnight Queen” e “Bottoms Up”.
Edguy – Age of the Joker
O Edguy é aquele tipo de banda que sempre gera discussões. Há quem os prefira em sua primeira fase, eu já prefiro a fase mais recente, pós-Hellfire Club (2004). Acredito que eles se tornaram melhores compositores. Age of the Joker é um trabalho maduro, com músicas cativantes. O disco mantém sua consistência do início ao fim e, assim, como o novo álbum do Megadeth, está entre os grandes destaques do ano para mim. Destaque: “Nobody´s Hero” e “Faces In The Darkness”

A surpresa

O casamento de Gene Simmons (Kiss)

Essa notícia realmente me pegou de surpresa. Quem acompanha Gene há algum tempo e, principalmente, quem teve a oportunidade de ler os seus livros, sabe muito bem que o músico tem uma posição bem categórica em relação ao casamento. Por isso, nunca imaginei que veria o homem que diz ter comido mais de 4 mil mulheres se casando em uma igreja. No entanto, não acho a idéia tão má. Espero que dure tanto quanto o “namoro”!

A decepção
O depoimento de Edu Falaschi

De boa, o cara perdeu a oportunidade de ficar quieto. Culpar os fãs é, no mínimo, lamentável! Embora realmente existam excelentes bandas de heavy metal em nosso país, a cena brasileira como um todo é e sempre foi extremamente amadora. Esse discurso de “a cena está assim porque os fãs não apoiam” é um discurso simplista e derrotista. Até porque, se hoje ele tem algum prestígio na cena, é justamente por conta desses fãs. Na boa Edu, quem tem que começar alguma “revolução” são os artistas e não os fãs. Os artistas têm que buscar se profissionalizar. E isso nem sempre envolve dinheiro. Exemplo? Letras com inglês correto e que tenham a ver com nosso dia-a-dia, identidade própria, preocupação em desenvolver um show, ter um visual, deixar o ego de lado etc etc etc.

Um comentário em “Melhores de 2011: por Davi Pascale

  1. Os artistas têm que buscar se profissionalizar. E isso nem sempre envolve dinheiro. Exemplo? Letras com inglês correto e que tenham a ver com nosso dia-a-dia, identidade própria, preocupação em desenvolver um show, ter um visual

    Perfeito, é por aí mesmo. O que tem de malandro metido a escrever sobre coisas que não fazem o mínimo sentido, seja em se tratando de gramática ou de realidade, não é mole. Aliás, isso traz à tona algo que tenho bem forte em mente, mas acredito ser minoria: gostaria muito de ouvir mais bandas de heavy metal, rock pesado em geral, fazendo letras em português. Ao contrário de muitos, acho que a língua portuguesa, se usada com sapiência, pode se encaixar muito bem com esse tipo de sonoridade, vide duas bandas que curto bastante, o Golpe de Estado e o Exxótica.

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