Cinco Discos Para Conhecer: Michael Kiske

Cinco Discos Para Conhecer: Michael Kiske

Por João Renato Alves (Publicado originalmente no site vandohalen.com)

Ele se tornou referência de uma geração de vocalistas. Ajudou a difundir um estilo. Depois renegou-o, torturado pela própria imagem. Mas parece cada vez mais à vontade com o passado. Hoje trazemos cinco trabalhos essenciais da carreira de Michael Kiske.


Helloween-Keeper_Of_The_Seven_Keys_Part_II-Frontal_zps22a607cfHelloween – Keeper Of The Seven Keys: Part II [1988]
(por Igor Miranda)

Considerado por fãs e crítica o mais importante trabalho e divisor de águas da carreira do Helloween, Keeper Of The Seven Keys: Part II não é só importante na carreira da banda, mas de toda a cena Heavy Metal. Juntamente de seu antecessor – a primeira parte -, este disco se tornou um clássico instantâneo, ensinando ao mundo um novo modo de fazer música pesada. A união entre o Heavy clássico do Judas Priest e do Iron Maiden, alguns elementos góticos principalmente difundidos pelo The Sisters Of Mercy, velocidade com foco em melodias trabalhadas e letras repletas de fantasia, algo pouco comum no gênero até então, firmou o Helloween entre os grandes nomes do metal. A competência vai desde as composições até as performances de cada integrante. Genial e influente, até mais do que a primeira parte.

Michael Kiske (vocal), Michael Weikath (guitarra, teclado), Kai Hansen (guitarra), Markus Grosskopf (baixo), Ingo Schwichtenberg (bateria)

1. Invitation
2. Eagle Fly Free
3. You Always Walk Alone
4. Rise and Fall
5. Dr. Stein
6. We Got the Right
7. March of Time
8. I Want Out
9. Keeper of the Seven Keys
10. Save Us


instant-clarity-W320Michael Kiske – Instant Clarity [1996]
(por Igor Miranda)

Três anos após uma turbulenta saída do Helloween, Michael Kiske decidiu trair o movimento e lançarInstant Clarity – um disco que não soa tão metálico quanto os legendários Keepers. Apesar dos flertes com o passado da ex-banda, o som do violão predomina ao longo do play. Há uma perspectiva noventista em certos momentos, com tentativas de soar Grunge, como em “Be True Yourself“; ou alternativo, como em “So Sick”, mas o miolo deInstant Clarity tem muito de Pop Rock – o que não é essencialmente ruim. Há dois momentos dignos de destaque em Instant Clarity”: o primeiro é a linda balada “Always“, dedicada a Ingo Schwichtenberg, baterista do Helloween que cometeu suicídio em 1995. O segundo é a participação de Adrian Smith e Kai Hansen nas guitarras de “The Calling” e “New Horizons“, as únicas canções metálicas do registro. Engraçado pensar que, inicialmente, o convidado seria Brian May e não Smith, mas o lendário guitarrista do Queen recusou o convite, alegando falta de tempo.

Michael Kiske (vocal, guitarra, violão, teclado), Ciriaco Taraxes (guitarra), Jens Mencl (baixo), Kay Rudi Wolke (bateria, guitarra em 9)

Músicos adicionais:
Kai Hansen (guitarra)
Adrian Smith (guitarra)
Norbert Krietemeyer (flauta)

1. Be True to Yourself
2. The Calling
3. Somebody Somewhere
4. Burned Out
5. New Horizons
6. Haunted
7. Always
8. Thanx a Lot!
9. Time’s Passing By
10. So Sick
11. Do I Remember a Life?


Place_Vendome_-_coverPlace Vendome – Place Vendome [2005]


Quando Michael Kiske deixou o Helloween, a banda foi buscar seu substituto no conterrâneo Pink Cream 69. O que jamais alguém imaginou é que as partes ‘abandonadas’ um dia juntariam forças. Mas foi o que aconteceu com a criação do Place Vendome, que trouxe Kiske de volta ao mundo do Rock pesado, mesmo após o cantor alemão tendo feitos severas críticas – várias verdadeiras, diga-se de passagem – ao estilo e seus fãs mais radicais. É bem verdade que o projeto não é adepto do mesmo Heavy Metal que consagrou o antigo grupo do vocalista. O approach aqui é mais ligado ao Hard/Melodic Rock, com cavalares doses de AOR. Para quem possa vir a pensar que rolou algum tipo de ciumeira de parte do vocalista do Pink Cream 69, David Readman, saiba que o próprio contribuiu na composição de várias músicas. E sua banda não foi prejudicada em momento algum por esse projeto, muito pelo contrário. Vale conferir essa verdadeira pérola, que resgatou uma das melhores vozes do Hard/Heavy para um habitat mais próximo de seus dias de glória.

Michael Kiske (vocal), Uwe Reitenauer (guitarra), Dennis Ward (baixo), Kosta Zafiriou (bateria), Gunther Werno (teclado)

1. Cross The Line
2. I Will Be Waiting
3. Too Late
4. I Will Be Gone
5. The Setting Sun
6. Place Vendome
7. Heaven’s Door
8. Right Here
9. Magic Carpet Ride
10. Sign Of The Times
11. Photograph


KISKE-SOMERV coverKiske/Somerville – Kiske/Somerville [2010]

As apresentações com o Unisonic e o reencontro com os fãs reaproximaram Kiske de um sentimento positivo em relação a coisa que o incomodaram nas últimas décadas. Sendo assim, aqui está o cidadão e sua mais que fantástica voz em uma nova empreitada. A novidade fica pela companhia de uma companheira, a norte-americana Amanda Somerville (Aina, Avantasia, entre outros). As composições do primeiro álbum ficaram por conta de Mat Sinner (Primal Fear, Sinner), Magnus Karlsson (Primal Fear, Starbreaker, Allen/Lande) e Sander Gommans (After Forever). O estilo adotado no trabalho mescla o Hard e o Heavy, com bastante ênfase nas melodias. O Place Vendome, pode ser um bom parâmetro inicial, embora aqui tenhamos uma dramaticidade maior, realçada pelos duetos. Um trabalho muito bom, com uma fórmula que, se não é mais tão original como em outras épocas, ainda pode render bons frutos.

Michael Kiske (vocal), Amanda Sommervile (vocal), Magnus Karlsson (guitarra, teclado), Mat Sinner (baixo), Jimmy Kresic (teclado), Martin Schmidt (bateria)

Músico adicional:
Sander Gommans (guitarra)

1. Nothing Left To Say
2. Silence
3. If I Had A Wish
4. Arise
5. End of the Road
6. Don’t Walk Away
7. A Thousand Suns
8. Rain
9. One Night Burning
10. Devil In Her Heart
11. Second Chance
12. Set A Fire (Bonus Track)


unisonicUnisonic – Unisonic [2012]

Se há uma palavra que pode definir o Unisonic, é expectativa. Desde o anúncio do projeto, com seu line-up, passando pela adição posterior de Kai Hansen e culminando no EP Ignition, que deixou todos na expectativa pelo full-lenght. Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que, apesar de ser o trabalho da carreira de Michael Kiske que mais se aproxima de seus áureos tempo com o Helloween, há diferenças substanciais na sonoridade. O background de Mandy Meyer, Dennis Ward e Kosta Zafiriou já deixaria isso bem claro, visto que são músicos oriundos do Hard Rock europeu e suas melodias bem afiadas. Portanto, espere um híbrido de tudo que essa união realmente poderia representar. Quem espera um novo Keeper vai cair o maior tombo do cavalo de sua vida. Unisonic transita pelas variadas vertentes do Rock pesado, sem se prender a nada. Aliás, fica claro que escolheram algumas das mais pesadas para o EP, justamente para não assustar os mais radicais. Aqueles que tiverem a mente aberta para o fato encontrarão um disco bem divertido e com um punhado de ótimas canções. Vai de cada um.

Michael Kiske (vocal), Kai Hansen (guitarra), Mandy Meyer (guitarra), Dennis Ward (baixo), Kosta Zafiriou (bateria)

1. Unisonic
2. Souls Alive
3. Never Too Late
4. I’ve Tried
5. Star Rider
6. Never Change Me
7. Renegade
8. My Sanctuary
9. King For A Day
10. We Rise
11. No One Ever Sees Me

20nnnn

3 comentários sobre “Cinco Discos Para Conhecer: Michael Kiske

  1. Taí um cidadão que tinha tudo para ser maior que o Bruce Dickinson, mas se deu mal. Um baita vocalista, que com o Helloween marcou época com os Keeperes. Ouvir Andre Matos é ouvir uma forte influência no alemão (até vendo os vídeos iniciais, são muito parecidos).

    Lembro que ele era uma das principais opções, ao lado do DiAnno e do Blaze. Nunca entendi pq ele não foi o escolhido … Talvez ninguém sentisse falta do Bruce no Iron, e o Bruce poderia ter seguido uma carreira solo com alto nível

    Há um ano atrás, o conheci pessoalmente. Um cara fantástico, muito simpático e atencioso com os fãs, que espero encontrar novamente. Da lista, bom, pós-Helloween não consigo ouvir o som dele, mas os Keeper são essenciais!

    1. Deixa de ser chato Mairon. As coisas que ele fez depois do Helloween são muito boas sim. Ele orbitou por vários estilos como é citada na matéria, mas sua fantástica voz é muito versátil assim fez tudo com maestria. Eu mesmo já resenhei um dos disco dele aqui na consultoria e escolhi um mais esquecido pelos fãs para demonstrar isso.

  2. Fiquei muito feliz pela inclusão do Place Vendome no artigo,pois foi nele que pra mim o Kiske atingiu o ápice:cantando com muito mais bom gosto,colocando as notas altas nos lugares certos e na hora certa.

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