Notícias Fictícias que Gostaríamos que Fossem Reais: Viper retorna com sua formação original

Notícias Fictícias que Gostaríamos que Fossem Reais: Viper retorna com sua formação original

Por Fernando Bueno

Notícias Fictícias que Gostaríamos que Fossem Reais é uma sessão da Consultoria do Rock onde apresentamos notícias fictícias, mas que poderiam se tornar reais em algum momento de nossas estadas aqui na Terra. A intenção não é gerar polêmicas ou controvérsias sobre determinados fatos, mas apenas incitar a discussão sobre o que ocorreria se o mesmo fato chegasse a acontecer.
Finalmente a notícia que muitos fãs de heavy metal gostariam de ler: está de volta uma das mais importantes bandas brasileiras do gênero, em sua formação original. Não, ainda não teremos o retorno do Sepultura clássico, com os irmãos Cavalera. Trata-se do Viper, grupo formado em 1985 pelos irmãos Pit (baixo) e Yves Passarel (guitarra), por Felipe Machado (guitarra), além do hoje em dia renomado vocalista Andre Matos.


André Matos

Andre Matos iniciou sua carreira musical ainda muito jovem, com apenas 13 anos de idade, ao entrar na banda dos irmãos Passarell. Pouco tempo depois, em 1985, subiu pela primeira vez em um palco e após isso nunca mais parou. A partir daí foram muitos discos gravados com várias bandas diferentes. Os motivos de nunca ter se firmado em uma banda por muito tempo foram diversos. Alguns dizem que sua personalidade atrapalha o convívio com outros músicos, ainda mais quando estes também possuem personalidade forte.

Durante todos esses anos, o cantor passou por Viper, Angra, Shaman e mais recentemente pelo Symphonia, além de diversos outros projetos pessoais, como o Virgo, ao lado do produtor e multinstrumentista Sascha Paeth, e de inúmeras participações especiais, como as feitas no Avantasia, de Tobias Sammet. Porém, aqui no Brasil, além de sua forte identificação com o Angra, ele sempre é lembrado por seu trabalho no Viper, banda com a qual gravou, ainda adolescente, aquele que talvez seja o melhor álbum de heavy metal brasileiro de todos os tempos, Theatre of Fate, de 1989.
Soldiers of Sunrise
Muitos queriam um retorno do grupo que foi um dos precursores do heavy metal melódico não só no Brasil como no mundo. “As negociações começaram já há alguns meses, quando nos encontramos em um desses shows internacionais e ficamos conversando sobre a cena metal do país”, disse Pit Passarell. Ele continua: “a importância do Viper é muito grande para muita gente, mesmo depois de todos esses anos”.




Theatre of Fate



Depois da saída de Matos do Viper, Pit Passarell assumiu a voz e a partir daí gravaram discos bem diferentes daqueles que foram feitos com seu vocalista original. Alguns desses discos tiveram pouca repercussão, como é o caso de Tem pra Todo Mundo (1996), que acabaram levando a banda ao ostracismo, seguindo em frente apenas pela insistência do baixista. “De todos esses álbuns que gravamos depois da saída do Andre, o que mais tenho orgulho de ter feito é o Evolution, e, pelas nossas conversas, esse será o único que contribuirá com canções para esses próximos shows”, disse um Pit Passarell levemente incomodado. A banda também ficou em inatividade por cerca de quatro anos durante o fim dos anos 90 e o começo dos anos 2000.



André, Pit e Guilherme Martin
Andre Matos resume essa volta da seguinte forma: “voltei para firmar meu nome e o nome do Viper. Quero ser lembrado futuramente como o vocalista do Viper, independentemente dos outros grupos pelos quais eu passei. Claro que tenho orgulho dos trabalhos que fiz com outras bandas, mas o Viper é diferente. Tem a questão da nostalgia e dos bons momentos que o metal vivia durante os primeiros anos da banda.”
Yves Passarel em seus tempos de Capital Inicial
Difícil foi convencer Yves Passarell, que encontrava-se em uma lucrativa passagem pelo Capital Inicial, banda brasileira de pop rock. A tarefa de trazê-lo de volta foi do irmão, que insistiu nos argumentos nostálgicos, relembrando todas as histórias legais que eles viveram quando adolescentes. “O Yves entrou para o Capital Inicial e se deu muito bem. Porém, mesmo estando longe, como músico, da cena metálica durante tanto tempo, ele nunca deixou de ouvir as bandas das quais sempre gostou. E a vontade de tocar esse material sempre esteve com ele”. Entretanto, seu retorno ao Viper não atrapalhará sua vida com o Capital Inicial. “Tenho certeza de que o público do metal não vai se importar de eu tocar em uma banda pop, sem falar que o público do Capital nem sabe que sou originalmente do heavy metal”.
Felipe Machado foi mais fácil de convencer. Apesar de hoje em dia trabalhar como editor de multimídia para o jornal O Estado de S. Paulo, ele acredita que a sua profissão não atrapalhará seus compromissos com a banda.



Felipe Machado durante as Olimpíadas
da China, trabalhando para o Estadão



No entanto, apesar do anúncio dos músicos dar conta de que a formação original estaria se reunindo, há uma exceção. Nem Cássio Audi, que gravou Soldiers of Sunrise (1987), nem Sérgio Facci, que tocou em Theatre of Fate, empunharão as baquetas nessa reunião. O baterista escolhido foi Renato Graccia, que entrou para a banda em 1989 e nela está até hoje. “Ele não chegou a gravar com André Matos, mas se alguém perguntar quem foi o baterista do Viper, muitos dirão o nome dele, já que foi o que mais tempo ficou na banda”, explica Pit Passarell.
Os ensaios começaram há poucas semanas, e, segundo os músicos, as coisas então indo bem, de ânimos renovados, sem dificuldades. Alguns arranjos podem sofrer algumas modificações, principalmente o material de Evolution (1992), cujas músicas podem vir a ter seus tons alterados, a fim de que se encaixem ao estilo vocal de Andre. Sobre um provável disco novo, eles ainda estão reticentes e não querem fazer promessas. “Vamos ver o que acontece durante esses shows, que já estão marcados. Depois disso podemos agendar mais alguns shows, e, se tudo correr bem, não vejo problema em pensar na possibilidade de um álbum com material novo”, disse um reservado e misterioso Andre Matos.



Evolution



Quanto à turnê, já estão marcados alguns shows em São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e algumas cidades do Nordeste. Depois disso eles retornam a São Paulo para mais algumas datas, e daí para o Japão, onde o anúncio da volta gerou muita expectativa, dado que o grupo sempre foi lembrado pelos fãs japoneses. O vocalista está também intermediando alguns shows na Europa já que possui muitos contatos por lá.
Há poucas semanas foi realizado um show privado para alguns convidados no melhor estilo dos ensaios de bandas de garagens, quando a banda toca para os amigos. Foram executadas 14 músicas, cuja avaliação geral foi muito positiva. Claro que alguns erros foram inevitáveis, e houve alguns casos em que músicas foram interrompidas no meio ou logo após o início para pequenos ajustes, algo até certo ponto normal, tendo em vista que o quinteto havia realizado apenas três ensaios. O álbum Theatre of Fate foi tocado praticamente na íntegra, faltando apenas a curta introdução “Illusions”. Os fãs devem estar ansiosos, e têm muitos bons motivos para isso.
Para os curiosos, o set list desse show/ensaio foi:

1. Knights of Destruction
2. Coming from the Inside
3. Rebel Maniac
4. Wings of the Evil
5. Law of the Sword
6. At Least a Chance
7. To Live Again
8. A Cry from the Edge
9. Living for the Night
10. Prelude to Oblivion
11. Theatre of Fate
12. Moonlight
13. Evolution
14. Soldiers of Sunrise

6 comentários sobre “Notícias Fictícias que Gostaríamos que Fossem Reais: Viper retorna com sua formação original

  1. Caraca, essa volta com show em Porto Alegre seria O SHOW de metal da minha vida, ainda mais se o repertorio fosse esse. Theatre of Fate é disparado o melhor disco do metal nacional, e o Soldiers of Sunrise é tão bom quanto. Ouvir Rebel Maniac, Prelude to Oblivion, A Cry from the Edge, Moonlight e Living for the Night com a formação perfeita (já que realmente o baterista do Viper é o Graccia) seria de arrancar arrepios até do suvaco.

    O Andre me pareceu um cara simpático quando eu conversei com ele, e fica a pergunta, apesar do sucesso dele e do Yves, essa volta não acontece realmente por que? (tipo, um especial de 25 anos no Rock in Rio, por exemplo, apesar de ja serem 26 anos da formação original)

  2. Nem fale Mairon…Se isso ocorresse daria para cancelar o show do Coheed and Chambria (quem?!?!), do Slipknot e do Gloria (quem?!!?!?!!??!)…
    Só para lembrar que o Yves vai tocar um dia antes com o Capital abrindo para o Red Hot…
    Esse set list realmente ficou matador…hehehe

  3. O que é a incompetência das produtoras do Sul: acreditam que ainda não estão vendendo os ingressos para este showzaço aqui em Porto Alegre? Já liguei para vários pontos de vendas e ninguém sabe de nada… é brabo!

    Brincadeiras a parte, como seria legal essa volta, tanto para os fãs como para o próprio Viper, o qual, apesar do belo disco com o Bocci (All My Life) nunca mais fez nada no nível dos discos com o André Matos! Eu com certeza estaria ali no gargarejo para ver essa apresentação!

    Se Theatre Of Fate não for o melhor disco da história do metal nacional, com certeza fica no pódio…

    Baita texto, Bueno!

  4. Já faz um bom tempo que eu meio que larguei de mão o dito metal melódico. O que escuto geralmente é com ouvidos diferentes, muito mais críticos, mas alguns poucos álbuns ainda soam bastante relevantes. Sem dúvida um deles é "Theatre of Fate", um dos melhores discos do heavy metal nacional, facinho, disputando com álbuns como "The Laws of Scourge" (Sarcófago) e "Beneath the Remains" (Sepultura). "A Cry From the Edge" é indiscutível, que musicão!

  5. Grande banda e que merecia uma volta como essas. Se bobear, quando começarem a vender os ingressos para esse mega show eu compro e saio daqui de Volta redonda para assistir. Para mim, "Theatre of Fate" disputa com "Angels Cry", "Holy Land", "The Laws of Scourge", "Chaos AD", "Arise", "Temple of Shadows" e mais algum outro que eu tenha me esquecido o pódio de melhor do metal nacional…parta vcs verem que tem muita coisa boa por aqui…ainda dava para listar muitos outros com certeza.

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