Podcast Grandes Nomes do Rock #31: Ronnie James Dio

Podcast Grandes Nomes do Rock #31: Ronnie James Dio

Por Mairon Machado

O Podcast Grandes Nomes do Rock está de volta nesse mês de setembro. Tentaremos manter uma regularidade mensal com o programa, que esse mês, homenageia uma das maiores vozes do metal mundial, Ronnie James Dio. Em duas horas de programa, passeamos por sua carreira ao lado dos grupos ELF Rainbow, Black Sabbath e Heaven & Hell, destacando também canções com sua banda Dio, covers para clássicos interpretados por Ronnie James Dio e músicos que fizeram parte do Dio tocando em outros grupos.
Infelizmente o Youtube bloqueou nosso vídeo. Estamos procurando outra forma de uparmos o podcast. Mas caso você queira ouvir, mande e-mail para consultoriadorock@gmail.com que encaminhamos o link no privado

Líder de pelo menos duas das principais bandas da história do rock, o Rainbow e o Black Sabbath, Ronald James Padavona  nasceu no dia 10 de julho de 1941, na cidade de Portsmouth, Estados Unidos, e ficou mundialmente conhecido como Ronnie James Dio, ou simplesmente, “The Voice of Metal” (A Voz do Metal).

Ronnie and the Red Caps: Ronnie James Dio, Tom Rogers, Jack Musci e Nick Pantas

Ainda criança, mudou-se com sua família, de origem italiana, par Nov Iorque, e lá, começou a aprender trompete e trompas, além de frequentar diversos conjuntos rockabilly, com quem gravou raríssimos compactos. No início da adolescência, o jovem Ronald ingressou no grupo The Vegas Kings, onde era o baixista. Por causa de sua facilidade em aprender as letras, e também comunicar-se com as plateias, Ronald virou o cantor do grupo, que agora, acabou sendo batizado de Ronnie & The Rumblers, nome que não durou muito, sendo logo substituído por Ronnie and The Red Caps. Os Red Caps lançaram seu primeiro compacto em 1958, através do selo Reb Records, contando com as canções “Lover” / “Conquest”, sendo essa última uma instrumental, com Ronnie no trompete, além de Tom Rogers (bateria), Nick Pantas (guitarra) e Jack Musci (saxofone).

 

Ronnie and the Prophets: Ronnie Dio, Nick Pantas, Dick Bottoff e Tom Rogers

Ronnie and The Red Caps ainda lançaram mais um compacto, com as canções  “An Angel Is Missing” / “What’d I Say”, de 1959, e logo após, em 1961, rebatizm o grupo como Ronnie Dio and The Prophets, agora tendo como membros Ronnie James Dio (vocal, baixo), Nick Pantas (guitarra), Dick Bottoff (guitarra) e Tom Rogers (bateria). O nome Dio veio como uma homenagem à um membro da máfia, Johnny Dio (Giovanni Ignazio Dioguardi). Com o Prophets, Ronnie lançou diversos singles no período entre 1961 e 1967, até que o grupo separou-se naquele ano. É importante aqui ressaltar, como uma informação adicional, que as capas que encontram-se à disposição em vários sites para downlod desses singles, com mulheres nuas, não são as capas originais dos mesmos. As capas originais apresentam os membros da banda, e as capas das mulheres são versões piratas que acabaram fazendo sucesso na internet.

 

The Elves: Thaler, Driscoll, Feistein, Dio e Pantas

Após a participação com o the Prophets, Nick Pantas fundou o grupo Electric Elves, ainda em 1967. Ao lado de Pantas, estavam Ronnie Dio (baixo, vocais), Doug Thaler (teclados), Gary Driscoll (bateria) e David Feistein (guitarra). O Electric Elves lançou apenas um compacto, “Hey, Look Me Over” / “It Pays To Advertise”, lançado ainda em 1967, e em fevereiro de 1968, o grupo transformou-se em Elves, lançando mais dois compactos: “Walking In Different Circles” / “She’s Not The Same” (1969) e “Amber Velvet / West Virginia” (1970). Durante o ano entre 1969 e 1970, o Elves teve como maior façanha servir como banda de abertura  do Deep Purple, o que mudaria a vida de Ronnie Dio para sempre anos depois.

Em 1971, o Elves muda novamente o nome, agora para ELF. O grupo assina com a Purple Records (gravadora do Deep Purple), e então, lança LPs: ELF (1972), Carolina County Ball (1974) e Trying to Burn the Sun (1975), com algumas mudanças na formação, inclusive com Dio passando apenas ao posto de vocalista. Nesse meio tempo, em 1974, Ronnie participou do álbum The Butterfly Ball and the Grasshopper’s Feast, do baixista Roger Glover, interpretando as canções “Sitting in a Dream” e “Love is All”.

As capas piratas dos compactos de Ronnie and the Prophets

Praticamente ao mesmo tempo que Trying to Burn the Sun era lançado, Ritchie Blackmore deixava as seis cordas do Deep Purple, fundando então o grupo Rainbow. O primeiro nome a vir na cabeça de Blackmore para os vocais era exatamente o do baixinho que havia aberto o show do Deep Purple lá em 1969, e que estava agora sendo um funcionário dele na Purple Records, Ronnie James Dio. À frente do Rainbow, Dio ganhou status de grande vocalista, registrando discos fundamentais na coleção de qualquer admirador do rock.

Ritchie Blackmore’s Rainbow, primeiro álbum do Rainbow, foi lançado contando com alguns membros do ELF, em 1975, e depois o grupo de Blackmore teve sua formação clássica, com o guitarrista, Dio (vocais), Jimmy Bin (baixo), Cozy Powell (bateria) e Tony Carey (teclados). Essa formação registrou Rising (1976), uma obra-prima destacando dois grandes clássicos do rock: as épicas “Stargazer” e “A Light in the Black”.

Rainbow: Tony Carey, Cozy Powell, Jimmy Bain, Ritchie Blackmore e Ronnie Dio

Uma gigantesca turnê, bem como o fim do Deep Purple, e o Rainbow se consolidava cada vez mais como um dos principais nomes do rock na década de 70. O palco, contando com um enorme arco-íris repleto de lâmpadas que formavam as cores do mesmo, era um dos mais modernos em sua época. Essa turnê foi registrada em On Stage (1977). Em 1978, Long Live Rock ‘n’ Roll tornou-se o último álbum de Dio com o Rainbow, destacando pelo menos mais três grandes clássicos: “Kill the King”, “The Man on the Silver Mountain” e a faixa-título.

O Rainbow seguiu sua vida, tendo Graham Bonnet nos vocais, enquanto que Dio foi chamado para assumir nada mais nada menos que a posição antes ocupada por Ozzy Osbourne à frente do Black Sabbath. É com Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria) que Dio acaba sendo apresentando aos fãs do Heavy Metal da forma que tornaria-se conhecido a partir de então.

Black Sabbath: Bill Ward, Tony Iommi, Ronnie Dio e Geezer Butler

Se no Rainbow Dio cantava sobre mágica, reis e fadas, no BlackSabbath passou a cantar sobre magia, demônios, céu, inferno e problemas pessoais. Seu primeiro disco com o grupo, Heaven and Hell, lançado em 1980, é mais uma obra-prima registrada pelo baixinho. Canções como a faixa-título, “Neon Knights”, “Lonely is the World” e “Children of the Sea”, logo viraram preferidas dos fãs do Black Sabbath, que receberam calorosamente o novo vocalista.

É na frente do Black Sabbath que Dio popularizou uma de suas principais marcas: os dedos em forma de chifre (o tradicional m / ), simbolizando a PAZ e o ROCK. Segundo o baixinho: “É um símbolo italiano que aprendi com minha avó e que se chamava “Malocchio”. Serve para afastar o mau-olhado ou para fazer o mau-olhado, dependendo de como você o faz. Trata-se apenas de um símbolo mas tem encantos mágicos e atitudes e acho que funcionou bem com o Sabbath. Eu nunca diria que eu tenho crédito por ter sido o primeiro a fazer isso. Mas eu o usei tanto que acabou se tornando um tipo de símbolo do rock and roll”.

Ainda em 1980, Dio participou do álbum Seeds of Change, do guitarrista Kerry Livgren (Kansas), interpretando as canções “To Live for the King” e “Mask of the Great Deceiver”. Essa participação gerou muitas controvérsias com os fãs tanto de Dio quanto de Livgren, já que o álbum é construído por canções cristãs, e a imagem de Dio já estava fortemente associada ao metal e, injustamente, ao satanismo, graças aos chifres citados anteriormente.

Seguindo com o Black Sabbath, em 1981 lançam Mob Rules, tendo na bateria Vinnie Appice. O álbum mantém a linha de Heaven and Hell, destacando canções como a épica “The Sign of the Southern Cross”, “Mob Rules” e “Turn Up the Night”. O grupo partiu para a turnê de divulgação do álbum, registrada no controverso Live Evil, lançado em 1982. A mixagem do álbum ao vivo acabou trazendo problemas para o Black Sabbath, já que Dio alegou que o volume de sua voz havia ficado muito baixo, enquanto Iommi alegou que a voz estava alta demais. Resultado, Dio pediu as contas, partindo para uma carreira solo , levando com ele Appice, para o grupo que batizou apenas de Dio.

Jimmy Bain, Ronnie Dio, Vivian Campbell e Vinnie Appice

 

A estreia do Dio não poderia ser mais que perfeita. Tendo na formação além de Dio e Appice o jovem guitarrista Vivian Campbell e o baixista Jimmy Bain, que também tocou teclado no LP, Holy Diver chegou às lojas em fevereiro de 1983, e foi um sucesso extraordinário. A faixa-título foi uma das primeiras canções a aparecer na MTV, enqunto “Rainbow in the Dark” virou hino entre os fãs do hevy metal. Dio mostrava que mesmo sem Blackmore ou Iommi, poderia compor grandes composições, e apresentou-as ao mundo através de um dos melhores discos da década de 80, o qual conquistou a décima terceira posição no Reino Unido. A capa de Holy Diver apresenta pela primeira vez o monstrengo Murray, que virou o mascote do grupo, assim como o personagem Eddie o é para o Iron Maiden.

Dio, no Monsters of Rock de 1983

Naquele ano, Dio foi um dos headliners do festival Monsters of Rock, em Donington, ao lado de nomes como ZZ Top, Whitesnake, Meat Loaf e Twisted Sister. Com a adição do tecladista Claude Schnell, no ano seguinte Dio lança The Last in Line, que mantém a pegada de Holy Diver, com mais petardos, através de “We Rock”, “Egypt (The Chains are On)” e a faixa-título. Campbell se mostrava um talentosíssimo guitarrista, e Dio um compositor de mão cheia. The Last in Line chegou na quarta posição em vendas no Reino Unido, sendo o primeiro álbum de Dio a conquistar platina. O monstrengo Murray novamente está presente na capa do LP.

O terceiro álbum do Dio foi lançado em 1985. Sacred Heart foi o último LP do grupo a contar com o guitarrista Vivian Campbell, apresentando mais clássicos para a carreira de Ronnie James Dio, destacando “Rock ‘n’ Roll Children”, “King of Rock and Roll” e “Hungry for Heaven”. O álbum foi quarto colocado no Reino Unido, e vigésimo nono nos Estados Unidos, conquistando ouro por lá, o qual foi o último ouro do grupo durante um bom tempo. Esse foi o primeiro álbum do grupo a não contar com a imagem de Murray na capa.

A turnê de Sacred Heart envolvia um espetáculo a parte, repleto de efeitos de laser e também com um gigantesco dragão mecanizado, chamado Denzil, com o qual Ronnie Dio travava uma pequena batalha e fazia diversas encenações. A performance ao vivo pode ser conferida no EP Intermission, lançado em 1986, contendo uma faixa inédita, “Time to Burn”, que apresenta o novo guitarrista do grupop, Craig Goldy, o qual já havia passado pelos grupos Vengeance, Rough Cutt, e Giuffria, sendo que no Rough Cutt, Goldy havia substituído Jake E. Lee, que saiu da banda para integrar o grupo de Ozzy Osbourne. Campbell saiu logo após a turnê, fazendo sucesso ao lado do Def Leppard.

O Projeto Hear ‘n Aid

Ainda em 1985, Dio contribui no projeto Hear ’n Aid, para auxiliar os  famintos na África, que arrecadou 1 milhão de dólares em apenas um ano. A canção “Stars” tornou-se tão célebre quanto outra famosa canção beneficente da década de 80, “We are the World”. O projeto contou com diversos músicos do heavy metal, destacando nomes como: Iron Maiden, Ted Nugent, Yngwie Malmsteen, Judas Priest, Mötley Crüe, Twisted Sister, Queensrÿche, Blue Öyster Cult, Vanilla Fudge, Journey e W.A.S.P.. Além do single de “Stars” e de um LP promocional, um documentário com as gravações do projeto também foi lançado simultaneamente.

A estreia de Goldy em um disco oficial ocorre em 1987, com o álbum Dream Evil. Oitavo no Reino Unido, Dream Evil não se saiu muito bem nos Estados Unidos, conquistando apenas a quadragésima terceira posição. Os destaques do álbum ficam por conta da faixa-título e também “Sunset Superman”, mas os sucessos ficaram por conta de “All The Fools Sailed Away” e “I Could Have Been a Dreamer”. Novamente, Dio apresentava-se em uma edição do Monsters of Rock, agora em 1987, ao lado de Bon Jovi, Metallica, Anthrax, Cinderella e W.A.S.P.. Dream Evil apresenta Murray atrás de uma janela, sendo essa a última aparição do monstro durante muitos anos.

Craig Goldy, Claude Schnell, Jimmy Bain, Ronnie Dio e Vinnie Appice
Terminada a turnê de promoção de Dream Evil, Goldy resolveu seguir sua carreira solo, seguido pela saída de Schnell, Bain e Appice. Para o lugar de Goldy, o jovem Rowan Robertson, de apenas 18 anos, é anunciado em 1989. Além dele, Teddy Cook (baixo), Jens Johansson (teclados) e Simon Wright (bateria, ex-AC/DC) formaram o line-up que registrou Lock Up the Wolves, na primavera de 1990.

Esse álbum apresenta uma sonoridade diferente de seus antecessores, que acabou não agrando aos fãs. A turnê de Lock Up the Wolves foi repleta de shows cancelados e baixas vendas. Porém, durante a turnê, Ronnie Dio encontrou-se com o baixista Geezer Butler. Esse encontro acabou gerando uma mudança nos planos de Dio. Vendo que sua carreira solo estava à perigo, aceita o convite de Butler para retornar ao Black Sabbath.

Rowan Robertson, Ronnie Dio, Jens Johansson, Simon Wright e Teddy Cook

Então, a formação que havia gravado Mob Rules reunia-se 10 anos depois, registrando um belíssimo álbum, Dehumanizer, em 1992. Esse álbum traz de volta a fúria e o peso que Dio havia perdido em Lock Up the Wolves, ao lado de Tony Iommi, Geezer Butler e Vinnie Appice. “TV Crimes”, “Computer God”, “I”, “Master of Insanity” e “Time Machine” são alguns dos ótimos exemplos da nova fase do Black Sabbath, ainda pesado, mas com letras tratando de problemas da humanidade e pessoais.

Ingressos dos shows do Black Sabbath em São Paulo (1992)

A turnê mundial de Dehumanizer correu o mundo, trazendo o Black Sabbath pela primeira vez ao Brasil, com shows em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Os que lá estiveram presentes, até hoje afirmam que foi o melhor momento da carreira do grupo com Dio nos vocais.

 

Porém, a união não durou mais do que um ano. Durante a turnê, Ozzy Osbourne anunciou sua aposentadoria, convidando o Black Sabbath para abrir os shows em Costa Mesa, Califórnia. Os membros do grupo aceitaram, menos Ronnie Dio, que recusou o processo de reconciliação amistosa entre o Black Sabbath e Ozzy. Como consequência, Dio fez seu último show com o Black Sabbath no dia 13 de novembro de 1992, uma noite antes do show de Costa Mesa, o qual contou com Rob Halford nos vocais.

Restava para o baixinho retornar para a carreira com o Dio. Lança a coletânea Diamonds: The Best of Dio (1992) e em seguida, começa a recrutar os novos membros de seu grupo, trazendo com ele o baterista Vinnie Appice. Com a adição do guitarrista Traci G. e do baixista Jeff Pilson, o Dio lança Strange Highways (1994), que mantém as composições voltadas para temas reais que já haviam sido empregadas em Dehumanizer. Aqui, o grupo inicia uma nova fase, fugindo de vez dos temas fantasiosos e místicos e investindo em assuntos voltados para a humanidade. Apesar de contar com boas canções, como “Pain”, “Blood from a Stone” e “Firehead”, Strange Highways foi um fracasso comercial, já que os fãs não gostaram do novo estilo do grupo.

Vinny Appice, Ronnie Dio e Tracy G.

Tendo o tecladista Scott Warren, os temas reais são abordados com mais ênfase em Angry Machines (1996). Considerado por muitos como o pior disco do grupo, na verdade o álbum apresenta boas composições, como “Black”, “Golden Rules” e “Dying in America”, mas que no contexto geral, diferem e muito do esperado por um fã do grupo e de Ronnie Dio. As baixas vendas refletiram-se na turnê de divulgação do álbum, que teve vários shows cancelados.

Durante a turnê, Larry Pennison assumiu o lugar de Pilson, e vários shows acabaram sendo registrados no ao vivo Inferno: Last in Live (1998), o qual apresenta canções da era Dio, bem como do Rainbow e do Black Sabbath. Porém, as exigências dos empresários e da gravadora fizeram com que uma nova reformulação ocorresse. A primeira delas foi a saída de Tracy G., substituído por Craig Goldy, que volta para o posto das seis cordas.

Jimmy Bain, Craig Goldy, Ronnie Dio, Scott Warren e Simon Wright

Junto com Goldy, retorna o baterista Simon Wright, bem como o baixista Jimmy Bain. Warren é mantido nos teclados, e assim, lançam Magica (2000). Este é um álbum conceitual, planejado de ser a primeira parte de uma trilogia de álbuns com o mesmo tema místico, marcando o retorno de Ronnie Dio à esse tipo de assunto, o que fez de Magica o décimo terceiro álbum mais vendido nos Estados Unidos, e o melhor disco do grupo desde Dream Evil. Canções como “Eriel”, “Losing My Insanity” e “Turn to Stone” fazem parte dos grandes clássicos da carreira do grupo.

Dio voltava à cena com um álbum espetacular, ao mesmo tempo que problemas internos acabaram afastando o guitarrista Craig Goldy, no início de 2002. Para seu lugar, Doug Aldrich foi o escolhido. Doug havia participado dos grupos Lion e Bad Moon Rising, mas seu estilo encaixou com a sonoridade do Dio. Isso pode ser conferido no pesadíssimo Killing the Dragon, talvez o mais pesado disco da carreira do grupo, lançado em 2002. “Push” virou hino dos fãs, e um dos clipes mais executados daquele ano, apresentando a participação dos comediantes do Tenacious D. Outras boas canções de Killing the Dragon são “Scream”, “Rock & Roll” e a própria faixa-título. Uma versão limitada desse álbum saiu no formato slipcase, trazendo duas canções ao vivo como bônus: “Fever Dreams” e “Rainbow in the Dark”. Apesar disso, o álbum ficou na posição 200 da Billboard, mas chegou na honrosa décima oitava posição na parada de álbuns independentes.

Simon Wright, Scott Warren, Doug Aldrich, Ronnie Dio e Rudy Sarzo

Goldy voltou dois anos depois, registrando Master of the Moon (2004), além de Pilson, Wright e Warren, bem como Dio nos vocais. Esse álbum mantém a linha pesada de Killing the Dragon, destacando as canções “End of the World”, “I Am” e “One More for the Road”, conquistando a sétima posição em vendas  entre os independentes nos Estados Unidos. Durante a turnê, Pilson acabou saindo do grupo, sendo substituído por Rudy Sarzo (Quiet Riot, Ozzy Osbourne, Whitesnake, …). Logo após a turnê, o grupo separou-se temporariamente, deixando para Master of the Moon o legado do último álbum de estúdio do Dio.

Scott Warren, Simon Wright, Craig Goldy, Ronnie Dio e Rudy Sarzo

Em 2005, é lançado o álbum ao vivo Evil or Divine, trazendo uma apresentação do Dio em Nova Iorque, no ano de 2002. Nesse mesmo ano, o grupo volta com a turnê “An Evening With Dio”, tendo na formação Ronnie James Dio, Doug Aldrich, Scott Warren, Rudy Sarzo e Simon Wright. Essa turnê contou com um track-list muito abrangente, sendo a segunda parte do show dedicada à apresentação na íntegra do álbum Holy Diver, o que pode ser conferido no álbum Holy Diver Live, lançado em 2006.

 

Em outubro desse ano, foi confirmado que Dio iria novamente se reunir com os ex-colegas Tony Iommi, Geezer Butler e Vinnie Appice. Essa reunião não pode ser concretizada sob o nome Black Sabbath, devido à problemas contratuais, mas veio à vida intitulada Heaven & Hell. O quarteto partiu para uma série de shows, culminando no álbum The Devil You Know, lançado em 2009 e altamente aclamado pelo público. A turnê de The Devil You Know passou por diversos países ao redor do mundo, inclusive o Brasil, que teve a oportunidade de ver Dio nos palcos pela última vez.

Heaven & Hell: Geezer Butler, Tony Iommi, Ronnie Dio e Vinnie Appice

Em novembro de 2009, a esposa de Dio, Wendy Galaxiola, anunciou ao mundo que o vocalista havia sido diagnosticado com câncer no estômago. Um tratamento intensivo começou a ser feito, e em março de 2010, o efeito parecia ser positivo, com as quimioterapias diminuindo com o passar das semanas. Porém, em maio daquele ano, a doença voltou a agravar Dio, que não resistiu e faleceu na manhã do dia 16 de maio de 2010, deixando órfãos milhões de seguidores e admiradores de sua voz, uma das maiores da música, e principalmente, a Voz do Metal.

Ronnie Dio, no fim da carreira

O último lançamento levando o nome do baixinho é o CD Dio at Donington: Live 1983 & 1987, o qual apresenta as duas performances do Dio no Monsters of Rock destes anos, e que foi lançado em novembro de 2010, sendo um pequeno sopro para aliviar a enorme dor da perda de Ronnie James Dio.

Discos de Ronnie James Dio com ELF, Rainbow, Black Sabbath e Heaven & Hell
Discografia do Dio
Track list Podcast # 30: Singin’ the Red
Bloco 01
Abertura: “Little Red Rooster” [do bootleg Some Old Songs – 1964 (Rolling Stones)]
“H8 Red” [do álbum Persistence of Time – 1990 (Anthrax)]
“Red Rain” [do álbum Take Cover – 2007 (Queensryche)]
“Blood Red” [do álbum Seasons in the Abyss – 1990 (Slayer)]
“Blood Red Skies” [do álbum Ram it Down – 1988 (Judas Priest)]
Bloco 02
Abertura: “Little Red Rooster” [do bootleg Atlantic City – 1989 (Eric Clapton e Rolling Stones)]
“Red Sky at Night” [do álbum Ship of Memories – 1976 (Focus)]
“Dance on Red Corpuscles” [do álbum Music from The Body – 1970 (Roger Waters & Ron Geesin)]
“One More Red Nightmare” [do álbum Red – 1974 (King Crimson)]
“It All Went Red” [do álbum Time Vaults – 1982 (Van Der Graaf Generator)]
“Red Barchetta” [do bootleg Live in New York – 2004 (Rush)]
Bloco 03
Abertura: “Little Red Rooster” [do bootleg Radio City Music Hall – 1980 (Grateful Dead)]
“Red House” [da apresentação The Strat Pack – 2004 (Gary Moore)]
“Bottle of Red Wine” [do álbum In Concert – 1973 (Derek and the Dominos)]
“Red Money” [do álbum Lodger – 1979 (David Bowie)]
“Verão Vermelho” [do álbum Festival – 1977 (Santana)]
“Red Long” [do bootleg Woodstock – 1969 (Mountain)]
Bloco 04
Abertura: “Little Red Rooster” [do álbum Alive She Cried – 1983 (The Doors)]
“The Red and the Black” [do álbum Tyranny and Mutation – 1973 (Blue Öyster Cult)]
“Red Lights” [do álbum Head First – 1983 (Uriah Heep)]
“Red Light” [do álbum War – 1983 (U2)]
“Red Hill Mining Town” [do álbum International Fan Club Christmas  – 1996 (Dream Theater)]
“Red Hot” [do álbum Shout t the Devil – 1983 (Mötley Crüe)]
Bloco 05
Abertura: “Red House” [do bootleg Jazz Festival Frankfurt – 1991 (Paul Gilbert)]
“Red Skies” [do álbum Miami – 1974 (James Gang)]
“Blue, Red and Grey” [do álbum By Numbers – 1975 (The Who)]
“Red Angel Dragnet” [do álbum Combat Rock – 1982 (The Clash)]
“Red Mosquito” [do álbum No Code – 1996 (Pearl Jam)]
“My Little Red Book” [do bootleg TV ’67 – 1967 (Love)]
“Red Balloon” [do álbum The Autumn Stone – 1965 (Small Faces)]
Encerramento: “Little Red Rooster” [do álbum Night Beat – 1963 (Sam Cooke)]

10 comentários sobre “Podcast Grandes Nomes do Rock #31: Ronnie James Dio

    1. Eu me arrependo até hoje de não ter ido nesse show, Filipi. Achei que o Dio ia voltar novamente, mas … Desde então, procuro não perder nenhum show dos artistas que eu curto. Abraços

  1. puta, infelizmente eu não fui ver os caras qdo eles o HH passou por SP..

    tava duro e esse tipo de show por aqui é uma facada..

    gostei muito do post..

    muitissimo bem pesquisado..

    parabens..

  2. Respeito a memória do Dio. O cara foi realmente um mito no rock, mas seus discos de várias fases (Elf, Rainbow, Sabbath, sua banda própria), sinceramente nunca fizeram a minha cabeça. Preciso ouvir melhor os trabalhos dele, no mais, R.I.P. Mestre Dio!

      1. A verdade é que antes eu nunca havia ouvido nenhum disco do Dio, mas só depois que ele morreu é que AGORA eu tô conhecendo melhor o som que ele fazia.

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