Joe Walsh – The Smoker You Drink, the Player You Get [1973]

Joe Walsh – The Smoker You Drink, the Player You Get [1973]

Por Daniel Benedetti

The Smoker You Drink, the Player You Get é o segundo álbum de estúdio do músico norte-americano Joe Walsh, lançado em junho de 1973 pelo selo ABC-Dunhill. Os dois álbuns da James Gang, James Gang Rides Again (1970) e Thirds (1971), produziram clássicos como “Funk #49” e “Walk Away”. O álbum James Gang Live at Carnegie Hall foi o último disco de Joe Walsh com o grupo, pois ele teria ficado insatisfeito com as limitações da banda.

Os dois membros restantes, Dale Peters e Jim Fox, continuaram o grupo com o vocalista Roy Kenner e o guitarrista Domenic Troiano (ambos ex-membros da banda canadense Bush) em dois álbuns, Straight Shooter e Passin’ Thru, ambos lançados em 1972. Em dezembro de 1971, depois que Walsh deixou a James Gang, Steve Marriott, guitarrista e vocalista do Humble Pie, convidou Joe para se mudar para a Inglaterra e se juntar à sua banda, da qual Peter Frampton havia saído, mas Walsh recusou. Em vez disso, Walsh se mudou para o Colorado e formou uma banda chamada Barnstorm, com o baterista e multi-instrumentista Joe Vitale e o baixista Kenny Passarelli, embora ambos os álbuns foram creditados a Walsh como artista solo.

Cartaz promocional de show da “nova banda” de Joe Walsh

Os caras começaram a gravar seu álbum de estreia imediatamente após a formação, mas na época só havia Walsh e Vitale nessas sessões. Chuck Rainey gravou as primeiras faixas de baixo do álbum, mas logo estas foram substituídas pelas de Passarelli. Walsh e a Barnstorm lançaram seu álbum de estreia, o homônimo Barnstorm, em outubro de 1972. Após seguir uma suposta sugestão de Pete Townshend, Walsh utilizou o sintetizador ARP Odyssey com grande efeito em canções como “Mother Says” e “Here We Go”. Walsh também experimentou violão, slide guitar, pedais de efeitos, fuzzbox, talk box e teclados, além de colocar sua guitarra diretamente em um alto-falante Leslie 122 para obter tons de guitarra ondulados, semelhantes aos de um órgão. O álbum foi um sucesso de crítica, mas teve sucesso comercial apenas moderado. O segundo álbum é este The Smoker You Drink, the Player You Get.

Neste álbum, Walsh compartilha os vocais e as composições com os outros três membros do Barnstorm: o baterista/multi-instrumentista Joe Vitale, o baixista Kenny Passarelli e o novo membro, o tecladista Rocke Grace. A  arte da capa do álbum apresenta um caça britânico Sopwith Snipe com cores francesas que parece voar de cabeça para baixo (o azul-celeste está na parte inferior; o fundo marrom está no topo). “Rock Mountain Way” abre o trabalho e é um verdadeiro clássico do Rock, com seu ritmo bluesy cativante. “Bookends” traz uma canção mais suave, com Vitale nos vocais, em um sentimento mais confortante. “Wolf” é mais melancólica e mais sombria, com um andamento mais lento. “Midnight Moodies” é instrumental, sendo animada e contagiante, com algumas mudanças de ritmos, toques caribenhos e flautas afiadas. “Happy Ways” é uma canção com um toque de latinidade, sendo bastante entusiasmada, contando com vocais de Kenny Passarelli.

Capa interna gatefold

“Meadows” é uma música mais suave, mas que, em alguns momentos, até lembra o trabalho de Walsh na James Gang. Uma das melhores do disco, “Dreams” é uma faixa bluesy com ótima atuação de Walsh. “Days Gone By” conta com vocais de Vitale, sendo uma espécie de balada intimista. “Daydream (Prayer)” é uma música curtinha que encerra o disco. O inegável talento de Joe já poderia ser comprovado pelo fato que a James Gang jamais conseguiu superar a saída dele do conjunto. E, se The Smoker You Drink, the Player You Get foi um projeto da banda Barnstorm, o caráter personalístico que Joe Walsh dá às próprias composições é, de longe, o diferencial do projeto.

Sim, Joe Walsh é muito bem acompanhado no disco, em especial, o talentoso multi-instrumentista Joe Vitale, mas o toque especial de Walsh é sentido por todo o disco, seja em sua capacidade singular em criar melodias, seja na sua forma de cantar e ou tocar guitarras. Uma tônica do álbum é sua fusão de sonoridades diversas, com o rock and roll como alicerce. Música caribenha, Blues, Folk e Country vão dando contornos à criativa guitarra de Joe Walsh.

Joe Walsh ao vivo em 73

The Smoker You Drink, the Player You Get foi comercializado sob o nome de Walsh (embora oficialmente um álbum do Barnstorm) e foi seu avanço comercial. Ele alcançou a 6ª posição na parada da Billboard dos EUA. O primeiro e principal single, “Rocky Mountain Way”, recebeu grande repercussão e alcançou a 23ª posição no Top 40 dos EUA. A crítica especializada tem o disco em alta conta. Em 1974, o Barnstorm se separou e Walsh continuou como artista solo e fontes afirmam que um dos motivos da separação é o fato da obra ter sido creditada como um trabalho solo de Walsh. Segundo algumas estimativas, o álbum supera a casa de 500 mil cópias vendidas apenas nos EUA.

Contra-capa do vinil

Track list

  1. Rocky Mountain Way
  2. Bookends
  3. Wolf
  4. Midnight Moodies
  5. Happy Ways
  6. Meadows
  7. Dreams
  8. Days Gone By
  9. Daydream (Prayer)

Um comentário em “Joe Walsh – The Smoker You Drink, the Player You Get [1973]

  1. Já vi algumas pessoas desprezarem Joe Walsh por seu jeito meio bufão de ser, mas o cara é um guitarrista de primeira e canta razoavelmente bem. Esses trabalhos com o Barnstorm são muito bons! “Rocky Mountain Way” se tornou uma espécie de canção-tema dele, aparecendo inclusive nos shows do Eagles e da James Gang no seu retorno aos palcos. Além dela, gosto muito de “Meadows” e “Dreams”, em especial esta última, que é menos conhecida na carreira do cara.
    Não sabia desse convite do Steve Marriott a Walsh… Agora fico imaginando como teria sido o Humble Pie com Walsh e Marriott comandando as guitarras e vocais!!

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