Surf rock, psicodelia e um continente perdido

Surf rock, psicodelia e um continente perdido
Por Marco Gaspari
Apesar de o rock ter pouco mais de 55 anos, nossa história começa entre 50.000 e 12.000 anos atrás, época em que floresceu no que hoje é conhecido como Oceano Pacífico o continente de Mu, presente em muitas lendas dos nativos das Américas antes do homem branco chegar e, com toda a sua sabedoria de homem civilizado e temente a Deus, acabar com esse papo furado pagão. Mu teria sido o próprio Jardim do Éden, o berço da humanidade, e foram cidadãos desse continente que acabaram por migrar e dar origem aos povos que povoam os nossos livros de história, mais especificamente nos capítulos sobre a antiguidade.
Em 1926, um ocultista inglês (e ex-plantador de chá no Sirilanka), de nome James Churchward, publicou um livro que não só ressuscitou essas lendas como popularizou o continente perdido de Mu em todo o planeta. Churchward afirmava ter tido acesso a antigas tabuletas de argila escritas no idioma Naga-Maya que, em seu conjunto, seriam uma espécie de testamento e prova cabal da existência desse continente e de sua localização. Segundo as tais tabuletas, Mu foi o lar da avançada civilização Naacal que simplesmente sumiu do mapa após seus 64 milhões de habitantes, a maioria morando em grandes cidades espalhadas por um território imenso (ver mapa), terem sido submersos pelas águas do oceano após uma série de terremotos e erupções vulcânicas.
Mas nós vamos voltar ao continente de Mu quando chegarmos aos anos 70. Neste momento ainda estamos em 1961, na Califórnia, onde o jovem guitarrista Merrell Fankhauser compôs para o grupo instrumental The Impacts aquela que viria a ser a primeira música de surf rock: “Wipe Out”.
Gravada junto com outras músicas em algumas sessões para o selo Del-Fi, “Wipe Out” viu a luz do dia no lançamento do primeiro disco do Impacts em 1962. No entanto, uma melodia muito parecida foi lançada pelos Surfaris no ano seguinte e esta sim se tornou um dos maiores hits instrumentais de todos os tempos. Merrell afirmou mais tarde que seu grupo havia feito outra versão demo de “Wipe Out” e que esta é a que serviu de protótipo para o Surfaris. Enquanto na versão do Impacts a música é dominada pela steel guitar e o saxofone, na do Surfaris o arranjo privilegia a bateria e a guitarra base.
Os Impacts tocavam na região de Pismo Beach, ao norte de Los Angeles, e Merrell ainda ficou com eles por pouco mais de um ano até sair para acompanhar seus pais que se mudaram para o deserto do Mojave na região de Lancaster, na mesma Califórnia. Esse deserto ficou famoso na geografia roqueira porque era onde as cobras, os escorpiões e os lagartos disputavam o território com duas outras criaturas venenosas, mas no bom sentido: Frank Zappa e Don Van Vliet, mais conhecido como Captain Beefheart. Merrell foi então trabalhar no aeroporto local e num belo dia, praticando com sua guitarra, foi abordado por um dos empregados que disse ter um filho de 14 anos que estava aprendendo a tocar guitarra e se ele não queria conhecê-lo e quem sabe ensinar alguns truques ao garoto. Tratava-se de Jeff Cotton. Os dois se entenderam imediatamente e resolveram formar uma banda, recrutando o baixista Jim Fergusson e o baterista Greg Hampton através de anúncios no jornal local. Merrell and The Exiles foi completado logo depois com a entrada de um amigo de Cotton, o saxofonista Danny Stevens.
Não demorou muito e o Exiles se tornou a banda mais quente da região, tocando as composições que Merrell vinha colecionando desde 1960. Numa de suas apresentações, eles deixaram malucos o dono de um pequeno estúdio e selo de Palmdale de nome Glenn MacArthur. Começaram a gravar e a lançar singles e em questão de meses já disputavam as paradas de sucesso das rádios de toda a Califórnia. Tudo muito bacana, mas o ano era 64 e os Beatles e a Invasão Inglesa estavam chegando, derrubando tudo o que encontravam pela frente.
O Exiles lançou singles até 1966 e sua formação sofreu modificações com a troca do baixista por Larry Willey e do baterista por John French (dois outros bateristas já haviam entrado e saido do grupo). Por essa época, Frank Zappa estava formando o Mothers e Beefheart saiu à caça de músicos para formar seu próprio grupo. Ele tinha por hábito ficar na frente da casa de Merrell ouvindo os ensaios do Exiles e de vez em quando entrava para dar uma espiada no pessoal. Beefheart gostava do que ouvia, tanto que acabou levando Cotton e French para a sua Magic Band.
Com o fim da banda, Merrell Fankhauser voltou para Pismo Beach. Como a psicodelia corria solta, ele tratou logo de criar a sua, misturando na fórmula doses de folk, country e o seu ingrediente especial: a surf music. Com Bill Dood na guitarra, Dick Lee na bateria e Dan Parrish (depois Jack Jordan) no baixo, ele formou o Fapardokly – nome criado a partir das sílabas do sobrenome dos integrantes – e lançou pela Glenn Records um LP reunindo antigas músicas do Exiles, inspiradas em Ricky Nelson e Buddy Holly, e material novo, que aos ouvidos de hoje lembra o Byrds da fase Fifth Dimension e o Zombies.
Fapardokly é, em todos os sentidos, uma pérola perdida da West Coast Sound. Seus sulcos liberam melodias multifacetadas, decoradas com ótimos arranjos folkies, uma chapada guitarra de 12 cordas e uma qualidade sonora estranha, só encontrada naquele pequeno, caseiro e sem recursos estúdio da Glenn Records, cercado de deserto por todos os lados. E com esse nome enigmático, uma capa pavorosa, apenas mil cópias lançadas e poucas vendas regionais, o álbum logo ganhou status entre os colecionadores de discos e uma cópia original foi alcançando preços astronômicos com o passar dos anos.
Lá por 67 o Fapardokly se apresentava constantemente em um clube de Pismo Beach chamado The Cove. Algumas cópias do álbum foram enviadas para gravadoras maiores. Isso acabou chamando a atenção de George Tipton, um arranjador famoso de Los Angeles que andava trabalhando com Harry Nilson e outros artistas que estavam começando a aparecer. Na opinião de Tipton, o disco de Merrell era à frente do seu tempo, uma mistura interessante de vários estilos sem um rótulo definido. A banda então decidiu se mudar para LA (menos Dick Lee que foi substituído na bateria por Larry Myers) e com a ajuda de Tipton conheceu dois empresários que reservaram umas poucas horas de estúdio para a gravação de algumas músicas novas. Com elas a banda conseguiu um contrato no selo UNI Records para o lançamento de um novo LP, desta vez mudando seu nome para o mais palatável HMS Bounty.
Com um selo mais consistente por trás, o novo grupo de Merrell começou a se apresentar por toda a Califórnia, dividindo os shows com Canned Heat, Chicago, Electric Flag, Dusty Springfield e muitos outros. Em 1968, uma prensagem de alguns milhares de cópias (algo inédito na carreira de Merrell até então) coloca o HMS Bounty em condições de concorrer com as outras bandas da costa oeste. O disco, apesar de psicodélico até a medula, tem um apelo mais pop, com os vocais melancólicos de Merrell elevando a dimensão humana das letras e os arranjos se revelando mais viajantes, alguns deles influenciados pela nova onda de ragas indianos. Tinha tudo para dar certo, mas a UNI de repente pisou no freio e a promoção que prometeram para o disco foi realocada para o novo grande astro do selo: Neil Diamond. Problemas de distribuição também fizeram com que o disco sumisse do mercado rapidinho, transformando-o em mais um item cobiçado por colecionadores e seletos aficionados. Não é preciso nem dizer que a banda acabou por aí.
Merrell aproveitou seu tempo livre e foi fazer mais uma visita ao pessoal do Captain Beefheart que estava baseado nos subúrbios da área de Woodland Hills, não muito distante do litoral. Beefheart tinha a mania de manter todos os seus músicos confinados, numa espécie de concentração permanente, focados na composição de material, excursões e lançamento de novos discos, totalmente alheios ao que se passava ao redor. Merrell então aparecia, revia seus ex-companheiros do Exiles e eventualmente participava de alguma jam com a Magic Band. Nessa visita, Jeff Cotton (que no disco Trout Mask Replica recebeu a alcunha de Antennae Jimmy Semens) revelou a Merrell sua vontade de voltar a tocar com o amigo e abandonar Beefheart.
Acontece que alguém ouviu a conversa e dedou os planos de Jeff para o Capitão. A surra que Cotton tomou por causa disso o levou ao hospital com algumas costelas quebradas. Sua recuperação levou meses, que ele passou na casa de seus pais em Lancaster e depois na casa de Merrell. Uma nova banda estava sendo montada, com a volta dos ex-Exiles Randy Wimer na bateria e Larry Willey no baixo.
Foi nessa época, comecinho de 1970, que Merrell e Cotton, em meio a pesquisas para novas composições, tropeçaram no livro de James Churchward sobre o continente perdido de Mu. Eles se identificaram tanto com o livro e com os hábitos dos habitantes de Mu – que eram vegetarianos como eles e voltados para a natureza e a vida comunitária – que decidiram batizar sua nova banda de MU. Mas a vida não andava fácil para Cotton. Ele tinha medo de sair de casa por causa das ameaças de sequestro que recebia do pessoal que andava com Beefheart. E um belo dia eles foram às vias de fato, raptando Cotton enquanto ele fazia compras em uma quitanda próxima. Merrell então resolveu intervir e foi até a casa de Beefheart que se encontrava no banheiro dando uma lição de moral em Cotton, daquelas de deixar o rapaz chorando no box. Era preciso ser muito macho para enfrentar a banda e os amigos de Beefheart em sua própria casa e tirar o amigo guitarrista de lá, mas foi isso justamente o que Merrell fez. E ainda voltou mais tarde para um papo franco com Van Vliet. Com sua autoridade de capitão traída, Beefheart não admitia perder Cotton, para ele um gênio do rock, o melhor guitarrista de slide que ele já ouvira e, com certeza, uma das três melhores técnicas do estilo. Foram necessárias horas de muita conversa para convencer Van Vliet a aceitar as evidências e se conformar.
Livres, soltos e inspirados em Mu, as novas composições de Cotton e Merrell ganharam uma aura de misticismo inédita para ambos, com letras habitadas por discos voadores e carregadas de espiritualismo. A sonoridade da banda também ganhou tal dimensão que eles praticamente enlouqueceram o produtor Phil Meldman e o empresário Marty Gabler, que foram ouvi-los em um de seus shows em LA, a ponto de ambos bancarem a gravação de seu primeiro disco em um estúdio de Hollywood, que foi lançado em uma tiragem de apenas (mais uma) 3.500 discos pelo selo ERA/RTV de Beverly Hills.
Com o álbum homônimo MU nas mãos, Merrell conheceu o promotor Audrey Franklyn, que já havia cuidado da carreira do Lovin’ Spoonful, do primeiro concerto dos Rolling Stones no Hollywood Bowl e mais tarde trabalharia com Lennon e Yoko. Ele adorou o que ouviu e começou a promover a banda no rádio, na imprensa e na TV. Não demorou muito e MU já era considerado a melhor das novas bandas de Los Angeles, aparecendo constantemente na programação das TVs que cobriam a região e virando hit nas rádios FM.
Tanto entusiasmo pelo MU não era injustificado. O som que saia do LP era uma improvável mistura de Crosby, Stills & Nash, Beefheart e Grateful Dead, um dos sons mais sofisticados e inovadores do começo dos anos 70, uma espécie de psicodelia tardia, mas com lampejos progressivos graças, principalmente, aos intrincados arranjos das músicas, ao incrível slide de Cotton e também às intervenções crimsonianas que o mesmo Cotton tirava de seu clarinete. Sem dúvida um dos melhores discos lançados nos EUA em 1971 e que só ganhou lançamento europeu, desta vez pela United Artists e com outra capa, em 74, mesmo ano em que saiu no Brasil.
O interesse de Merrell e Cotton pelo continente de Mu não foi passageiro. Cada vez mais eles se aprofundavam em estudos e pesquisas sobre o tema. A coisa chegou a tal ponto que em 1973 eles acabaram aceitando o convite de um amigo músico de nome Jeff Parker para conhecer Mauí, a segunda maior ilha do arquipélago havaiano, lugar que segundo as lendas nativas seria o topo de uma montanha do continente perdido. Após uma breve estada de 10 dias resolveram vender tudo o que tinham e, em seis meses, estavam de volta à ilha, desta vez definitivamente. O único da banda que não topou a idéia foi o baixista Larry Willey, substituído então por Parker que já morava em Mauí.
A identificação dos músicos da banda com os habitantes da ilha (e vice-versa) foi imediata. Os shows do MU eram disputadíssimos e logo eles viraram celebridades locais, já que o único rock star que tocara por lá antes deles foi Jimmy Hendrix em 1970. Depois de um ano morando comunitariamente em uma casa na floresta, com eletricidade fornecida por geradores domésticos, eles conheceram o engenheiro Barry Mayo, que havia trabalhado com o Quicksilver Messenger Service e tinha alguns equipamentos de gravação que eles conseguiram instalar na casa da floresta. Foi a partir daí que eles reuniram material novo e puderam ir gravando ao vivo num modesto equipamento de quatro canais. Lá pelo final de 1974, no entanto, Jeff Cotton e Randy Wimer decidiram abandonar o mundo da música e voltar à Califórnia para seguir vocação religiosa, como sacerdotes cristãos.
Merrell permaneceu em Maui vivendo com a violinista Mary Lee, com quem iniciou uma parceria na composição de novas músicas que iriam virar o The Maui Album, lançado em 1976 numa tiragem de apenas 1000 discos. Esse álbum merecia muito mais do que isso, pois foi gravado em São Francisco e parcialmente bancado pelo recém inaugurado selo Dark Horse, de George Harrison. O ex-beatle estava tão entusiasmado com o material que se ofereceu, inclusive, para tocar slide em uma das músicas. Problemas organizacionais do selo acabaram por frustrar o projeto e o disco foi lançado no Havaí graças ao investimento de dois amigos locais.
Nos anos 80, quando já morava há muito em um outro endereço na ilha, Merrell recebeu a visita de dois fãs alemães interessados em materiais do MU. Foi quando ele se lembrou das fitas que o grupo havia gravado em sua casa estúdio na selva e, munido de uma machadinha, abriu caminho no mato que já tomava toda a antiga casa e conseguiu recuperar as fitas, ainda em boas condições apesar do abandono. As músicas foram lançadas no final dos anos 80 por alguns selos voltados para colecionadores. Ele ainda lançou vários álbuns nos últimos 25 anos, um deles com John Cippolina, do Quicksilver Messenger Service, e outro com Ed Cassidy, do Spirit.
Merrell Fankhauser jamais encontrou fisicamente seu continente perdido, mas o mundo do rock encontrou nele um grande exemplo de que nem sempre seus heróis são construídos pela mídia e pela super exposição. Ele é um dos únicos artistas cobiçados por fanáticos de vários gêneros, do surf rock ao folk, da psicodelia ao progressivo. São mais de 250 composições gravadas, discos disputados a tapa por colecionadores e até mesmo uma indicação ao Grammy de 2011 na categoria “Best Historical Album”. E esta história, que começou há 50 mil anos atrás, está longe de terminar.
Para os que se interessaram seguem links de algumas músicas compostas por Merrell Fankhauser em seu diversos grupos ao longo do tempo:
Fapardokly – “Gone to Pot
Fapardokly – “Tomorrow’s Girl
H.M.S. Bounty – “I’m Flying Home
H.M.S. Bounty – “Lost in the City
H. M. S. Bounty – “A Visit with Ashiya
MU – “End of An Era
MU – “Ain’t no Blues

18 comentários sobre “Surf rock, psicodelia e um continente perdido

  1. Ótimo texto e ótimo tópico!
    Surf Music já é uma seara pouco explorada por rockeiros em geral, quanto mais essas obscuridades.
    E pensar que o cara compôs a "Wipe Out" original! haha
    Vou dar uma conferida em alguns dos videos.
    Parabéns novamente, Gaspari!

  2. Mais um texto do Mestre "Siri da Gaita" de excepcional qualidade. Profundidade e esclarecimentos necessários o suficiente para o entendimento de um período pouco esclarecido para o "mais vil" dos mortais.

    Continuo achando que Gaspari deveria pensar seriamente em publicar um livro com um apanhado do seu vasto cabedal!

    Parabéns Garoto!

  3. Olá Siri! adorei o texto mais uma vez, super bem contextualizado. O MU eu conheço ainda só por nome e por capa, os trabalhos que conheço são os do Fapardokly e realmente, faço coro de que o trabalho é excelente! em tempo, tb gosto bastante de surf-rock de Venturis, Shadows, Surfaris, Jan & Dean, Beach Boys, etc…
    Agora o MU me deixou instigadíssimo!
    Valeu, cara!
    Abraço!

  4. Gosto bastante de Surf Music, e é curioso um nome tão importante como o de Fankhauser não ter maior exposição e reconhecimento dentro do mundo musical, que realmente não é dos mais justos com seus maiores talentos…

    Meus parabéns ao "Mestre Siri" por mais um texto histórico e informativo aos pobres mortais que só conhecem as parcas 500 bandas que todo mundo por aí também curte. É o resgate dessas "obscuridades" escondidas pelo tempo na mata do rock and roll (e que o Gaspa, com sua machadinha de sabedoria, vem resgatando aos poucos da "abandonada casa na floresta") que me fazem perceber o quanto ainda tenho a conhecer e aprender nesse inesgotável manancial musical que existe por aí!

  5. Caro Siri, que história interessante! E totalmente desconhecida pelo menos para mim.
    É sempre um prazer ler e aprender com seus textos.
    Forte abraço da Giu

  6. Muito bom ver as pessoas comentando por aqui. Fico inseguro quando ninguém participa e logo penso em começar meu próximo texto assim: Meu querido diário…
    Pelo jeito quem leu se identificou mais com a parte que tratou de surf music e psicodelia. Isso mostra que eu fracassei redondamente, pois minha intenção era chamar a atenção para o MU, esse sim um grupo que eu considero diferenciado e especial.
    Por outro lado, a Giulianella comentou meu texto, o que me enche de orgulho e deveria ser motivo de muita comemoração aqui no blog.
    A Giu desmonta aquela tese absurda do KCarão de que as mulheres não se interessam por rock progressivo. Ela não só se interessa, como é top de linha. A Giu sabe muito e tem um bom gosto enorme, daqueles de por no chinelo muito barbudo metido a besta.
    Seja bem-vinda Giu!!!

  7. Fiquei corada!
    Obrigada por palavras tão elogiosas, Siri.
    Já disse uma vez e repito, sou apenas uma grande amante de sons, nada mais. O conhecedor dos meandros "historiográficos" da boa música é você!
    beijos, meu caro.
    Giu

  8. Gaspa, Merrell Fankhauser foi um dos melhores artists que conheci através da internet, e sabe por causa de que? Por causa do MU. O primeiro disco do grupo é uma obra prima, assim como curto bastante o maui. Demorei meses catando em blogs esses discos, até q achei no finado chrisgoesrock. Nao conhecia os atritos do Merrel com o Beefheart, mas sabia da historia dadaa no Cotton. Tua introdução historica esta tambem sendo uma novidade para mim. Desconhecia totalmente esse continente, e me ficou na mente se a letra MU do grego teria alguma origem nesse continente.

    Enfim, como sempre, parabéns!!

  9. Legal, Mairon. Juro que fiquei feliz em saber que você não só conhece como curte bastante o MU. É uma banda fantástica, que eu conheci quando comprei do LP nacional lançado por aqui em 74 ou 75. Anos atrás consegui um CD duplo chamado “The Complete Maui Sessions” que tem tudo o que o MU gravou. Até onde eu sei, O Merrell e o Beefheart sempre foram muito amigos. Aliás, acho que foi apenas a consideração do Capitão pelo Merrell que permitiu que ele se metesse no problema da banda com o Cotton. Quanto ao continente de MU, pesquisei pouco, apenas o suficiente para fazer a introdução do texto. É evidente que essas histórias são alimentadas pela especulação. Alguém estuda a história maia ou asteca, descobre lendas sobre uma civilização perdida e dá asas à imaginação. Aconteceu o mesmo com a Atlântida, cuja primeira citação foi feita em uns escritos de um filósofo da antiguidade grega (Sócrates ou Aristóteles, sei lá, não estou com saco de ir lá pesquisar) e ela passa a habitar a imaginação de vários escritores ao longo da história. O que os geólogos modernos dizem é que é impossível um continente daquele tamanho ser simplesmente tragado pelas águas do oceano, e isso em apenas uma noite (coisa sustentada pelos historiadores desse continente). Mas existe um site dedicado ao James Churchward que traz informações completas sobre suas pesquisas a partir das tabuletas de argila, com informações inclusive sobre a escrita de MU (basta escrever o nome do escritor no Google). Talvez lá informe se tem alguma ligação com o alfabeto grego.
    Abraço.

  10. Belo texto; rico em informações. Parabéns por nos brindar com essa aula magna dessa maravilhosa cátedra. Tenho o álbum do Fapardokly e isso me levou a pesquisar sobre os membro da banda. Estou fechando a compra do álbum do MU, que curto muito. Assim como ocorreu com os discos aqui (Brasil) lançados pela Sábado Som, não dá pra acreditar que o álbum do MU aqui foi lançado em pleno 75, aliás, com a capa linda (muito melhor que a original), uma capa que realmente faz jus ao nome (origem) da banda.

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