Melhores de 2020: Por Fernando Bueno

Melhores de 2020: Por Fernando Bueno

Virou o ano e chegou a hora das nossas tradicionais listas de Melhores do Ano. Muitas listas de melhores do ano já pipocaram pelos sites, blogs e revistas ao longo de dezembro, mas nós da Consultoria do Rock costumamos esperar até os últimos momentos, pois sempre há uma chance de sair algum novo clássico nos últimos dias, não é? Todo mundo sabe que 2020 vai ser um ano para esquecer. A pandemia vai ser o tópico mais lembrado e que ficará para a história. Porém para os amantes de músicas muito bons discos também ficarão marcados. A minha lista que você verá abaixo é totalmente baseada no que eu consegui ouvir, pois muitos discos de artistas que eu gosto ainda não rolaram por aqui como os novos do Paul McCartney, do Bruce Springsteen, do Sodom e do Joe Bonamassa. Será que eles poderiam estar entre os 10 que escolhi? Ainda não sei. O curioso é que dos dez discos que eu escolhi, quatro são de bandas que eu nunca tinha ouvido, inclusive o primeiro colocado. Também foi um ano em que praticamente ouvi só metal e isso ficará bem claro com as minhas escolhas. No mais, espero que gostem dos discos que coloquei aqui e aproveito para desejar à todos um feliz 2021.


Green Carnation – Leaves of Yesterday

Certamente o álbum que mais ouvi no ano. Engraçado como as coisas acontecem. Nunca tinha ouvido a banda e acabei ouvindo meio sem querer por conta do Youtube. Esse disco me levou aos seus outros, mas nenhum deles me agradou tanto quanto Leaves of Yesterday. Depois fui saber que a banda tinha ficado quase quinze anos sem lançar um único álbum. São apenas cinco faixas, sendo um cover excelente e muito pertinente para “Solitude” do Black Sabbath e uma faixa que foi retrabalhada de material mais antigo, “My Dark Reflections of Life and Death”, mas a faixa título é a que merece maior destaque. A mistura de música extrema com rock progressivo é talvez a melhor tendência musical desse período que estamos vivendo. Como curiosidade o meu disco preferido de 2020 é o único dessa lista que eu ainda não tenho em versão física.


Revolution Saints – Rise

Normalmente esses grupos escalados pela Frontiers são bastante efêmeros, feito para extravasar a criatividade de algum compositor do núcleo da gravadora. Porém o Revolutions Saints (Deen Castronovo, Doug Aldrich e Jack Blades) conseguiu gravar seu terceiro disco com essa formação e acertou em cheio. Fazia tempo que um disco desse novo AOR, que vem sendo chamado de melodic rock, não caia tanto nas graças de meus ouvidos. Fosse os anos 80 a faixa “Price We Pay” seria um sucesso radiofônico nos moldes de “The Final Countdown”. O mais curioso é notar o quão bom cantor o baterista Deen Castronovo é.


Paradise Lost – Obsidian

O Paradise Lost tem engatado discos de altas notas nesses seus últimos lançamentos e Obsidian não fica para trás de nenhum desses discos dos seus últimos dez anos. Ainda que The Plague Within ainda seja meu preferido dessa leva, Obsidian está disputando cabeça à cabeça com ele. A mistura de death, doom, metral tradicional com pitadas de gothic rock não é exatamente uma novidade, mas o Paradise Lost sabe fazer com maestria.


Sorcerer – Lamenting of the Innocent

Não conhecia o Sorcerer e a indicação do disco veio de um grupo de amigos que estavam doidos por ele. Foi um impacto logo de cara. Tinha a impressão que era uma banda mais extrema e encontrei um doom metal mais próximo ao heavy tradicional que o Candlemass, só para dar um parâmetro para quem ainda não ouviu. Com uma temática de inquisição e caça às bruxas, algo que eu não sabia antes de começar a ouvir, o disco enfileira grandes músicas com destaques para a faixa título e “Dance With the Devil”. E a melhor coisa para quem gostar de Lamenting of the Innocent é saber que o disco anterior, The Crowning of the Fire King (2017) é ainda melhor.


Testament – Titans of Creation

Se eu falar que eu gostei mais de Titans of Creation do que Dark Roots of the Earth tenho certeza que alguns vão achar que estou exagerando. Mas depois da quinta ou sexta vez que ouvi o último disco do Testament foi um sentimento que começou a crescer fazendo com que eu voltasse ao Dark Roots para eu tirar a dúvida. Recentemente, em um grupo, começamos a listar as faixas de destaque do disco e a maioria delas foram citadas como destaque por pelo menos uma pessoa. Isso mostra o quanto o álbum é forte. Para não passar batido as faixas que mais gostei são: “Dream Deceiver”, “Ishtars Gate” e “Code of Hammurabi”.


Alcatrazz – Born Innocent

Quem esperava um disco do Alcatrazz depois de 34 anos do último, Dangerous Games? Ainda mais com boa parte dos membros originais? Quando eu soube do disco tinha quase certeza que seria algo na linha de Graham Bonnet´s Alcatrazz, mas quando vi que junto dele tinha o Gary Shea e o Jimmy Waldo, meu interesse foi bem maior. O posto de guitarrista – e o foco das infinitas comparações que serão feitas com Yngwie Malmsteen e Steve Vai – ficou a cargo de Joe Stump e ele fez um belo trabalho quando pode, pois colocaram um monte de participações especiais, como Chris Impelitteri, logo na faixa de abertura, Dario Mollo, Bob Kulick e o próprio Steve Vai. Um belo álbum, melhor que o anterior e que faz juz ao material do início da década de 80. O único problema é que pelo jeito já deu problema interno no grupo e há a possibilidade de termos duas bandas com o nome Alcatrazz em 2021. Vamos esperar.


Vanderberg – 2020

Se foi uma surpresa o disco do Alcatrazz, surpresa maior ainda foi o do Vandenberg. Se o Born Innocent demorou 34 anos para sair, 2020, sai depois de longos 35 anos. A diferença essencial foi que o único remanescente da formação da década de 80 foi o próprio guitarrista que empresta o sobrenome para a banda. A presença do vocalista Ronnie Romero foi uma bela surpresa e ele dá um show em praticamente todas as músicas. O material de 2020 pode se consolidar em alguns anos como mais forte até do que o clássico álbum auto intitulado de 1982.


Hallas – Conundrum

A exemplo do disco do Green Carnation, esse do Hallas também apareceu do nada e eu sabia que ele estaria aqui nessa lista desde as primeiras audições. Fosse um disco dos anos 70 ele seria celebrado naquelas listas de fãs de “hardão progressivo”. A principal característica do Hallas é a facilidade com que a sua música consegue agradar logo nas primeiras vezes que você ouve. As melodias são tão agradáveis que cativa logo de cara. Li algumas comparações com o Yes, mas para mim uma comparação melhor é com o Camel. Como se a banda de Andy Latimer tivesse passado uns dias com o Budgie.


Deep Purple – Whoosh

Whoosh deve ser ouvido e considerado como se ninguém conhecesse a banda e sua longa história. Afinal o Deep Purple hoje é uma reunião de senhores de idade que nem querem mais fazer algo parecido com o material de In Rock ou de Machine Head. Eles encontraram uma sonoridade adequada para a fase da vida dos músicos da banda. Ian Gillan mesmo canta em tons médios sem os agudos que o fez ser escolhido para entra na banda no final dos anos 60. Tendo isso em mente você vai gostar demais do que está presente nesse novo disco do Deep Purple.


Body Count – Carnivore

No álbum anterior o Body Count já havia se aproximado do thrash metal e o cover do Slayer que foi gravado no disco já mostrava isso. Em Carnivore essa aproximação está ainda mais forte. A faixa de abertura tem até gutural! Nesse retorno da banda com discos sendo lançados com mais frequência o Body Count não é só mais uma banda de rap metal ou qualquer outro rótulo que eles ficaram conhecidos quando soltaram o clássico álbum de 1992. Eles se tornaram uma banda de metal de muito respeito e do material do disco de estreia ficou só o teor de suas letras.


Mais 10 discos que podiam estar na lista acima (listados em ordem alfabética):

Butcher – 666 Goats Carry My Chariot
Eternal Champion – Ravening Iron
Kansas – Absense of Presence
Lucifer – Lucifer III
Me And That Man – New Man, New Songs, Same Shit, Vol. 1
Onslaught – Generation Antichrist
Sepultura – Quadra
The Night Flight Orchestra – Aeromantic
Vader – Solitude in Madness
Wytch Hazel – III: Pentecost

 

 

 

 

11 comentários sobre “Melhores de 2020: Por Fernando Bueno

  1. Da tua lista escutei o Paradise Lost. Achei bom, mas não o suficiente para se manter no meu top 10.

    Me interessei em ir atrás das duas veteranas Alcatrazz e Vandenberg, que eu nem sabia que tinham lançados discos este ano. Adoro principalmente a guitarra do Adrian Vandenberg.

      1. Baita lista! Alguns desses cogitei na minha lista,tbm: Testament, Deep Purple, Hallas e o Alkatrazz. Agora, ainda não coloco o Titas acima do Dark Roots. E, caramba, sou o único que acha Eternal Champion apenas OK? Kkk

    1. Excelente meu amigo, já discos que preciso ouvir dessa sua lista caso do Hällas, Vanderberg e o Green Carnation pois não conheço nada, Body County ouvi por cima, preciso ouvir melhor mas parece estar muito bom como o anterior.

  2. Da sua lista, ouvi o Hallas e o Green Carnation. O Hallas eu achei o disco apenas Ok, gostei bem mais do primeiro; achei a sonoridade um pouco chata e as composições não tão empolgantes.
    Abraço!

      1. HIHIHIHH, FERNANDO COM CERTEZA, VC GOSTOU E VAI CONTINUAR GOSTANDO, MAIS ESSE NÃO ME DESCEU HAHAAA O RESTANTE DA LISTA ESTÁ OTIMO, MAIS ESSE DAI NÃO DESCE. MAIS É ASSIM NEM TODOS TEMOS O MESMO GOSTO, ABRAÇO

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