Anvil – Juggernaut of Justice [2011]
Por Leonardo Castro
Donos de uma carreira cheia de altos e baixos, o Anvil aproveita o bom momento iniciado com o premiado documentário Anvil: The History of Anvil com o lançamento de seu novo disco, Juggernaut Of Justice. E se a carreira e a popularidade da banda tiveram muitas variações ao longo de sua história, o mesmo não pode se dizer da sonoridade da mesma, que sempre foi baseada no heavy metal com algumas pitadas de hard rock, o que se confirma no novo álbum.
O disco tem início com a faixa-título, “Juggernaut Of Justice”, um típico hino heavy metal, cadenciado, que se encaixaria muito bem em um disco do Accept. Logo na primeira faixa se percebe a qualidade da produção, que deixou a música pesada, mas com todos os intrumentos bem claros, além de não soar artificial. A pegada mais speed metal do grupo aparece na segunda faixa, “When Hell Breaks Loose”, que tem um belo riff e lembra o estilo do clássico Forged In Fire.
“On Fire” tem um riff que lembra “Burn”, do Deep Purple, mas depois segue em uma linha próxima à do Judas Priest dos anos 80. É interessante ressaltar que, apesar de ter sido gravado como um trio, o disco é repleto de solos de guitarra, todos muito bem executados pelo guitarrista e vocalista Steve “Lips” Kudrow. A pegada mais hard rock do grupo dá as caras em “Fuken Eh!”, que tem um riff excelente e um belo trabalho de bateria de Robb Reiner, assim como a faixa seguinte, a pesada “Turn It Up”.
Robb Reiner, Steve “Lips” Kudlow, Glenn Five |
O estilo dos primeiros discos da banda volta a aparecer em “This Ride”. Um dos destaques do disco, pesada, épica e com um grande refrão, a música chega a lembrar a clássica “March of The Crabs”, do fundamental Metal On Metal, de 1982. Outra faixa com uma sonoridade mais hard e festiva é “Not Afraid”, cuja letra mostra bem a atitude atual da banda em relação à sua carreira, como o documentário deixou bem claro.
“Conspiracy” é outro destaque do disco, cadenciada, mas com um riff viciante e um refrão inesquecível. As duas músicas seguintes soam como um tributo de Lips a duas de suas bandas favoritas: Motorhead e Black Sabbath. “Running” é rápida e pesada, e até os vocais do canadense soam como os de Lemmy, enquanto “Paranormal” é longa, lenta e soturna, como alguns dos grandes clássicos que Tony Iommi, Ozzy Osbourne, Gezzer Butler e Bill Ward cunharam nos anos 70.
O disco se encerra com uma supresa, “Swing Thing”, onde bases heavy metal se misturam com instrumentos de sopro típicos do jazz, com um resultado não apenas original, mas extremamente empolgante, como uma big band heavy metal. Também é impossível não elogiar o desempenho de Robb Reiner nesta faixa, simplesmente fenomenal.
Em resumo, Juggernaut Of Justice é um disco digno do Anvil, repleto de bons momentos, algumas inovações, e com todas as marcas registradas do conjunto, e que deve aproveitar o bom momento gerado pelo filme e expandir o nome da banda na cena heavy metal mundial. Nada mais justo para quem perseverou por tanto tempo na cena, enquanto muitas modas passaram e muitos jogaram a toalha.
Track list:
1. Juggernaut Of Justice
2. When Hell Breaks Loose
3. New Orleans Voodoo
4. On Fire
5. Fuken Eh!
6. Turn It Up.
7. This Ride
8. Not Afraid
9. Conspiracy
10. Running
11. Paranormal
12. Swing Thing