Cinco Discos Para Conhecer: Slash

Cinco Discos Para Conhecer: Slash

Por Igor Miranda (Publicado originalmente no blog Van do Halen)

Superestimado por uns, subestimado por outros. O fato é que Slash se tornou um verdadeiro ícone do Rock não apenas por seus memoráveis solos, mas por sua presença de palco e visual único – cabeleira na cara, cigarrinho na boca, cartola na cabeça e Les Paul nas mãos. Um digno rockstar. Confira abaixo os cinco discos mais recomendados para conhecer seu trabalho.
Guns N’ Roses – Appetite For Destruction [1987]
Não é uma mistura recomendada, mas a fusão entre drogas, mau comportamento, Punk e Hard Rock pode gerar um grande álbum. E gerou, simplesmente, o disco de estreia mais vendido da história da música. Lançado em julho de 1987, Appetite For Destruction foi uma aposta arriscada. A cena mainstream era totalmente adversa para o álbum, agressivo como é, pois bandas como Bon Jovi, Europe (dentro do Hard Rock), Prince, U2 (fora do Hard Rock) e afins dominavam as paradas musicais. Mas deu certo.
Desde a capa censurada, até as composições ousadas, Appetite For Destruction nasceu como um clássico de natureza polêmica. O Guns N’ Roses proporciona, nesse registro, 53 minutos de Rock N’ Roll pesado, patife, furioso e influente o bastante para mudar o gosto de uma geração posterior de novos roqueiros. Álbum imprescindível para entender a história da música contemporânea, pois esta acabou sendo modificada por tal lançamento.
01. Welcome To The Jungle
02. It’s So Easy
04. Out Ta Get Me
05. Mr. Brownstone
06. Paradise City
07. My Michelle
09. Sweet Child O’Mine
10. You’re Crazy
11. Anything Goes
12. Rocket Queen
Axl Rose – vocal, sintetizadores em 6, percussão adicional
Slash – guitarra solo e base, violão
Izzy Stradlin – guitarra base, guitarra solo em 8, backing vocals
Duff McKagan – baixo, backing vocals
Steven Adler – bateria, percussão
Slash’s Snakepit – It’s Five O’Clock Somewhere [1995]
O Guns N’ Roses sempre foi pressionado para construir um novo Appetite For Destruction, mas isso nunca aconteceu. Os posteriores lançamentos mostraram que a força criativa do grupo havia se desmoronado em pouco tempo. Brigas internas desgastaram a relação dos integrantes e, cinco anos depois da saída de Izzy Stradlin, eis que Slash decide abandonar o barco. Mas antes mesmo de sair do Guns, o projeto solo Slash’s Snakepit estava formado com os ex-gunners Matt Sorum e Gilby Clarke respectivamete na bateria e na guitarra rítmica, além de Eric Dover nos vocais e Mike Inez no baixo.
O álbum de estreia do conjunto, It’s Five O’Clock Somewhere, foi gravado em apenas duas semanas e lançado em fevereiro de 1995. Aqui, Slash e sua trupe caem de cabeça no Blues Rock, ligados às raízes que compõem o estilo do guitarrista. O disco foi, de fato, pensado para ser o novo Appetite for Destruction, pois traz músicas tão inspiradas quanto o icônico clássico. E apesar da banda levar seu nome, todos os integrantes trouxeram colaborações autorais. Pouco tempo depois, o homem da cartola voltou para o Guns, causando o fim do Snakepit. Não durou muito, porque saiu do Guns de novo e retomou o projeto logo depois, com uma nova formação.
01. Neither Can I
02. Dime Store Rock
03. Beggars & Hangers-On
05. What Do You Want To Be
06. Monkey Chow
07. Soma City Ward
08. Jizz Da Pit (instrumental)
09. Lower
10. Take It Away
12. Be The Ball
13. I Hate Everybody (But You)
14. Back And Forth Again
Eric Dover – vocal
Slash – guitarra
Gilby Clarke – guitarra
Mike Inez – baixo
Matt Sorum – bateria
Músicos adicionais:
Dizzy Reed – teclados
Teddy Andreadis – gaita
Paulinho da Costa – percussão
Guns N’ Roses – Live Era: ’87-’93 [1999]
Alguns podem questionar a escolha de trazer Live Era: ’87 – ’93 ao invés de Use Your Illusion, mas o espaço para comentar da força do Guns N’ Roses ao vivo é completamente válida. Este disco duplo ao vivo, lançado em 1999, quando a banda já era outra, traz algumas ótimas performances do conjunto, que realmente se diferenciava em suas apresentações.
Live Era: ’87 – ’93 peca por enfatizar na turnê de Use Your Illusion, sobretudo pela ausência de Izzy Stradlin em certa parte desta. Mas o repertório é bem construído com clássicos e ótimas canções, havendo espaço até para inserções inesperadas como o cover “It’s Alright” e as lado b “Move To The City” e “Out Ta Get Me”. Toda a banda faz um grande trabalho (mesmo com os notáveis overdubs na voz de Axl Rose), todavia considero impossível deixar de prestar atenção nos solos de Slash, que soam ainda melhores ao vivo.
CD 1:
01. Nightrain – Las Vegas, USA; January 25, 1992
02. Mr. Brownstone – London, UK; August 31, 1991
03. It’s So Easy – Paris, France; June 6, 1992
04. Welcome To The Jungle – Buenos Aires, Argentina; 1992
05. Dust N’ Bones – New York City, USA; May 16, 1991
06. My Michelle – London, UK; August 31, 1991
07. You’re Crazy – Tokyo, Japan; December 10, 1988
08. Used To Love Her – Tokyo, Japan; December 10, 1988
09. Patience – Mexico City, Mexico; 1993
10. It’s Alright (Black Sabbath cover) – Houston, USA; September 4, 1992
11. November Rain – Tokyo, Japan; February 22, 1992
CD 2:
01. Out Ta Get Me – London, UK; June 28, 1987
02. Pretty Tied Up – Tokyo, Japan; February 22, 1992
03. Yesterdays – Las Vegas, USA; January 25, 1992
04. Move to the City – Tokyo, Japan; February 22, 1992
05. You Could Be Mine – Tokyo, Japan; February 22, 1992
06. Rocket Queen – Las Vegas, USA; January 25, 1992
07. Sweet Child o’ Mine – Paris, France; June 6, 1992
08. Knockin’ on Heaven’s Door – London, UK; April 20, 1992
09. Don’t Cry – Tokyo, Japan; February 22, 1992
10. Estranged – Tokyo, Japan; February 22, 1992
11. Paradise City – Las Vegas, USA; January 25, 1992
Velvet Revolver – Contraband [2004]
Slash permaneceu anos sem uma grande aparição na mídia, até que o Velvet Revolver, oficializado em 2003, colocou-o sob os holofotes novamente. O supergrupo, que está atualmente na geladeira, contava com Scott Weiland (ex-Stone Temple Pilots) nos vocais, Dave Kushner (ex-Wasted) e o próprio nas guitarras, Duff McKagan no baixo e Matt Sorum nas baquetas. O debut Contraband chegou às prateleiras em junho de 2004 e tanto crítica quanto público aclamaram o lançamento.
Não é pra menos: o quinteto apresentou musicalidade incrível, com uma incrível fusão entre Hard Rock e Punk sem soar Sleaze ou modernoso demais. O Rock n’ Roll descompromissado e pesado do Velvet Revolver providenciou canções repletas de energia e fúria, no estilo clássico do Guns N’ Roses mas com uma voz grave e diferente. Ainda havia química entre os ex-gunners e esta foi devidamente complementada por Weiland e Kushner. O projeto não durou muito e hoje está na geladeira após os excessos do vocalista, que também quis voltar para a sua antiga banda.
01. Sucker Train Blues
02. Do It For The Kids
04. Illegal I Song
05. Spectacle
06. Fall To Pieces
07. Headspace
08. Superhuman
09. Set Me Free
10. You Got No Right
12. Dirty Little Thing
13. Loving The Alien
14. Bodies (Live Bonustrack)
Scott Weiland – vocal
Slash – guitarra solo
Dave Kushner – guitarra base, backing vocals
Duff McKagan – baixo, backing vocals
Matt Sorum – bateria, percussão
Músico adicional:
Douglas Grean – teclados em 1, 6 e 10
Slash – Slash [2010]
A espera foi longa, mas depois de muito tempo, Slash lançou um aguardadíssimo álbum solo, auto-intitulado, no começo de 2010. Num bom golpe de marketing, o guitarrista convidou músicos de diferentes gêneros musicais para participar do registro, e nenhuma faixa teve o mesmo vocalista da outra – com exceção de Back From Cali e Starlight, cantadas pelo sensacional Myles Kennedy (Alter Bridge).
O marketing dos vários vocalistas deu certo pois o álbum teve grande repercussão e uma grande turnê seguiu o lançamento. Isso permitiu que o álbum não ficasse linear e, em certos pontos, é algo negativo pois algumas faixas são realmente dispensáveis. Mas a grande maioria das canções são maravilhosas e algumas, como “Back From Cali“, “By The Sword” e “Dr. Alibi” mostram que o guitarrista da cartola não pode parar, já que ainda consegue fazer o bom e velho Rock N’ Roll.
01. Ghost (feat. Ian Astbury & Izzy Stradlin)
02. Crucify The Dead (feat. Ozzy Osbourne)
03. Beautiful Dangerous (feat. Fergie)
04. Back From Cali (feat. Myles Kennedy)
05. Promise (feat. Chris Cornell)
06. By The Sword (feat. Andrew Stockdale)
07. Gotten (feat. Adam Levine)
08. Doctor Alibi (feat. Lemmy Kilmister)
09. Watch This (feat. Duff McKagan & Dave Grohl)
10. I Hold On (feat. Kid Rock)
11. Nothing To Say (feat. M. Shadows)
12. Starlight (feat. Myles Kennedy)
13. Saint Is A Sinner Too (feat. Rocco DeLuca)
14. We’re All Gonna Die (feat. Iggy Pop)
Vocalistas indicados acima
Slash – guitarra, violão
Chris Chaney – baixo (exceto faixas 8 e 9)
Josh Freese – bateria (exceto faixas 8, 9 e 12), percussão em 13
Lenny Castro – percussão
Músicos adicionais:
Taylor Hawkins – backing vocals em 2
Kevin Churko – backing vocals em 2
Joe Sandt – harpa em 5
Deron Johnson – órgão em 7
Anton Patzner – violino e viola em 7
Steve Ferrone – bateria em 12

5 comentários sobre “Cinco Discos Para Conhecer: Slash

  1. A lista foi muito bem feita! Realmente, se alguém nunca ouviu algo de Slash a não ser o que só toca no rádio, o melhor caminho para iniciar-se em sua arte são estes cinco discos. Depois se pode ouvir os outros do Guns, o segundo do VR, o segundo do Slash's Snakepit, e confirmar que, embora não seja o mais técnico nem o que toca mais veloz, faz tempo que não surge um guitarrista com o talento e o carisma deste inglês.

    Recomendo tanbém a quem tiver oportunidade a leitura da biografia do cara. Muito boa, com muitas informações interessantes em uma leitura fácil e agradável.

  2. Concordo com o que o Micael falou. Esse Slash's Snakepit me trás boas lembranças lá do meio da década de 90. Também acho que a valorização exagerada que ele recebe de alguns (como ficar em segundo como o maior guitarrista da história pela revista Rolling Stone) e ser visto com um guitarrista medíocre por outros não é o modo correto de se analisar a qualidade e importância dele.

  3. Eu gosto muito do Ain't Life Grand, segundo disco do Snakepit. É um dos meus preferidos da carreira dele, junto com o Appetite. Estou curioso pelo novo de estúdio, ouvi ontem o ao vivo e achei a performance da banda muito boa. Myles Kennedy dá uma surra no Axl sem dó nem piedade na hora de interpretar as músicas do Guns.

  4. Realmente, Slash é diversas vezes superestimado mas também é subestimado. Endosso também o que o Micael e o Fernando escreveram mais acima: técnica e velocidade não são seu forte, mas seu carisma e o talento para compor linhas de guitarra memoráveis acabam deixando isso em segundo plano.

    Jay, ainda não ouvi o Myles cantando Guns N' Roses, mas imagino que te refiras a uma "surra" em comparação com a realidade atual, e não com os anos 80 e início dos 90.

Deixe um comentário para diogobizotto Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.