Eu odeio classic rock

Eu odeio classic rock

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Por Marco Gaspari.

Mbaraka é um chocalho de reza guarani.

Também foi o nome de uma revista de música e dança publicada pela Fundação Padre Anchieta entre 2009 e 2010.

Apenas dois números dessa revista viram a luz do dia e foi nas páginas do número dois que eu conheci Alex Ross, um americano nascido em 1968 e que desde 1996 é crítico musical da prestigiosa revista New Yorker.

Seu primeiro livro, O Resto é Ruído – Escutando o Século XX, vendeu que nem música inédita dos Beatles. E a Companhia das Letras também editou por aqui o segundo: Escuta Só – Do Clássico ao Pop, coletânea de seus artigos na imprensa.

O mais bacana no Alex Ross é que ele é uma espécie de Benjamin Button da formação musical, porque enquanto a maioria curtiu rock e pop descartável na adolescência e daí virou um adulto sério e responsável, amante do jazz e da música clássica, o Alex nasceu um respeitável ouvinte e conhecedor dos clássicos, daquele tipo que reencarnou dos anos 1940 e 50, e descambou depois para o pop quando virou Ross aos 20 anos, capaz até de identificar Mahler no som do Pink Floyd interpretando ao vivo The Wall.

O título do seu artigo na Mbaraka é contundente: “Eu odeio música clássica”. Por isso ele trata logo de colocar panos quentes: “Não a coisa em si, mas a expressão”. E explica assim: “Ela aprisiona uma arte obstinadamente viva em um parque temático do passado. Suprime a possibilidade de que uma música de espírito como a de Beethoven possa ser criada nos dias de hoje (…) A expressão é uma façanha de promoção negativa (…) Quando ouvem “clássica”, as pessoas escutam “morta. A música é descrita em relação à sua distância do presente e à sua resistência às massas – tudo o que a música não é.”

E por aí vai ao longo de 20 páginas.

Bom, mas não é sobre as queixas do Alex Ross que eu quero me debruçar. Fiquei encafifado sim é com outra expressão que me veio à mente assim que comecei a ler seu artigo.

Trata-se de classic rock ou, em bom português, rock clássico.

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Dizem que classic rock nunca foi gênero. Se hoje for, é um gênero mal definido, pois nasceu de uma jogada de marketing de algumas rádios  americanas. A primeira a usar o termo foi uma rádio de Cleveland, a M105 FM Cleveland’s Classic Rock. Isso em 1980.

Na realidade, todo o conceito de programação classic rock evoluiu daquela revolução provocada pelas rádios FM ainda nos anos sessenta quando, sob a tutela do idealismo underground e contraventor, a frequência modulada foi usada para quebrar o formato hit parade usado e abusado pela programação comercial das rádios AM. Na época esse novo conceito foi batizado de freeform e tornava possível aos Djs executarem um longo set list musical sem as chamadas para os comerciais. Isso caiu como uma luva para os grupos de rock que estavam criando álbuns conceituais com músicas que não estavam engessadas nos 3 minutos obrigatórios para as rádios AM fabricarem um hit. Álbuns inteiros passaram a ser tocados sem interrupções.

As rádios freeform, no entanto, tiveram vida curta, pois não demoraram muito a incorporar ações comerciais em sua atividade. Um deles foi o sistema de rotação, onde uma determinada música entrava no ar algumas vezes por dia e era promovida semanalmente, pagando pela exposição. Com isso mudaram o nome para progressive radio e ainda davam aos Djs plena liberdade na escolha do repertório selecionado, que ia do folk ao hard rock e do funk ao jazz fusion, passando por longas suites de rock progressivo.

Isso durou mais ou menos até a metade dos anos 70, com uma ou outra estação de rádio destoando das demais e investindo em pesquisas para definir o gosto dos ouvintes e optando por programações que prestigiavam o formato parada de sucessos. Quando ficou provado que podiam obter maior sucesso comercial com esse novo formato os diretores de programação passaram a controlar mais quais canções eram tocadas. Não que essa nova conduta tenha banido as faixas de Lps ou B sides, mas a programação ficou mais focada em algumas faixas de determinados álbuns e sempre de artistas com maior apelo comercial. As progressive radios estavam adotando um novo conceito, o album-oriented rock, ou AOR. De acordo com um DJ da época, as rádios estavam deixando de ser relevantes para voltarem a cultivar o entretenimento e o vil metal.

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Até o final da década, uma verdadeira limpeza étnica foi promovida e as rádios AOR praticamente baniram de sua programação tudo que não fosse rock de bandas brancas e com forte apelo comercial. Já não se ouviam mais soul music, jazz, funk, folk e blues (de vez em quando escapava algum sucesso antigo de Stevie Wonder, War ou Sly Stone, mas era raríssimo). Até mesmo um inimigo foi identificado e atacado sem piedade: a disco music. Um DJ de uma rádio de Chicago chegou até mesmo a promover uma Disco Demolition Night em um parque da cidade.

É aqui que entra em cena a M105 FM Cleveland’s Classic Rock que eu decrevi lá em cima, criando um novo nome para o Clube do Bolinha que se transformou o AOR. Em 1983, com o termo já amplamente dominando a cena e estabelecendo de forma definitiva que o conceito abrigava apenas bandas e artistas brancos que tinham feito sucesso entre o começo dos anos 60 e o final dos 70, aqueles que gravaram os clássicos do rock: Beatles, Fleetwood Mac, Cream, Led Zeppelin, Creedence Clearwater Revival, The Who e por aí vai.

A crítica menos reacionária, lógico, caiu de pau nessa ideia de supremacia branca a la Ku Klux Klan dos 4 compassos. E forçou as rádios a reverem seus preconceitos. Ainda em 1983, por exemplo, a música “Beat It, do Michael Jackson, ganhou espaço na programação. Mas não vamos esquecer que o guitarrista solo da música era Eddie Van Halen. Tracy Chapman, Prince, Living Colour e Lenny Kravitz também tiveram seus minutinhos, mais como uma concessão já que além de negros não eram artistas dos anos 60 ou 70.

Durante toda a década de 80 e boa parte dos anos 90, o que vimos (ou melhor, ouvimos) foi a manutenção desse conceito elitista relacionado ao classic rock. Inclusive ficou claro que as gerações do pós-guerra, aquelas que foram adolescentes nos anos 60 e 70, eram o público-alvo que sustentava as rádios. Ninguém duvida que eles tenham vivido o apogeu da criatividade roqueira, mas atribuir isso a uma elite branca é coisa de gringo reacionário. Fora que o delírio de que classic rock seria a herança do rock, aprisionando sua essência revolucionária a um determinado período de tempo e a um número limitado de músicos, revelaria o mesmo sintoma irreversível da síndrome de Alex Ross que abriu este texto.

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Olha que situação: em todos os anos em que o heavy metal imperou, a programação das rádios de classic rock só incluiu algumas bandas de hair metal. Nem mesmo todo o estardalhaço provocado pelo grunge no começo dos anos 90 fez com que um mísero Nirvana ou Pearl Jam ganhasse o status de rock clássico.

Se alguém leu A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, ou assistiu a alguma de suas adaptações para o cinema, sabe que os alienígenas só não venceram no final por causa de um fator muito humano: não tinham os anticorpos que os protegessem das bactérias que passeiam por aí invisíveis.

No caso do rock, o que destrói esses preconceitos alienígenas que de vez em quando querem destruir sua vocação anarquista é que o rock é música para jovens e eles estão em constante revezamento. Ora, as gerações que se desencantaram quando os anos 80 trouxe o chamado pop moderno envelheceram, foram contaminadas pelas bactérias da idade. As que assumiram a seguir e que cresceram ao som de heavy metal, grunge, rock alternativo, britpop, etc e tralalá, gerações inclusive que mamaram nas tetas da internet, essas têm seus próprios classic rock. Para quem amou Guns N’Roses ou R.E.M nos anos 80, Green Day ou Smashing Pumpkins nos 90, essas são as bandas clássicas.

Led Zeppelin, Pink Floyd, Deep Purple, Beatles e Allman Brothers continuam a vender discos tanto ou mais que muitas bandas que estão surgindo a cada instante. Muito garoto de 12 anos está descobrindo e se transformando com o Black Sabbath da era Ozzy. Sério que é justo encapsular essas bandas numa tal de era clássica? Ou reduzir sua capacidade transformadora em herança, em commodity. Fizeram isso com o Krautrock. E conseguiram transformar uma das sonoridades mais avançadas da história do rock em qualquer peido gravado por um roqueiro alemão nos anos 70. Por isso odeio rótulos. Por isso odeio classic rock. A expressão, não a coisa em si.

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60 comentários sobre “Eu odeio classic rock

  1. AHauhauhauhau. Baita texto – baita desabafo com qualquer peido em krautrock, e uma visão sensacional que somente um gênio como Marco Gaspari pode nos brindar. Obrigado por alegrar meu dia Marco, e me ensinar um pouco mais sobre a história da música. Você é uma Barsa!

  2. Há algum tempo atrás, acho que um ou dois anos, eu coloquei na rádio pq estava sem nenhum CD no carro. Tava passadno um programa de classicos do rock bem parecido com esses que o Marco descreveu. E para aminha surpresa tocou Lithium do Nirvana. Em um primeiro momento eu estranhei, mas depois pensei bem e cheguei a conclusão que essa música seria sim um clássico do rock e que ela já tinha sido lançada há mais de 20 anos, cabendo assim na programação de um programa como esse. Já o estilo, vertente, gênero, ou sei lá o que, chamado classic rock é complicado mesmo. Acabaram englobando uma cacetada de coisas nesse guarda chura aí, mas para as pessoas, como nós e os leitores da Consultoria, que acompanha e vive com mais intensidade a música sabe que esse é apenas um termo. Serve mais para facilitar a segregação para os que estão chegando agora. Eu mesmo uso o Classic Rock como um dos aglomeradores que adotei para separar meus discos. Mas sei que existe incoerências mesmo nesse meu sistema. Para um radialista de programa de rock o Black Sabbath estaria no classic rock, mas para mim ele está na separação da Santíssima Trindade. Acabei colocando o AC/CD no Classic Rock somente porque não tenho discos suficientes de bandas australianas para criar um grupo separado….e assim vai. Essa é uma conversa para comprar um barril de chopp, sentar em volta de uma mesa e passar o feriado todo debatendo…
    Mais um texto do Marco que vai ficar marcado aqui na Consultoria do Rock!!!!

  3. Textaço! Eu também odeio “rock clássico”! Uma vez acho que foi o Glen Hughs que disse que as rádios de classic rock estavam acabando com o rock’n’roll. Ninguém entendeu o que ele queria dizer. Para quem ainda tá boiando, finalmente agora tem este texto do meu sócio, amigo de fé, irmão, camarada.

  4. Delicia de texto. Sempre detestei este termo e cada vez mais desprezo as ditas classic rádios estilo Kiss FM que não servem pra nada…só para reciclar e tocar a mesma música 800 vezes…e reafirmar este rótulo ridículo e segregacionista.

  5. Dentre os vários possíveis conceitos de clássico, o que mais aprecio é: aquilo que é bom em qualquer época. Por esse prisma, Shakespeare, Cervantes, Beethoven, da Vinci, Pessoa, Dostoievski, Machado, Dante e afins podem ser considerados clássicos, pois suas obras têm algo a dizer a qualquer pessoa em qualquer tempo. Ou seja, superaram o tempo em que foram elaboradas e (dá-lhe clichê!) alcançaram a eternidade. Sempre há quem os redescubra. Sempre haverá quem neles encontre um sopro de novidade. Nesse sentido, considerar esse ou aquele hit, ou banda, ou cantor, um clássico é aceitável. Não é porque ficou datada, que uma música deixa de ser boa, é o que penso. O raciocínio do Marco “Barsa” Gaspari é, no meu entendimento, correto: rótulos aprisionam o rock, que é, em si, a exaltação da liberdade. Por mais que aprecie mais uma vertente do rock, isso não me impede de achar legal uma música de outra vertente. Por exemplo, não gosto do U2, banda que acho superestimada, mas acho “Vertigo” uma baita música. O rock tem décadas de idade: prender-se a uma determinada época, ou vertente, é como rejeitar uma laranja inteira para comer apenas um gomo. Longa vida ao rock!!!

  6. Muito bom texto. Nikki Sixx do Motley Crue também disse que o Classic Rock acabou com o rock, pois se sua banda vira uma banda de “rock clássico”, já era. Ninguém mais toca suas musicas novas e continuam tocando sempre as mesmas de sempre.

  7. Bom texto, mas contém alguns”furos”e detalhes que literalmente demolem esta lógica. Apesar de alguns bons argumentos, estes esbarram na dura realidade: existe (ainda) um público fiel e amante deste segmento (classic rock), até porque a rádio não estaria (teoricamente) funcionando sem que houvesse a demanda desse público. De fato, existe muita coisa de boa qualidade, seja no rock ou em outras vertentes da música que não são divulgadas como deveriam, são quase (underground) mesmo. Também temos que considerar que o mercado de música mudou, a grande maioria que escuta música utiliza as plataformas de “streaming” e baixam músicas. ninguém precisa mais de rádios, revistas, impressas, lojas de música, etc. para conhecer bandas e artistas e ouvir seus trabalhos. E finalizando, existe o fator pioneirismo/qualidade: apesar de atualmente existir rock de boa qualidade para quem quer garimpar, é forçoso dizermos que as bandas dos anos 60 e 70 simplesmente ditaram a base de tudo o que se ouve em termos de rock hoje em dia. Novamente, qualquer guri iniciante identifica de cara uma música dos Beatles, do Pink Floyd, do Led Zeppelin, etc.. Esse negócio chamado carisma é fundamental, e as bandas antigas, gostemos ou não, ainda tem de sobra, o que não ocorre com as de hoje em dia.

    1. Onde estão os furos e detalhes que demolem esta lógica? No meu texto é que não estão, pois tudo o que você escreveu complementam o meu texto e não o contradizem. São seus argumentos e não meus. E, claro, eles são bem-vindos pois a ideia é promover o diálogo (ou debate). Muito boas suas colocações, comedor de anônimo.

    2. Putz…não sei se isso que vc escreveu vale para a maioria…o que percebo é que existe muita gente apegada aos greatest hits e bandas covers…sendo que estas lotam barezinhos tocando os mesmos hits de sempre…tudo sempre apegado a ideia de que nada fora disso é bom e tudo que é novo é uma bosta…de que adianta ter streaming se o povo monta playlist com Pais e Filhos e Smoke and Water ? No fim das contas falta curiosidade mesmo e desafiar a orelha…

      1. Pois é, Fábio. Se essa atitude viesse da geração mais velha, aquela conhecida arrogância travestida de saudosismo, então até que seria compreensível. Mas conheço muito rapaz que enche o peito ao dizer que só esse tal de classic rock, que ele traduz como rock gravado nos anos 60/70, principalmente 70, é que presta. Acho isso mais grave (porque demonstra ignorância e preconceito, mais do que gosto musical) do que as bandas covers tocarem Born To Be Wild pra tentar ganhar a plateia. Quando eu contei a historinha lá em cima foi para mostrar que a expressão nasceu de uma jogada de marketing e que hoje já está completamente descaracterizada. Na realidade, todo mundo que eu li tentando definir classic rock se perdeu no meio da segunda linha.

        1. É por ai mesmo…e a minha obs era para o Anonimo rs rs…do jeito que o site elenca os comentários pareceu que meu comentário foi referente ao que você escreveu.

        2. E o pior é o seguinte, os caras tocam “Born to Be Wild” mas nunca ouviram um disco do Steppenwolf na íntegra (a mesma coisa vale para “Amarican Woman”, que ainda são capazes de achar que o original é do Lenny Kravitz, e nunca pegaram um disco do Guess Who para estourar as caixas de som.

    3. É o que perguntei pro Alisson esses dias: haverá um novo Led, um novo Stones, quiçá um novo Guns? Duvido muito

      1. Espero veementemente que não haja. Aquele dia aposto que você queria que tivesse citado alguma banda de rock, mas acabei falando do Kendrick Lamar. Se fosse pra chutar alguma de rock, eu falaria, com certa ressalva, do The Drones, mas no sentido de estarem apresentando uma sonoridade inventiva, não no quesito de vendas e o escambau, isso nenhuma banda de rock vai conseguir mais.

        1. É isso qeu eu falo Alisson. Será mesmo? Eu achava que o Strokes ia ser o novo Guns. Depois o White Stripes. Depois o Chickenfoot. Mas nava vingou …

          1. Depende do que você considera “vingar”. Strokes tem dois discos muito fortes e depois meteu o foda-se pra tudo. White Stripes tem uma discografia quase impecável. Chickenfoot é só mais uma das milhares de bandas de hard rock qualquer nota (com o diferencial de ser um supergrupo).

            Em questões de vendas só o Strokes e o White Stripes mesmo.

          2. Eu digo no sentido de lotar estádios mundo à fora e aparecer em tudo que é capa de revista, é isso

          3. Que também tem relação a vendas. Isso nunca mais vai se repetir (ou a probabilidade é muito baixa).

  8. Na minha opinião esse lance de rotular de classic rock é uma faca de dois “legumes”. Ao mesmo tempo que apresenta apenas algumas bandas consideradas “clássicas” para um iniciante na música, mantém o rock em evidência em meio a tantas porcarias que ouvimos por aí hoje em dia.O garoto que realmente se interessar pelo som dos Beatles, AC/DC, Kiss e Led Zeppelins da vida, irá correr atrás dos semelhantes underground que não são expostos nas programações das rádios.

    1. Então, Tiago… aí entra outro complicômetro. A expressão há muito já extrapolou a programação das rádios. E está colocando no mesmo saco qualquer coisa gravada na dita época clássica, mainstream ou obscura, boa ou ruim, pop ou rock. Mas se a gente considerar que as músicas gravadas por Beatles, Led, AC/DC, Pink Floyd e quetais são verdadeiros clássicos atemporais e o caramba, como considerar clássico um grupo que vendeu no lançamento no máximo 800 cópias de seu único disco (não importa se bom ou ruim)?

      1. Pois é Marco. Banda clássica pra mim independe do número de cópias vendidas e discos lançados, se é mainstream ou underground. O que importa é se é bom e relevante o suficiente para se tornar atemporal como esses medalhões citados por ti. Mesmo que tenham apenas um grande disco na carreira. O Captain Beyond por exemplo, que lançou um único disco fenomenal (não que os outros sejam ruins), e que passou despercebido na época, pra mim é clássico. Mas como vc mesmo disse, o termo classic rock tem sido usado sem qualquer tipo de filtro englobando tudo que é artista bom ou ruim das décadas passadas.

        1. Mas minha gente, embora se tenha abusado da palavra clássico (e já se abusou de todas as palavras), ela ainda tem seu sentido original, a saber, aquilo que mantém, no curso dos anos, décadas, séculos sua vigência, seja porque segue traduzindo uma verdade, seja porque segue estimulando o pensamento e a ação das pessoas. Assim, embora, por exemplo, seja difícil defender a tese fundamental de Platão, sua obra continua nos empurrando a pensar sobre o mundo. Ele é um autor clássico! Embora seja estupidez dizer que o rock acabou em Presence, do Led Zeppelin (estupidez na qual eu sou frequentemente empurrado a cair), a obra da banda continua soando atual. o Led Zeppelin é clássico! Mesmo que Elvis nem seja exatamente o original rock and roller, sua música segue sendo parâmetro pra este gênero de 3 acordes que o rock nunca deixou de ser. Elvis é clássico.

          Ou seja, o conceito de clássico existe e é útil para explicar certas coisas. De outro lado, o clássico é necessariamente velho (velho aqui é relativo, claro…o velho de Platão não o velho de Elvis), pois pra ser classificado como tal, o autor, a música, o livro, o filme, etc. tem de ter se mostrado perene frente à passagem do tempo. Por isso dizer “clássico instantâneo” só é admissível como força de expressão.

          Então fiquemos atentos para não deixar o uso que se faz da palavra condenar a própria palavra.

          1. Em tempo: clássico não é necessariamente o que me agrada ou o que eu considero “bom”.

          2. Concordo que não seja exatamente o que consideramos bom. Mesmo o que não é de nosso agrado, quando feito com sinceridade, talento e competência, há de se reconhecer sua qualidade, clássico ou não.

      2. Coitado do sujeito que se deixa influencia pela Rolling Stone(revista) da vida. Passará a vida só ouvindo os clássicos manjados do rock. A Bizz foi uma tragédia para o Brasil. Essa porcaria de revista tinha o péssima hábito de só elogiar um artista caso ele vendesse mais de 200 mil cópias ou então que fizesse um som pop e acessível. Caso contrário, a banda era “ruim”. O críticos da finada Bizz mereciam ser lançados em uma fogueira(desculpem a zoeira pesada). Os canalhas sempre demonstraram desprezo e indiferença com a música mais extrema ou para o heavy metal tradicional. Só empurraram lixo para a juventude. “Legal” para essa putada era o Araça Azul do Caetano. E a “melhor” banda do mundo(tudo o que eles gostavam salvo raríssimas exceções era uma m….) eram os Smiths. Críticos musicais normalmente são músicos frustrados e invejosos.

  9. Como era de se esperar, esse é o único texto que li a respeito da crítica ao termo “classic rock” fundamentado e historicamente contextualizado que já li. Ou seja, glória ao nosso sensacional Marco Gaspari por esse tiro certeiro.

    Concordo 100% com os argumentos apresentados. O classic rock é um termo eminentemente comercial, um rótulo para embalar e vender diversos tipos de rock que fizeram bastante sucesso; no meu entender foi uma necessidade de segregar um determinado tipo de rock de alto potencial comercial, feito numa determinada época, já que o termo “rock” é muito grande, pode significar 1 bilhão de coisas diferentes. Pensando pelo lado avesso, será que nós ouvintes de rádio, sintonizaríamos uma rádio que se rotulasse apenas como “rádio rock”? ou compraríamos uma revista que lidasse com todo o tipo de “rock”? a compartimentação do rock, essa coisa de nicho e de excessiva rotulação que o próprio público foi criando e que deu asas ao oportunista e canastrão termo “classic rock”. Como o Marco disse, rádios, publicações impressas, eventos e festivais de rock dos anos 60 e 70 soam incrivelmente ecléticos para os nossos tempos, justamente pq o público não tinha tanto essa necessidade de encaixar aqui ou acolá determinado tipo de som.

  10. Outra coisa que me encuca, em cima do fato de renovação. O Sertanejo conseguiu se renovar junto com o seu público. Basta ver a idolatria de nomes como Luan Santana, Gustavo Lima e Paula Fernandes. Até o pop criou novos mitos musicais, vide Justin Bieber e Miley Cirus, por exemplo. O funk também está sempre reciclando seus MCs. Por que o rock não faz isso? Será que o público do rock não é muito conservador?

    1. Mairon, tambem me faço essa pergunta. Acredito que a diferença do rock a esses outros estilos citados é que existe no mainstream desde 1955, quando Elvis estourou, e passou por diversas mudanças e reinvenções nos anos 60/70/80/90 e penso que para uma banda que comece hoje fica muito difícil de fugir dos padrões estabelecidos por outras bandas do passado, e muitas acabam taxadas como cópia ou imitação. Se você observar todas as grandes bandas de rock tinham algo as tornava diferente e especial, por isso as bandas atuais tem tanta dificuldade de se estabelecer no mercado onde muita coisa já foi criada e fazer algo que seja uma novidade.

      1. outra coisa que vejo nas bandas atuais, como foi falado na questão do visual, preferem ficar no underground, sem investir num visual que seja mais “aceito” pelos padrões atuais. se você observar os Beatles, por que que eles usavam aqueles terninhos no início de carreira? Por que aquele era o padrão estético aceito naquela época. A música deles era inovadora para aquela época, mas o visual era típico daquele período.

    2. Não fale assim meu amigo. Eu prefiro ser conservador do que ver o Alice Cooper tocando putz putz(música eletrônica) kkkkkkkkkkk. Brincadeiras a parte, o problema do “classic rock” é que essas rádios rock da vida só tocam as músicas manjadas das grandes bandas.#PAZ

  11. Estava acompanhando alguns comentários aqui e algumas opiniões que colho na internet sobre essas questões que o rock não se renova e não faz sucesso e tudo mais.

    Eu acho que poucos tem percebido o poder que as rádios, programas de tv e o mainstream ainda possuem no mundo e em divulgar aquilo que faz sucesso. O Mairon citou a questão do sertanejo, mas vários outros estilos tem feito o mesmo de diferentes formas.

    O que acho é bem mais simples do que isso: rock não é mainstream como antes simplesmente porque a própria mídia mainstream se cansou deles. O público no geral nunca teve lá muito saco para ir atrás de novas músicas, estes basicamente esperam que as rádios, programas de tv e tudo mais divulguem aquilo que eles acham bom e assim eles consomem o que é jogado neles.

    Por que o rock fez sucesso nos anos 80? Porque era o que a mídia divulgava como bom. Os programas de tv precisam de caras e mulheres bonitos e estilosos para surgirem nas telas do povão. Mulheres suspiravam por Axl, Bon Jovi, Sebastian Bach e outros rockeiros mostrando peitorais sexy. Isso acabou lá na metade dos anos 90.

    Imagem e estética são importantes para o sucesso. Gente feia não se mantém muito tempo, vide Susan Boyle. No máximo causam alguma comoção passageira.

    Com relação ao som, o povão quer músicas no padrãozão AABA, o típico do pop com algumas rimas e que possam cantarolar por aí. Ou o comunzão intro-verso-refrão-verso-refrão-ponte-refrão-encerramento e está mais do que satisfeito com isso. O rock deixou de fazer isso há muito tempo.

    O que aconteceu com o rock aqui no Brasil já aconteceu com a MPB, com o samba de raiz, com o pagode dos anos 90, com a bossa nova, com a lambada, com os cantores românticos (tipo José Augusto) e ainda acontecerá com outros estilos a partir do momento em que os meios de comunicação se “fartarem” de um estilo. Sucesso e o dinheiro que isso gera influencia muito o desenvolvimento e o incentivo a novos artistas arriscarem o mundo da música, o que contribui no surgimento de artistas e composições mais criativas.

    1. é aí que entra as gravadoras e o mercado da musica em geral, os jabás que rolavam nos radios e nas tvs . lembro que nos anos 80 e 90 rolavam direto no fantastico clipes do kiss e guns n roses .

    2. Concordo André, mas ainda assim, fico na dúvida, será que é só questão de divulgação? Honestamente, eu tinha esperanças que ao menos um SOAD ou um Slipknot pudessem ter sido um novo GNR. As vezes fico pensando como ainda hoje, Metallica, Iron Maiden e o próprio Guns são idolatrados mesmo sem lançar um disco decente há anos, vivendo de shows baseados em sucessos do passado. A década de 60 deixou diversos nomes para a posteridade pela originalidade das canções, a década de 70 criou inúmeros mitos. Os anos 80 viram nascer duas vertente que literalmente marcaram época (o heavy/thrash metal e a onda eletrônica), bem como nomes do post punk como The Cure, que criaram uma legião de fãs infinita. Nos anos 90, Nirvana, Pearl Jam e Oasis talvez tenham sido os grandes referenciais de “bandas que ficarão na história”, e isso já se sabia na época dos lançamentos dos discos. Agora, pega de 2000 para cá, por mais que se admire SOAD, Slipknot e outros nomes que fazem/fizeram sucesso, não há um consenso de “está banda marcou época”. Nem falo no Brasil, por que aqui tudo é moda, mas mundialmente,onde está a grande banda da atualidade? Não vejo ela em disco algum, apesar de diversos lançamentos com muita qualidade – principalmente nesses dois últimos anos.

      1. Você não está errado em ter lá suas dúvidas quanto a isso, Mairon. Dentro do heavy metal, pouquíssimas bandas conseguiram destaque na mídia e foi em uma época curta. Além de SOAD e Slipknot, apenas Avenged Sevenfold conseguiu uma base de fãs mundial. Evanescence e Nightwish conseguiram sucesso por alguns parcos anos e o The Darkness deu um peido mais forte que já passou. Porém, tirando SOAD e Slipknot, as outras citadas não são lá tão amadas por muitos.

        Dentro do rock em si, o que se destacou no mainstream na época foi a linha indie/ alternativa/pop com Coldplay, Keane, Franz Ferdinand e mais um pessoal aí.

        Eu fiz recentemente um trabalho de fichas musicais em inglês nas minhas aulas do médio e pegava sugestões do quais clipes tocar. Cerca de 90% do selecionado nada mais era do que os artistas sucessos do momento. Zara Larsson, Adele, Beyonce, Katy Perry, Usher, Bruno Mars, Justin Bieber. Os que selecionavam rock pegaram justamente System of a Down e Slipknot dos mais novos. Justamente o que mais se destacou na década passada na mídia. E quando vinham sugestões antigas, pediram Guns e surpreendentemente, Beatles. Porque são famosos.

        Tirando a gente que se foca mais no som do que na aparência ou na fama, o que vejo a maioria louvar é o que está na mídia. Independente de qualidade.

        Quanto a nós, ouvi falar numa tese que diz que o cérebro humano “para” de aceitar gostos novos após os 28 anos de idade. Que depois desse tempo, a maioria das pessoas se torna aquela velha máxima de “esse disco atual é muito bom, mas se bem que nada bate aquele velho disco que conheci com 15 anos que me surpreendeu”. Alguém aqui tem a sua “banda favorita de todos os tempos” mas que só foi conhecê-la após os 30 anos? É algo bem raro.

        A questão que eu vejo é que essa piazada que hoje está com 15 anos e vai crescendo acaba tomando muito dessas bandas atuais como base. Não duvido que daqui uns 15 anos teremos resenhistas aqui na Consultoria clamando que Slipknot é a melhor banda de todos os tempos.

        1. Cara, eu tenho algumas bandas que se tornaram favoritas e que só fui conhecer depois dos 30. Exemplo principal é o Beardfish, que conheci só ano passado, e putz, o que os caras fazem é uma enormidade de bom. Outras bandas que me encantei são El Efecto, O Terno, Memórias de um Caramujo, The Spacelords, Church of the Cosmic Skull e Whoopie Cat, mas como essas bandas tem poucos lançamentos ainda não dá para se saber o que irá acontecer. Mas o que já lançaram rapidamente elevaram esses nomes para minhas bandas preferidas, e que tenho ouvido bastante nos últimos tempos

          1. Mas nenhuma delas vai tomar o lugar do Yardbirds ou do Queen, não é mesmo?

          2. Ah, com certeza não. Mas tomaram o lugar de bandas como Secos & Molhados, Genesis, Iron Maiden, Skid Row e outras que ouço há muito tempo, mas hoje são só discos para se ouvir vez que outra. Com exceção do El Efecto e do Beardfish, que se tornaram banda de cabeceira

  12. Acho que a concepção “classic rock” mesmo sendo um tanto reducionista e vaga não seja a principal causa pra “morte” do rock, de forma meio humanoide de se pensar é que o rock, assim como outros movimentos culturais, teve o seu começo, um expansivo desenvolvimento(do fim dos 50´s até os anos 90) e posteriormente uma queda em termos de não terem surgido novas vertentes e bandas capazes de atraírem um contingente de público similar a um Guns N´ Roses, por exemplo. (claro que não depende só da capacidade da própria banda, existirem muitos outros fatores obviamente).

    Quando ouço alguma banda mais atual, tento manter o maior discernimento possível, tentando curtir e enxergar as virtudes existentes, evitando uma expectativa do tipo “vou ouvir um novo Led Zeppelin”, pois não vai aparecer uma banda que represente para os tempos atuais o que eles significaram para a década de 70.

  13. (Repetindo meu comentário por aqui também).

    Boa matéria, cutucada! Nunca gostei dessa coisa de Clássic Rock. E a galera preguiçosa não deixa o mar abrir… Especialmente no Brasil – show do Iron: lotado, show do Sabbath: lotado, show do Metallica (com o mesmo repertório há mais de 10 anos): lotado. Show do Tomada, ou do Patrulha do Espaço, até mesmo do Violeta de Outono, ou Baranga (e olha que todas essas bandas são veteranas do cenário): 50 pessoas. O cara não paga 10 reais nem fodendo pra ver banda nova, mas paga 300-500 paus pra ver a banda uma, duas, três vezes seguidas.

    Resultado: já está acontecendo, em casas noturnas e locais de show que antes tinham espaço pra música autoral, agora só toca cover. Pra dar só um exemplo, o Kazebre em SP que antes SEMPRE tinha uma mistura de bandas autorais hoje em dia tem o mês inteiro voltado pra cover…

    Eu ainda fico sem entender qual o sentido de ir a um show de cover…

  14. É por essa razão que eu peguei antipatia pelos clássicos do “rooooooock”(pense em um locutor retardado de rádio rock da vida falando assim) tipo War Pigs do Sabbath ou Rock and Roll do Led. Tocam tanto nas rádios que acabaram se tornando carne de vaca de rádio rock da vida.

  15. Para essas rádios “classic rock” o Sabbath só se resume em Paranoid e Iron Man. E o “Dipi Purpli” só Smoke on the Water. Para essa corja de filhos da p….. não existe fase Dio, Tony Martin do Sabbath. Só as mesmas músicas de sempre. Isso sem contar que o JABÁ é foda, e as rádios tocam só aquilo que as malditas gravadoras pagam.

    1. É bem verdade. E Led ou é Black Dog, Rock n Roll, Stairway to Heaven e Whole Lotta Love, ou não existe (se bem que All My love entra nessas de vez em quando)

        1. Immigrant Song ainda vai. O foda é aguentar os oito minutos da chatérrima Kashmir. Ô musiquinha chata. Daria pra fazer uma lista das músicas mais chatas de classic rock. Em primeiro lugar eu colocaria Smells Like Teen Spirit do Nirvana. A música mais manjada do mundo que toca até em buffet infantil. E isso sem contar que o Nirvana é uma das bandas mais superestimadas do rock, sempre idolatrada por críticos musicais “alternativos” de revistinhas medíocres que sempre estão esperando por uma banda que “salve o rock”. Nirvana foi a banda mais idiota do mundo. Que me perdoem os fãs do mala do Kurt, mas que lixo que foi o Nirvana!! PQP, os caras não tocavam nada. Fizeram um show horroroso no Brasil e ainda tinha crítico musical babando o ovo para os caras, porque no conceito desses malditos aquilo foi “transgressor”;”tapa na cara da sociedade”. Faça-me o favor, me poupem.

          1. Sobre o Nirvana, prefiro o que interpreta “Rainbow chaser”. O do Kurt é muito sei-lá…

          2. Meu Deus! Só parei pra comentar quando li “chatérrima Kashmir”. Chata é pouco, como pode uma música xarope dessas ser considerada um dos grandes clássicos do rock… Tem gente que compra qualquer ideia pra parecer descolada.
            Já o Nirvana, a meu ver, tinha lá seu valor, sim. No grosso eram uma banda punk com algumas incursões melódicas. O problema são os fãs chatos e adolescentes, sobretudo as meninas metidas a alternativas que só usam a camiseta do Kurt Cobain por ele ser mais fotogênico que os pobres do Grohl e do Novoselic e esquecem que eles eram peças fundamentais na sonoridade da banda. Depois de defender, já posso dizer que não gosto de Nirvana.

        2. E claro meus amigos, não podemos esquecer de uma música que é a força motriz e a essencial em toda rádio rock da vida. Sim, a música mais poser que existe. Born to Be Wild. Para os posers cu de frango que ficam chacoalhando a cabeça e gritando com voz de retardado: “rock’n’rooooool man!”. ha ha ha ha

      1. O pior é que até em baladas de rock, o som mecânico parece estar sintonizado nessas pragas de rádio rock. Nego parece ser bitolado e limitado. Me admira um dj que não se dá ao trabalho de tocar os lados b do Led, do Sabbath ou do Fundão Roxo(Deep Purple) e prefere tocar sempre as mesmas fezes de sempre. Certa feita bêbado, tive vontade de adentrar a cabine do dj e dar umas bicas nele pra ele não me obrigar a ouvir Born to Be Wild pela milésima vez. Sorte minha que eu me acalmei. rsrs

  16. “Eu odeio classic rock…”poderia ser excelente texto ou melhor até…. é um bom tema ao analisarmos que esta cheio de contradições, sobre o chamado o rock clássico e suas extensões, mas rock é assim!!!.Marco Gaspari no texto demonstra todo o seu conhecimento coisa rara em se tratando de musica e principalmente no período do classic rock. Uma metralhadora de ideias ,que para onde aponta e observa dispara com vontade ,suas ideias, mas vale pela alternativa e tentativa ao seu mostrar um período de riqueza musical ,onde gerações beberam nesta fonte. Gostaria de realizar uma observação sobre o período, dentre muitos….A incorporação de instrumentos de música erudita no rock já havia se iniciado dos anos 60, mas só ganhou ares de movimento (também derivado da psicodelia sessentista) no início dos anos 70, no que é conhecido como rock progressivo (muitos detestam essa expressão). Diversos artistas se reuniram na proposta, sendo os de grande destaque Pink Floyd, com The Dark Side of the Moon, Genesis, Yes, Jethro Tull, Emerson, Lake & Palmer, King Crimson, Mike Oldfield, Van Der Graaf Generator, Gentle Giant, The Who e Moody Blues, no terreno britânico entre muitos. Também caíram no gosto bandas germânicas (Can, Faust, Neu!, Tangerine Dream, Amon Düül e Kraftwerk) e italianas (Le Orme, Formula Tre e Premiata Forneria Marconi). Canadá (Rush), Bélgica (Univers Zéro) e Holanda (Focus) também dão sua contribuição. Argentina (Banda Crucis,Sui Generis,El Reloj). Bom lembrar o fenômeno era muito maior que podemos imaginar… no Brasil, o destaque para os trabalhos de O Terço, Som Nosso de Cada Dia, A Barca do Sol, Os Mutantes, Violeta de Outono, A Bolha e Sagrado Coração da Terra, Moto Perpetuo. De qualquer forma Parabéns?

  17. Concordo com o Anônimo. Acho que deveriam mostrar mais “LADOS B” de bandas consagradas ao invés de repetirem sempre os mesmos “hits”. Isso de fato cria uma legião de bitolados, que não se preocupam não somente em escutar grandes canções mas também em descobrir boas opções de bandas e músicos, seja no passado ou no presente. Música é evolução, acima de tudo.

  18. Quanta coisa! O caso é bem simples, não carece de tanta controvérsia: Classic Rock não é um gênero (coisa semelhante, mas não idêntica, ocorre com a chamada MPB). É um apanhado de gêneros e grupos que tiveram relevância dentro da cultura mainstream do rock até determinada época.
    Serve como referência, nada além. Pra mim, o período do chamado Rock Clássico vai do começo dos anos cinquenta até o final dos anos setenta, período esse em que a leva de artistas de qualidade era imensa, sendo que pouca coisa era de fato descartável. Não sei se é correto falar em período de “intensas inovações”, porque com o tempo tudo tende a tornar-se, de certa forma, “ultrapassado”. O complicador se refere justamente ao fato de que muita coisa feita depois desse período transformou-se inevitavelmente em um “clássico” (eu, por exemplo, adoro a chamada New Wave of British Heavy Metal e pra mim a maioria do material dessa época é clássico puro). Outrossim, o business sempre prejudicou a arte de maneira geral, pois, é um dado empírico, a massa não é lá muita dada à absorção de coisas muito complexas e profundas e o que vende mais é sempre o que será mais oferecido.O Classic Rock é um paradoxo: existe e não existe ao mesmo tempo. É um termo vago para uma compreensão vaga de uma coisa mais complicada do que aparenta ser. Não se pode dizer que não é usual.

    Abraços atrasados.

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