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Ronnie and the Red Caps: Ronnie James Dio, Tom Rogers, Jack Musci e Nick Pantas |
Ainda criança, mudou-se com sua família, de origem italiana, par Nov Iorque, e lá, começou a aprender trompete e trompas, além de frequentar diversos conjuntos rockabilly, com quem gravou raríssimos compactos. No início da adolescência, o jovem Ronald ingressou no grupo The Vegas Kings, onde era o baixista. Por causa de sua facilidade em aprender as letras, e também comunicar-se com as plateias, Ronald virou o cantor do grupo, que agora, acabou sendo batizado de Ronnie & The Rumblers, nome que não durou muito, sendo logo substituído por Ronnie and The Red Caps. Os Red Caps lançaram seu primeiro compacto em 1958, através do selo Reb Records, contando com as canções “Lover” / “Conquest”, sendo essa última uma instrumental, com Ronnie no trompete, além de Tom Rogers (bateria), Nick Pantas (guitarra) e Jack Musci (saxofone).
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Ronnie and the Prophets: Ronnie Dio, Nick Pantas, Dick Bottoff e Tom Rogers |
Ronnie and The Red Caps ainda lançaram mais um compacto, com as canções “An Angel Is Missing” / “What’d I Say”, de 1959, e logo após, em 1961, rebatizm o grupo como Ronnie Dio and The Prophets, agora tendo como membros Ronnie James Dio (vocal, baixo), Nick Pantas (guitarra), Dick Bottoff (guitarra) e Tom Rogers (bateria). O nome Dio veio como uma homenagem à um membro da máfia, Johnny Dio (Giovanni Ignazio Dioguardi). Com o Prophets, Ronnie lançou diversos singles no período entre 1961 e 1967, até que o grupo separou-se naquele ano. É importante aqui ressaltar, como uma informação adicional, que as capas que encontram-se à disposição em vários sites para downlod desses singles, com mulheres nuas, não são as capas originais dos mesmos. As capas originais apresentam os membros da banda, e as capas das mulheres são versões piratas que acabaram fazendo sucesso na internet.
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The Elves: Thaler, Driscoll, Feistein, Dio e Pantas |
Após a participação com o the Prophets, Nick Pantas fundou o grupo Electric Elves, ainda em 1967. Ao lado de Pantas, estavam Ronnie Dio (baixo, vocais), Doug Thaler (teclados), Gary Driscoll (bateria) e David Feistein (guitarra). O Electric Elves lançou apenas um compacto, “Hey, Look Me Over” / “It Pays To Advertise”, lançado ainda em 1967, e em fevereiro de 1968, o grupo transformou-se em Elves, lançando mais dois compactos: “Walking In Different Circles” / “She’s Not The Same” (1969) e “Amber Velvet / West Virginia” (1970). Durante o ano entre 1969 e 1970, o Elves teve como maior façanha servir como banda de abertura do Deep Purple, o que mudaria a vida de Ronnie Dio para sempre anos depois.
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As capas piratas dos compactos de Ronnie and the Prophets |
Praticamente ao mesmo tempo que Trying to Burn the Sun era lançado, Ritchie Blackmore deixava as seis cordas do Deep Purple, fundando então o grupo Rainbow. O primeiro nome a vir na cabeça de Blackmore para os vocais era exatamente o do baixinho que havia aberto o show do Deep Purple lá em 1969, e que estava agora sendo um funcionário dele na Purple Records, Ronnie James Dio. À frente do Rainbow, Dio ganhou status de grande vocalista, registrando discos fundamentais na coleção de qualquer admirador do rock.
Ritchie Blackmore’s Rainbow, primeiro álbum do Rainbow, foi lançado contando com alguns membros do ELF, em 1975, e depois o grupo de Blackmore teve sua formação clássica, com o guitarrista, Dio (vocais), Jimmy Bin (baixo), Cozy Powell (bateria) e Tony Carey (teclados). Essa formação registrou Rising (1976), uma obra-prima destacando dois grandes clássicos do rock: as épicas “Stargazer” e “A Light in the Black”.
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Rainbow: Tony Carey, Cozy Powell, Jimmy Bain, Ritchie Blackmore e Ronnie Dio |
Uma gigantesca turnê, bem como o fim do Deep Purple, e o Rainbow se consolidava cada vez mais como um dos principais nomes do rock na década de 70. O palco, contando com um enorme arco-íris repleto de lâmpadas que formavam as cores do mesmo, era um dos mais modernos em sua época. Essa turnê foi registrada em On Stage (1977). Em 1978, Long Live Rock ‘n’ Roll tornou-se o último álbum de Dio com o Rainbow, destacando pelo menos mais três grandes clássicos: “Kill the King”, “The Man on the Silver Mountain” e a faixa-título.
O Rainbow seguiu sua vida, tendo Graham Bonnet nos vocais, enquanto que Dio foi chamado para assumir nada mais nada menos que a posição antes ocupada por Ozzy Osbourne à frente do Black Sabbath. É com Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria) que Dio acaba sendo apresentando aos fãs do Heavy Metal da forma que tornaria-se conhecido a partir de então.
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Black Sabbath: Bill Ward, Tony Iommi, Ronnie Dio e Geezer Butler |
Se no Rainbow Dio cantava sobre mágica, reis e fadas, no BlackSabbath passou a cantar sobre magia, demônios, céu, inferno e problemas pessoais. Seu primeiro disco com o grupo, Heaven and Hell, lançado em 1980, é mais uma obra-prima registrada pelo baixinho. Canções como a faixa-título, “Neon Knights”, “Lonely is the World” e “Children of the Sea”, logo viraram preferidas dos fãs do Black Sabbath, que receberam calorosamente o novo vocalista.
É na frente do Black Sabbath que Dio popularizou uma de suas principais marcas: os dedos em forma de chifre (o tradicional m / ), simbolizando a PAZ e o ROCK. Segundo o baixinho: “É um símbolo italiano que aprendi com minha avó e que se chamava “Malocchio”. Serve para afastar o mau-olhado ou para fazer o mau-olhado, dependendo de como você o faz. Trata-se apenas de um símbolo mas tem encantos mágicos e atitudes e acho que funcionou bem com o Sabbath. Eu nunca diria que eu tenho crédito por ter sido o primeiro a fazer isso. Mas eu o usei tanto que acabou se tornando um tipo de símbolo do rock and roll”.
Seguindo com o Black Sabbath, em 1981 lançam Mob Rules, tendo na bateria Vinnie Appice. O álbum mantém a linha de Heaven and Hell, destacando canções como a épica “The Sign of the Southern Cross”, “Mob Rules” e “Turn Up the Night”. O grupo partiu para a turnê de divulgação do álbum, registrada no controverso Live Evil, lançado em 1982. A mixagem do álbum ao vivo acabou trazendo problemas para o Black Sabbath, já que Dio alegou que o volume de sua voz havia ficado muito baixo, enquanto Iommi alegou que a voz estava alta demais. Resultado, Dio pediu as contas, partindo para uma carreira solo , levando com ele Appice, para o grupo que batizou apenas de Dio.
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Jimmy Bain, Ronnie Dio, Vivian Campbell e Vinnie Appice |
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Dio, no Monsters of Rock de 1983 |
Naquele ano, Dio foi um dos headliners do festival Monsters of Rock, em Donington, ao lado de nomes como ZZ Top, Whitesnake, Meat Loaf e Twisted Sister. Com a adição do tecladista Claude Schnell, no ano seguinte Dio lança The Last in Line, que mantém a pegada de Holy Diver, com mais petardos, através de “We Rock”, “Egypt (The Chains are On)” e a faixa-título. Campbell se mostrava um talentosíssimo guitarrista, e Dio um compositor de mão cheia. The Last in Line chegou na quarta posição em vendas no Reino Unido, sendo o primeiro álbum de Dio a conquistar platina. O monstrengo Murray novamente está presente na capa do LP.
A turnê de Sacred Heart envolvia um espetáculo a parte, repleto de efeitos de laser e também com um gigantesco dragão mecanizado, chamado Denzil, com o qual Ronnie Dio travava uma pequena batalha e fazia diversas encenações. A performance ao vivo pode ser conferida no EP Intermission, lançado em 1986, contendo uma faixa inédita, “Time to Burn”, que apresenta o novo guitarrista do grupop, Craig Goldy, o qual já havia passado pelos grupos Vengeance, Rough Cutt, e Giuffria, sendo que no Rough Cutt, Goldy havia substituído Jake E. Lee, que saiu da banda para integrar o grupo de Ozzy Osbourne. Campbell saiu logo após a turnê, fazendo sucesso ao lado do Def Leppard.
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O Projeto Hear ‘n Aid |
Ainda em 1985, Dio contribui no projeto Hear ’n Aid, para auxiliar os famintos na África, que arrecadou 1 milhão de dólares em apenas um ano. A canção “Stars” tornou-se tão célebre quanto outra famosa canção beneficente da década de 80, “We are the World”. O projeto contou com diversos músicos do heavy metal, destacando nomes como: Iron Maiden, Ted Nugent, Yngwie Malmsteen, Judas Priest, Mötley Crüe, Twisted Sister, Queensrÿche, Blue Öyster Cult, Vanilla Fudge, Journey e W.A.S.P.. Além do single de “Stars” e de um LP promocional, um documentário com as gravações do projeto também foi lançado simultaneamente.
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Craig Goldy, Claude Schnell, Jimmy Bain, Ronnie Dio e Vinnie Appice |
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Rowan Robertson, Ronnie Dio, Jens Johansson, Simon Wright e Teddy Cook |
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Ingressos dos shows do Black Sabbath em São Paulo (1992) |
A turnê mundial de Dehumanizer correu o mundo, trazendo o Black Sabbath pela primeira vez ao Brasil, com shows em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Os que lá estiveram presentes, até hoje afirmam que foi o melhor momento da carreira do grupo com Dio nos vocais.
Restava para o baixinho retornar para a carreira com o Dio. Lança a coletânea Diamonds: The Best of Dio (1992) e em seguida, começa a recrutar os novos membros de seu grupo, trazendo com ele o baterista Vinnie Appice. Com a adição do guitarrista Traci G. e do baixista Jeff Pilson, o Dio lança Strange Highways (1994), que mantém as composições voltadas para temas reais que já haviam sido empregadas em Dehumanizer. Aqui, o grupo inicia uma nova fase, fugindo de vez dos temas fantasiosos e místicos e investindo em assuntos voltados para a humanidade. Apesar de contar com boas canções, como “Pain”, “Blood from a Stone” e “Firehead”, Strange Highways foi um fracasso comercial, já que os fãs não gostaram do novo estilo do grupo.
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Vinny Appice, Ronnie Dio e Tracy G. |
Tendo o tecladista Scott Warren, os temas reais são abordados com mais ênfase em Angry Machines (1996). Considerado por muitos como o pior disco do grupo, na verdade o álbum apresenta boas composições, como “Black”, “Golden Rules” e “Dying in America”, mas que no contexto geral, diferem e muito do esperado por um fã do grupo e de Ronnie Dio. As baixas vendas refletiram-se na turnê de divulgação do álbum, que teve vários shows cancelados.
Durante a turnê, Larry Pennison assumiu o lugar de Pilson, e vários shows acabaram sendo registrados no ao vivo Inferno: Last in Live (1998), o qual apresenta canções da era Dio, bem como do Rainbow e do Black Sabbath. Porém, as exigências dos empresários e da gravadora fizeram com que uma nova reformulação ocorresse. A primeira delas foi a saída de Tracy G., substituído por Craig Goldy, que volta para o posto das seis cordas.
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Jimmy Bain, Craig Goldy, Ronnie Dio, Scott Warren e Simon Wright |
Junto com Goldy, retorna o baterista Simon Wright, bem como o baixista Jimmy Bain. Warren é mantido nos teclados, e assim, lançam Magica (2000). Este é um álbum conceitual, planejado de ser a primeira parte de uma trilogia de álbuns com o mesmo tema místico, marcando o retorno de Ronnie Dio à esse tipo de assunto, o que fez de Magica o décimo terceiro álbum mais vendido nos Estados Unidos, e o melhor disco do grupo desde Dream Evil. Canções como “Eriel”, “Losing My Insanity” e “Turn to Stone” fazem parte dos grandes clássicos da carreira do grupo.
Dio voltava à cena com um álbum espetacular, ao mesmo tempo que problemas internos acabaram afastando o guitarrista Craig Goldy, no início de 2002. Para seu lugar, Doug Aldrich foi o escolhido. Doug havia participado dos grupos Lion e Bad Moon Rising, mas seu estilo encaixou com a sonoridade do Dio. Isso pode ser conferido no pesadíssimo Killing the Dragon, talvez o mais pesado disco da carreira do grupo, lançado em 2002. “Push” virou hino dos fãs, e um dos clipes mais executados daquele ano, apresentando a participação dos comediantes do Tenacious D. Outras boas canções de Killing the Dragon são “Scream”, “Rock & Roll” e a própria faixa-título. Uma versão limitada desse álbum saiu no formato slipcase, trazendo duas canções ao vivo como bônus: “Fever Dreams” e “Rainbow in the Dark”. Apesar disso, o álbum ficou na posição 200 da Billboard, mas chegou na honrosa décima oitava posição na parada de álbuns independentes.
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Simon Wright, Scott Warren, Doug Aldrich, Ronnie Dio e Rudy Sarzo |
Goldy voltou dois anos depois, registrando Master of the Moon (2004), além de Pilson, Wright e Warren, bem como Dio nos vocais. Esse álbum mantém a linha pesada de Killing the Dragon, destacando as canções “End of the World”, “I Am” e “One More for the Road”, conquistando a sétima posição em vendas entre os independentes nos Estados Unidos. Durante a turnê, Pilson acabou saindo do grupo, sendo substituído por Rudy Sarzo (Quiet Riot, Ozzy Osbourne, Whitesnake, …). Logo após a turnê, o grupo separou-se temporariamente, deixando para Master of the Moon o legado do último álbum de estúdio do Dio.
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Scott Warren, Simon Wright, Craig Goldy, Ronnie Dio e Rudy Sarzo |
Em 2005, é lançado o álbum ao vivo Evil or Divine, trazendo uma apresentação do Dio em Nova Iorque, no ano de 2002. Nesse mesmo ano, o grupo volta com a turnê “An Evening With Dio”, tendo na formação Ronnie James Dio, Doug Aldrich, Scott Warren, Rudy Sarzo e Simon Wright. Essa turnê contou com um track-list muito abrangente, sendo a segunda parte do show dedicada à apresentação na íntegra do álbum Holy Diver, o que pode ser conferido no álbum Holy Diver Live, lançado em 2006.
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Heaven & Hell: Geezer Butler, Tony Iommi, Ronnie Dio e Vinnie Appice |
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Ronnie Dio, no fim da carreira |
O último lançamento levando o nome do baixinho é o CD Dio at Donington: Live 1983 & 1987, o qual apresenta as duas performances do Dio no Monsters of Rock destes anos, e que foi lançado em novembro de 2010, sendo um pequeno sopro para aliviar a enorme dor da perda de Ronnie James Dio.
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Discos de Ronnie James Dio com ELF, Rainbow, Black Sabbath e Heaven & Hell |
O Dio era o cara! Tive a oportunidade de ver ele ao vivo na turnê do Heaven and Hell e se tornou em um dos melhores shows q já fui!
Belo podcast!
Eu me arrependo até hoje de não ter ido nesse show, Filipi. Achei que o Dio ia voltar novamente, mas … Desde então, procuro não perder nenhum show dos artistas que eu curto. Abraços
puta, infelizmente eu não fui ver os caras qdo eles o HH passou por SP..
tava duro e esse tipo de show por aqui é uma facada..
gostei muito do post..
muitissimo bem pesquisado..
parabens..
Obrigado meu caro. Saudações
Simplesmente The Man on the Silver Mountain!!!
Valeu!!!
Cara fantástico esse site ! Excelente matéria ! Sou muito fã do MESTRE RONNIE JAMES DIO ! Obrigado !!!!!! m/
Obrigado Minduim. Acompanhe-nos agora no site, consultoriadorock.com
Abraço
Respeito a memória do Dio. O cara foi realmente um mito no rock, mas seus discos de várias fases (Elf, Rainbow, Sabbath, sua banda própria), sinceramente nunca fizeram a minha cabeça. Preciso ouvir melhor os trabalhos dele, no mais, R.I.P. Mestre Dio!
Cara como vc fala merda!!!
A verdade é que antes eu nunca havia ouvido nenhum disco do Dio, mas só depois que ele morreu é que AGORA eu tô conhecendo melhor o som que ele fazia.