Clássicos da Harvest: The Move – Message From The Country [1971]

Clássicos da Harvest: The Move – Message From The Country [1971]

Por Jose Leonardo Aronna
O último álbum de umas das melhores bandas dos anos 60, liderada por um cara pra lá de criativo e visionário, chamado Roy Wood. Após várias mudanças na formação, eles finalmente encontraram um grande talento na figura do guitarrista e vocalista Jeff Lynne, ex-Idle Race, que juntamente com Roy e o baterista Bev Bevan, lançam os derradeiros trabalhos da banda, os singles “Tonight / Don’t Mess Me Up”, “Chinatown / Don’t On The Bay” e “California Man / Do Ya / Ella James” e esse último Lp, que talvez perdeu um pouco da força presente no álbum anterior, Looking On (1970). 
Mas era evidente que eles estavam seguindo uma nova direção, e algum tempo após esse lançamento, o grupo se tornou a banda Electric Light Orchestra. Mas não vou chover no molhado, pois o grande Marco Gaspari já traçou a trajetória desse magnífico grupo por aqui.
O LP, lançado em julho de 1971, foi uma pequena mudança de direção para a banda; abandonando as anteriores inclinações pop e psicodélicas em favor do que pode ser melhor descrito como um estilo ELO mais cru. Lembre-se, nada. aqui era elaborado ou orquestrado como o catálogo próximo da ELO, mas ouvimos a banda (particularmente Wood), brincar com novas ideias e formas de expandir e modificar seu som, enquanto Bevan e Lynne focavam-se em um som de rock mais comercial. Temos aqui também uma espécie de “Beatles-vibe!
Jeff Lynne,Roy Wood e Bev Bevan
O LP inicia com a faixa título, escrita por Lynne, que mostra a banda mostrando uma orientação mais progressiva. Nesse caso, Lynne também usou a música para mostrar as suas habilidades como guitarrista, num dos solos mais bonitos do álbum. Roy Wood sempre teve um ouvido para um “gancho comercial” e o rock’n’ roll à la Beatles de “Ella James deixou claro que o talento não o tinha abandonado. Com suas guitarras eletrizantes, essa canção daria um belo single caso fosse lançado como um A-side. Soando como um outtake de John Lennon da fase “Álbum Branco”, ou talvez algo fora do catálogo Donovan, “No Time” é uma linda balada acústica bem ao estilo anos 60. 
A seguir temos “Don’t Mess Me Up”, contribuição de Bev Bevan, que mostrou que ele poderia se transformar em um ótimo clone de Elvis Presley. O lado A se encerra magistralmente com “Until Your Mama’s Gone “, mais um rock de Roy Wood, com uma introdução ao violão, e depois explodindo com seu baixo poderoso, piano boogie e guitarras alucinadas, além disso, instrumentos de sopro enriquecem a canção.
O lado B se inicia com a pirada “It Wasn’t My Idea To Dance”, de Roy Wood, essa música poderia ser escrita como uma mistura estranha dos Fab Four’s flertando com Arthur Brown, na qual temos um power trio com o oboé psicodelico de Wood, baixo pesado e marcante de Lynne e a bateria precisa de Bevan. A seguir temos “The Minister”, outra composição de Bev Bevan, e soa como uma versão distorcida de “Paperback Writer”, com uma grande melodia Beatle, a canção ainda apresenta guitarras frenéticas e ótimas harmonias vocais, além do oboé alucinado de Roy Wood. A seguir temos “Ben Crawley Steel Co.”, simplesmente diferente de tudo no álbum. Com vocal de Bev Bevan, num estilo country-western à la Johnny Cash, e destaque para a steel guitar de Wood. 
“The Words of Aaron” é a próxima faixa, com uma melodia irresistível, talvez a melhor contribuição de Jeff Lynne para o disco, uma canção pungente, com destaque para o baixo pulsante de Roy Wood e o piano de Jeff Lynne, além do belo solo de flauta. O toque Beatles da música é representado pelo fade-out. O disco se encerra com o peculiar senso de humor britânico, presente em “My Marge”, composta por Wood e Lynne: uma curta canção ao velho estilo “British Music Hall”, que também parece ter sido um outtake do “Álbum Branco”. 
O trio ao vivo
Como foi dito, o trio transformou-se na Electric Light Orchestra, com a adição de outros músicos, incluindo membros de orquestra sinfônica. No início, a banda foi considerada nada mais do que uma experiência. A intenção de Jeff Lynne e Roy Wood era continuar onde “I Am the Walrus” parou. Wood só participou do primeiro álbum da ELO, vindo logo a formar o grupo Wizzard, além disso, lançou vários trabalhos solo. Jeff Lynne e Bev Bevan continuaram com a ELO até 1986. Nos anos 90, Bev formou o grupo Electric Light Orchestra Part II, que não durou muito. Jeff Lynne também atuou como produtor, bem como participou do mega-grupo The Traveling Willburys, ao lado dos ícones Bob Dylan, George Harrison, Roy Orbison e Tom Petty.
A versão mais recente em CD desse disco contem várias faixas bônus, conforme detalhado abaixo
Contra-capa de Message from the Country
Track list:
1. Message from the Country
2. Ella James
3. No Time 
4. Don’t Mess Me Up
5. Until Your Mama’s Gone
6. It Wasn’t My Idea to Dance
7. The Minister 
8. Ben Crawley Steel Company
9. The Words of Aaron
10. My Marge
Bonus Tracks 2005 reissue
11. Tonight 
12. Chinatown 
13. Down on the Bay 
14. Do Ya 
15. California Man 
16. Don’t Mess Me Up (Alternate session version) 
17. The Words of Aaron (Alternate session version) 
18. Do Ya (Alternate session version) 
19. My Marge (Alternate session version) – hidden track

2 comentários sobre “Clássicos da Harvest: The Move – Message From The Country [1971]

  1. Parabéns pelo texto, realmente esses três músicos eram muito feras. A única que coisa que me faz gostar um pouco menos da banda eu acho que a questão do humor que eles botam nas músicas, isso me incomoda em certo ponto. O disco em questão eu não conheço e valeu pela dica!
    Abraço,
    Ronaldo

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