ZZ Top – Antenna [1994]
Por Daniel Benedetti
Lançado em 1990, o décimo álbum de estúdio do ZZ Top, Recycler, foi o último do grupo sob contrato com a Warner Records.
Recycler também foi o último de uma trilogia sonora distinta no catálogo do ZZ Top, marcando um retorno a um som de blues mais simples, conduzido pela guitarra, com menos sintetizadores e afagos pop que os dois álbuns anteriores.
Esse movimento não agradou inteiramente à base de fãs que os discos Eliminator e Afterburner construíram e, embora Recycler tenha alcançado o status de platina, nunca igualou as vendas desses álbuns. No entanto, o single “My Head’s in Mississippi” alcançou o primeiro lugar na parada Billboard Album Rock Tracks daquele ano.
Em 1992, a Warner lançou ZZ Top’s Greatest Hits, com uma nova versão “no estilo dos Rolling Stones”, “Gun Love”, e um vídeo com influência de Elvis, “Viva Las Vegas”. Em 1993, ZZ Top introduziu uma grande influência, Cream, no Rock and Roll Hall of Fame.
Em 1994, a banda assinou um contrato de 35 milhões de dólares com a RCA Records, lançando o álbum Antenna, o décimo primeiro de estúdio da banda, e, obviamente, o primeiro disco do grupo sob contrato com o selo RCA.
O conjunto continuava formado pelo guitarrista e vocalista Billy Gibbons, pelo baixista Dusty Hill e pelo baterista Frank Beard. O trabalho foi gravado entre junho e outubro de 1993, tendo a produção de Billy Gibbons e Dusty Hill. O lançamento oficial aconteceu em 18 de janeiro de 1994.
“Pincushion” abre o disco com força e pujança, contando com um riff poderoso e ótimos vocais de Gibbons. “Breakaway” esbanja o absurdo feeling de Gibbons em uma ótima balada bluesy. A direta “World of Swirl” traz vocais principais de Dusty Hill. “Fuzzbox Voodoo” é mais uma canção que traz à memória dos fãs a fase inicial do grupo.
“Girl in a T-Shirt” traz um ritmo mais malicioso e ótimo trabalho de Beard na bateria. A roqueira e direta “Antenna Head” conta novamente com o baixista Dusty Hill nos vocais. “PCH” tem bom ritmo, mas é menos inspirada. “Cherry Red” tem novamente a bateria de Frank Beard bem destacada e ótima presença da guitarra de Gibbons.
“Cover Your Rig” é outro Blues Rock cadenciado e bem pesado, faixa especial dentro do disco. Frank Beard novamente se destaca na roqueira “Lizard Life”. “Deal Goin’ Down” encerra o disco, com Hill novamente assumindo os vocais. Confesso que para mim, que prefiro o ZZ Top setentista, Antenna soa muito bem, como um resgate de sua sonoridade mais voltada ao Blues e com base na guitarra. As composição são bem inspiradas e a ótima produção, bastante limpa, realça a qualidade do baterista Frank Beard.
O single “Pincushion” alcançou o primeiro lugar na parada Mainstream Rock Tracks nos EUA. O segundo single, “Breakaway”, trazia um lado B que não pertencia ao álbum: “Mary’s”. Os demais singles do disco foram “PCH” e “Fuzzbox Voodoo”.
Antenna atingiu a ótima 14ª colocação da principal parada de álbuns norte-americana e a 3ª posição na sua correspondente britânica. Há estimativas de que o álbum supere a casa de 1 milhão de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.
Os álbuns subsequentes pela RCA, Rhythmeen (1996) e XXX de 1999 (o segundo, com faixas ao vivo) venderam bem, mas não atingiram os níveis desfrutados anteriormente. Em 2003, ZZ Top lançou um último álbum com o selo RCA, Mescalero.
É o primeiro disco do ZZ Top que ouvi na íntegra. Quando de seu lançamento, a Rádio Atlântida FM daqui do RS passou ele, em um tempo que isso podia sei lá como. Era um programa da madrugada, e consegui gravar várias músicas. Anos depois, consegui ele naquele esquema de lojas se desfazendo de discos a preço de banana, devo ter pago no máximo 1 real, e tenho o mesmo até hoje. Não é o melhor do ZZ Top, longe disso, mas tenho grande apreciação por ele. valeu a lembrança Daniel, belo texto
Massa seu relato, amigo. Muito obrigado.
Bons tempos quando CD’s tinham valores bem acessíveis!
Daniel, eu peguei o vinil hehehe. Abraços
Hahahahahah, mas vale também hj os vinis estão com preços abusivos também.
“Antenna” foi, para mim, o último disco realmente bom do ZZ Top até sair o “La Futura” em 2012. Difícil acreditar que já se foram 30 anos e a banda, que nunca foi das mais produtivas, só lançou quatro discos desde este “Antenna”. Gosto muito de “Pincushion” (que teve uma versão ao vivo com letra diferente lançada como “Sinpusher” no insuportável “XXX” de 1999), “PCH”, “Breakaway” e “Deal Goin’ Down”. Comprei o CD na época do lançamento, tenho-o até hoje em boas condições.
Eu concordo com a afirmação de que Antenna é mesmo o melhor áçbum até o La Futura.
Saudações.