Uma Introdução ao Rock Progressivo Italiano: parte II

Uma Introdução ao Rock Progressivo Italiano: parte II
Por Fernando Bueno
Depois de ter indicado cinco álbuns para se iniciar no rock progressivo italiano, apresento esta segunda parte com mais cinco discos importantes e bastante representativos do estilo. O critério utilizado para a escolha dessas obras será apresentado no decorrer do texto. Porém, com o intuito de adicionar informações contidas na primeira parte serão citadas mais algumas características próprias da cena e das bandas italianas. Para quem não leu a primeira parte clique aqui.
A Itália no começo dos anos 70 era um caldeirão efervescente de músicos, ideias e, como comentado anteriormente, de divergências políticas. Os partidos de esquerda estavam se levantando contra os de situação e havia muitas manifestações pelas ruas. Alguns desses partidos organizavam comícios, e uma forma de atrair público, especialmente o público jovem, era o de contar com apresentações musicais. Esses comícios duravam horas, e se pareciam muito com os festivais. A diferença é que no lugar de algumas bandas existiam discursos. Com isso muitos desses músicos acabaram sendo relacionadas à certos partidos, mesmo quando não partilhavam dos mesmos conceitos. A intenção dos grupos era estar presente, e o espaço oferecido não podia ser desprezado.
Bandas de outros países se apresentavam frequentemente na Itália, como o King Crimson, que certa vez literalmente fugiu do palco por causa de manifestantes políticos, e o Van der Graaf Generator. Essa última tinha um sucesso tão grande na Itália que teve o seu disco Pawn Hearts (1971) figurando na primeira colocação da parada italiana durante muitas semanas, além do fato de seu líder, Peter Hammil, ser tratado com extrema adoração pelos italianos. É realmente surpreendente conhecermos essas informações, afinal nem mesmo na Inglaterra isso era possível. Algumas bandas faziam mais turnês na Itália do que na Inglaterra ou qualquer outro país simplesmente porque seus shows na península itálica lotavam, diferente do seu país natal.
As bandas italianas tinham o costume de utilizarem mais de um tipo de teclado na mesma música e durante os discos. Além do mellotron, do hammond, do moog e outros, o piano e o órgão também eram empregados a serviço da criatividade dos músicos, muitos deles multi-instrumentistas. Era normal o baterista ir para o teclado, ou para algum instrumento de sopro, e o mesmo acontecia com guitarrista, baixista, etc. As guitarras como são usadas no rock não eram tão evidentes, sendo substituídas pelo violão ou mesmo pela própria guitarra sem efeito algum. Cabe aqui comentar sobre a utilização das flautas. Todas as bandas que utilizam esse instrumento são logo relacionadas com o Jethro Tull, mesmo que seu som não seja em nada parecido com eles. Depois de ouvir o RPI essa associação acaba. Já que quase todas as bandas fazem uso das flautas, assim como de vários outros instrumentos de sopro.
A cena italiana era tão grande na época que talvez esse seja exatamente o motivo de seu rápido declínio. Com um grande número de bandas lançando material, outras estrangeiras fazendo shows e também lançando discos, os italianos tinham que fazer um esforço enorme para conseguirem um lugar ao sol. O público do país também tinha que fazer um esforço tremendo, principalmente financeiro, para ficar por dentro das novidades. Imagine-se um fã de rock progressivo no começo dos anos setenta com os mesmos interesses que você tem hoje. Ou seja, você gosta de várias bandas inglesas além das italianas, eventualmente algumas alemães e uma francesa. Com todos esses grupos lançando discos uma vez ao ano, imagine a grana que você teria que gastar para adquirir e ouvir tudo isso. Temos que ter em mente que na época nem fitas cassete existiam, então se você fosse escutar algo tinha que ser do LP ou das rádios. Bandas novas dificilmente tocavam nas rádios, e, além do mais, o início da década de 70 foi talvez a época mais prolífica da história do rock em geral. Concluindo, para uma banda nova era muito difícil conseguir gravar um disco, e muito mais difícil ainda conseguir ganhar dinheiro com isso.
Então, finalizando essa introdução e considerando o parágrafo anterior, cito agora cinco discos de bandas que por todos os motivos descritos acima lançaram apenas um álbum durante o período de ouro do RPI. Falo desse período porque algumas delas até lançaram um segundo álbum depois de muitos anos, mas isso se deve ao sucesso tardio que essas obras tiveram, fazendo com que os músicos se reunissem novamente para fazer alguns shows para prestar tributo a esses discos e eventualmente gravar um novo. Algumas dessas reuniões, que ocorreram somente a partir dos anos 90, foram feitas ainda com poucos componentes originais. Menção honrosa ao Alphataurus e ao Campo Di Marte que lançaram em 1973 discos homônimos, mas como tinha que escolher apenas cinco discos, esses tiveram que ficar de fora.

Biglieto Per l’Inferno – Biglieto Per l’Inferno [1974]
Bastante diverso o universo sonoro do Biglieto Per l’Inferno, que significa “bilhete para o inferno”. Apesar do nome, não têm ligação alguma com o lado do mal, tendo sua letras relacionados a temas sociais e psicológicos. Musicalmente eles vão da calmaria para a tempestade em poucos segundos, mas de uma maneira tão natural que impressiona, assim como a habilidade musical dos componentes. Eles chegaram a gravar um segundo álbum em 1975 chamado Il Tempo Della Semina, mas que não foi lançado na época, saindo em CD apenas em 1992. A curiosidade é que, após a separação em 1975, Claudio Canalli, voz e flauta, foi viver como um monge em um monastério na região da Toscana. Como muitas bandas, eles retornaram há poucos anos, com uma formação de nove (!) componentes, sem Claudio Canalli, e estão fazendo alguns shows, gravaram um álbum ao vivo em 2005 e um terceiro álbum Tra l’Assurdo e La Ragione (2009).

Buon Vecchio Charlie – Buon Vecchio Charlie [1972]
A banda se separou logo após a gravação do disco, certamente por falta de apoio para a promoção do álbum. Todos os componentes continuaram carreiras artísticas, sendo que três deles, Luigi Calabrò (guitarra), Rino Sangiorgio (bateria) e Paolo Damiani (baixo) formaram o Bauhaus (não confundir com o grupo britânico de gothic rock) que abusava ainda mais da influência de Miles Davis que já aparecia ao longo de todo esse álbum. O disco inicia com “Venite Giù Al Fiume” usando uma melodia já utilizada por Lucifer’s Friend e Helloween de um clássico da música erudita chamado “In the Hall of the Mountain King”, de Edward Grieg, que prepara para uma jam muito interessante. “All’Uomo Che Racccoglie I Cartoni” tem tantas mudanças de andamento que pode confundir um ouvinte menos interessado e acostumado, mas após algumas audições o prazer é garantido.

Semíramis – Dedicato a Frazz [1973]
O título desse disco, que significa “dedicado à loucura”, descreve muito bem o som que sai das caixas de som ou dos fones de ouvido, dependendo de como você costuma ouvir suas músicas. O uso de instrumentos variados é a tônica do álbum, sendo que o que mais chama atenção é o xilofone, além dos sintetizadores, como por exemplo na faixa “Uno Zoo di Vetro”. Quando descobri que foi gravado por adolescentes e que Michele Zarillo, guitarrista e vocalista, na época tinha apenas dezesseis anos, fiquei impressionado. “Per Una Strada Affollata” tem uma passagem de guitarra, baixo e sintetizadores muito legal, fazendo com que você torça para que a música não acabe nunca. Mas os dois maiores destaques são “Dietro Una Porta di Carta” e “Frazz”. Porém, esse é um álbum difícil de assimilar. É preciso um pouco de insistência para isso. É bom estar bem habituado à sonoridade do estilo.

Maxophone – Maxophone [1975]
A banda foi formada em 1972, mas só conseguiram lançar esse disco três anos depois, já estando o grupo dissolvido. Foi também gravado em inglês, mas nunca ouvi essa versão. O disco inicia e você tem a impressão de que pegou um disco de algum pianista clássico até a entrada das guitarras distorcidas, mas logo depois a música volta à calmaria novamente com Alberto Ravasini cantando com o piano ao fundo e à medida que o tempo vai passando os outros instrumentos vão ficando mais nítidos em uma das canções mais bonitas do RPI, “C’è Un Paese Al Mondo”. “Fase” tem uma introdução que lembra as bandas de hard rock do fim dos anos sessenta com um riff bem cadenciado, mas não se engane, a faixa, que é instrumental, se torna um jazz rock bem criativo com algumas influências clássicas. A parte das guitarras lembra um disco solo de Jan Akkerman do Focus. O uso de diversos instrumentos é uma constante durante todo o álbum e a impressão que nos dá é que as influência estrangeira é mais evidente na banda do que em outras da Itália. Esse disco rivaliza muitas vezes com o Zarathustra como o melhor disco de prog italiano. Para falar a verdade eu mesmo gosto mais dele.

Museo Rosenbach – Zarathustra [1973]
O Museo Rosenbach é um fenômeno. Mesmo com apenas um disco lançado na época, é uma lenda entre os admiradores do RPI. Esse disco é frequentemente citado como o melhor do gênero e é obrigatório para todos aqueles que se interessam pelo estilo. Zarathustra é um álbum conceitual influenciado por Nietzsche. Foram muito criticados e até perseguidos por acharem que o disco fazia alusão e apoio ao fascismo. Como não entendo muito de italiano não posso opinar em relação à isso e ainda não encontrei um “letras traduzidas” do álbum. A capa também é criticada pelo mesmo motivo. Como toda obra muito conhecida e cultuada, sempre aparece alguém para falar mal. Certa vez li que esse disco não passava de rock normal com adição de mellotron, o que é pura bobagem. A faixa de abertura, “Zarathustra” é divida em várias partes e tem muitas características floydianas, que me lembram muito “Atom Heart Mother”. No LP a faixa título tomava todo o lado A com seus vinte minutos de duração. Chama a atenção, principalmente em “Della Natura” o trabalho de bateria de Giancarlo Golzi, muito parecido com o que Carl Palmer fazia, com diversas viradas e variações. “Dell‘Eterno Ritorno” apresenta Stefano Lupo Galifi cantando de uma forma agressiva, o que não é normal no RPI. Aos que se interessarem e quiserem adquirir o LP, já adianto que os valores que encontrarão são um pouco salgados. Esse é um caso no qual um relançamento com uma boa remasterização traria felicidade para muita gente.

32 comentários sobre “Uma Introdução ao Rock Progressivo Italiano: parte II

  1. Não estou com saco de ir consultar as wikipedias da vida, então vou ter que confiar na memória para escrever as coisinhas a seguir.
    Edward Macan, autor do livro Rocking the classics: english progressive rock and the counterculture (li pedaços desse livro disponíveis na net e é bem acadêmico e meio chatinho, embora muito interessante) afirma que o rock progressivo é o mais genuinamente inglês dos estilos roqueiros. E embasa sua afirmação no fato de que a contracultura inglesa da época não era composta por ativistas ou estava ligada a contestações políticas como a dos americanos, por exemplo (daí o progressivo não ter feito o mesmo sucesso nos EUA e nem teve a mesma representatividade). Os jovens músicos ingleses dessa geração, de classe média e mais refinados cultural e artisticamente do que a anterior, na falta de uma boa causa política, deram vazão ao lirismo e à musicalidade mais refinada para se expressar.
    Bom, todo este blábláblá para dizer que, certo ou errado o sr. Macan, taí uma forma de se contestar os detratores do prog italiano, aqueles que dizem que era uma simples cópia do inglês. Ora, nessa continuação da introdução ao RPI – muito legal, por sinal – feita pelo Bueno, ele novamente bate na tecla da efervescência política em que se encontrava a Itália na época e que a maioria das bandas usava os palanques para se apresentar. Um grupo como o Área (que abria os shows do partido comunista) tinha toda uma temática política, coisa que não existia no prog inglês. E mesmo os grupos mais desvinculados sofriam da influência desse cenário. Isso, aliado ao folclore e à herança clássica italiana, dava uma característica única à sonoridade italiana. O mesmo se percebe, de formas diferentes, na França, na Alemanha e na Espanha.
    Não quero dizer com isso que não haviam cópias. Mas no todo, tinham características próprias.
    Bueno, afirmar que não existiam fitas cassetes no começo dos anos 70 me parece chute. Tá certo que elas se popularisaram do meio dos 70 pra frente, mas se não me engano tive meu primeiro gravador cassete antes disso. E ninguém comprava tudo o que saia, porque, como hoje, os interesses eram divididos e cada um ouvia o que lhe interessava. Na Itália, EUA, Inglaterra e seja lá onde for.
    Desculpem se fui meio prolixo, mas costumo me entusiasmar com as letrinhas.

  2. Valeu, Diogo. Mas eu conheci muitas bandas através de fitas cassetes dos amigos mais ou menos por essa época. E isso aqui no Brasil que sempre era mais atrasado.
    Que medo que dá o gráfico sobre download!

  3. Pois é. Mas o que mais dá medo é a possibilidade de que muitos artistas prefiram apenas disponibilizar seus álbuns como download pago, excluindo a comercialização de discos em formato físico. Eu não sou cínico, faço muitos downloads (não pagos), e se não fosse essa prática, já disse, não conheceria um terço do que conheço hoje em dia. Mas quando sai disco novo de artistas que eu gosto de verdade vou lá e compro, assim como procuro adquirir de vez em quando algumas coisas diferentes. Hoje em dia está mais complicado, especialmente em se tratando de vinil, que costumava ser uma alternativa barata, mas que nos últimos tempos ficou supervalorizado com todo esse burburinho sobre o formato.

  4. Bom, não fosse o download, como é que iríamos apreciar as indicações do Bueno. Ou sairíamos todos em peregrinação pelas lojas de discos a fim de gastar uma fortuna para comprar essas preciosidades, mesmo não sabendo se iríamos gostar.

    – Não, Iron Maiden não, sr. lojista. Vou preferir levar o Maxophone para poder comentar lá no blog.

  5. O caso das fitas K7 foi um chute mesmo, mas foi um chute para justificar meu comentário. Eu mesmo quando comecei a ouvir música em meados de 1989 usava as fitas K7, mas não tinha tanta grana para comprar quantas quisesse. Então mesmo usando desse expediente para conhecer as músicas ainda assim era difícil. Fico imaginando 15 anos atrás, ou seja, no iicio dos anos 70. Poderia existir, acho que era mais difícil ainda…

  6. Bueno, duas dúvidas: 1) Não foi o próprio VdGG que certa vez teve que sair fugido de um show? 2) Pelo que eu sei o "FRAZZ" de "Dedicato a FRAZZ" seria a junção das iniciais dos sobrenomes dos diversos membros, procede?
    Quanto às acusações de apoio ao fascismo por parte do Zarathustra, é bem possível. Nietzsche é um filósofo bem perigoso…
    Dos discos elencados, não conheço os 2 primeiros.. =x

    P.S.: Bueno, larga mão de ser direitista, seu nazi!

  7. Grande trabalho, Fernando. Parabéns.
    Dos discos citados, Dedicato a Frazz e Zarathustra são fantásticos. O do Buon Vecchio é bom, mas prefiro Balletto di Bronzo.
    No mais temos ai mais um guia para os novatos no Prog Italiano que pra mim só perde para o Alemão em termos de cena proguer.

  8. O problema do prog alemão é que talvez as melhores bandas sejam aquelas que se encaixam no que se costuma chamar krautrock, ou mais propriamente, kosmische Musik, mas algumas pessoas sequer consideram que isso seja prog…

  9. Mais ou menos, Adriano.
    Existem as bandas alemãs que se alinhavam ao som progressivo como o conhecemos. As sinfônicas Novalis, Pell Mell, Wallentein etc…
    Existem também as de Heavy Progressivo, como Jeronimo, Birth Control, Kin Ping Meh etc…
    Algumas chegaram a desenvolver um progressivo com características bem alemãs, como Gila, Wind, Out of Focus etc…
    Ainda existem as de folk rock, hard rock, progressive garage rock, étnicas, as politizadas, fusion, jazz rock…
    As de Kosmische Music são as de primeira hora, como Tangerine Dream, Faust, Can, Guru Guru, Amon Dull e tantas outras. Estas juntaram a eletrônica experimental à psicodelia da costa oeste americana. Foi esse o som que surpreendeu todo mundo e, na falta de um termo melhor, o jornalista inglês Ian Wallace batizou de krautrock.
    Com o tempo, krautrock acabou sendo o termo genérico para definir qualquer som proveniente da Alemanha dos anos 70. Isso é o que confunde e o povo da Kosmische Music também torce o nariz para o termo.
    É um vasto mundo esse do rock alemão, porque ainda existem as bandas austríacas, as da Alemanha oriental e de alguns outros países periféricos à Alemanha e que foram influenciados por essa sonoridade.

  10. Gaspari, eu não conheço nem 1% disso tudo que vc citou, mas eu sei que nem tudo lá é 'krautrock'. Só que as que recebem esse título tvz sejam as mais representativas, as mais propriamente alemãs tb…
    Boa lembrança a do Bueno: Eloy. Faz séculos que não ouço. Os primeiros discos são muito bons, e falta um bocado pra eu ouvir!

  11. Do prog alemão eu falo mesmo é das bandas do Krautrock mesmo,ou seja, a cena psicodélica alemã do inicio dos 70. Guru Guru, Neu!, Kraftwerk, Tangerine Dream, Ash ra Tempell, Popol Vuh, Ash ra, Faust, Amon Duull 2, Agitation Free, Can entre outros.O termo krautrock é bem genérico mesmo, mas, apesar dessas bandas citadas serem diferentes uma das outras, elas têm em comum o expeimentalismo, por isso não acho legal classificar Eloy e outras bandas sinfônicas como Kraut.

  12. Bueno, pra vc não dizer que eu sou um "notório Zé ruela" e um "mentiroso do caralho", fui direto à fonte de onde retirei à informação: a edição da pZ de abril/maio de 2009, que ostenta o próprio Van der Graaf na capa.
    O texto do Bento fala de quando eles foram fazer a tour do Godbluff [DISCAAAAAAAAAAAÇO] na Itália. Depois de pelo menos 2 shows cheios de confusão, em que os membros da banda chegaram a correr risco de vida, e depois de terem o caminhão com o equipamente da banda roubado, reproduzo parte do texto:

    O VdGG deixou o país quase que "fugido", de madrugada, escapando pelas estradas escoltados pela polícia e deixando fãs e promotores furiosos. Isso sem contar o prejuízo do equipamento que não foi recuperado…

    A confusão é que uma hora o Bento dá a entender que a máfia era aliada dos promotores, os quais eram do partido comunista. Depois, já eram inimigos. Essa história é mal contada, talvez pelos próprios membros da banda. Talvez seja a velha tentativa de associar todo e qualquer movimento de esquerda com grupos criminosos, uma besteira imensa.

    Quanto ao Dedicato a FRAZZ, eu pesquisei aqui no ProgArchives – hahaha – o nome dos integrantes: Paolo Faenza, Marcello Reddovide, Gianpiero Artegiani, Michele Zarrillo e Maurizio Zarrillo. Portanto, "FRAZZ" são realmente as iniciais dos sobrenomes dos caras! Mas isso não impede de ser também 'loucura', eu não sei…

  13. Afirmei em meu primeiro comentário que não existia temática política no prog inglês e de repente me lembrei do Henry Cow, banda com forte ideologia comunista. Tá certo que o HC tinha um som bem peculiar, mas fazia parte desse cenário na época. Então fica a ressalva. Provavelmente surgirão outros nomes.

  14. KCarão…
    Eu peguei esse informação de um site que li. Nem lembro qual era. Eu lembro dessa matéria da Poeira Zine sobre o VdGG. TEm também uma matéria na PZ falando de uma turne do King Crimson na Italia. Vou ler de novo, quem sabe foi de lá que tirei essa informação.
    Sobre FRAZZ realmetne não achei a tradução. Talvez não exista. Também li que frazz significava loucura numa resenha do disco. A resenha estava em inglês e ele traduziu "frazz" para "madness"…Sei lá…
    Sobre o Henry Cow eu nunca prestei atenção nas letras. O som é tão "doido" que não dá tempo de avaliar as letras…rs

  15. Bueno, essa stória do FRAZZ eu vi em um quiz! Exatamente isso: em um quiz de uma comunidade de prog no orkut! xD Também não sei se tem significado, mas "a experiência nos mostrou" que coincide com as iniciais do sobrenome.
    Infelizmente, não tenho a pZ do King Crimson, mas a do VdGG um amigo me deu! xD
    Henry Cow é uma banda interessante.. Falam bem mal do Magma, dá a impressão de que a banda é mais doida que o HC, mas eu curto Magma pakas, já o HC eu ainda não entendi perfeitamente o som dos caras… Talvez seja também pq durante um tempo eu ouvi Magma umas 16h por dia, e nunca fiz isso com o HC.
    Agora a pergunta que não quer calar: vai ter uma 3a parte?

  16. Gostei de mais um texto sobre esse assunto que eu adoro, o rock progressivo, no caso o peculiar rock progressivo italiano. Se cada um fosse fazer uma lista do que indicar, faria de forma diferente, evidentemente, mas eu acho que se vc considera o Semiramis um disco díficil, acho que não seria legal indicá-lo (eu tb o acho díficil e não o indicaria para alguém que está se iniciando nesse contexto). O Buon Vecchio Charlie é muito interessante, mas eu não colocaria nessa lista tb. Enfim, a introdução do texto tá muito legal, eu tb tenho uma tese parecida de que a cena prog italiana afundou devido a extrema concorrência não só com as bandas inglesas, como com as próprias bandas italianas, a cena era muito grande e não conseguia ser assimilada rapidamente, o que ocorreu tb em outros países. Afinal, ter de competir com Yes, Genesis, King Crimson, Gentle Giant, VdGG, ELP, Led Zeppelin, Black Sabbath, Deep Purple, etc, etc, etc, quase todos em seus auges simultaneamente, não era nada mole! ehehehehee
    Abraço!

  17. Muito massa essa segunda parte. Das bandas citadas, não conheço apenas o Maxophone. Do pouco que aprendi quando fiquei um mês na Itália, loucura é FOLLE, e FRAZZ desde q me conheço como gente é sim os nomes dos bonecos da banda. Museo Rosenbach é uma maravilha, uma das melhores bandas do RPI. As letras são sim de manifesto, só que na linha do q Gil e Caetano faziam aqui. O fato de muitas bandas não durarem está tb pq os musicos q fossem contrarios a politica italiana eram persegudos, torturados e sumiam do mapa, o q levava ao fim das bandas, além de q as gravadoras, com medo de represalia das forças armadas italianas, nao se animavam a lançar LPs de rock com tamanha facilidade (apesar de termos muitas bandas, para ver como o rock eh forte na Italia).

    Enfim, parabens pelo texto, e q no proximo venha Alphataurus, Orme, Panna Fredda e por ai vai

    Abraço

  18. Se ele não aumentar a quantidade de disco por post, vai realmente ter que fazer até a 10…
    Mas o pior é que eu nem sou tão viciado em prog italiano. Sou viciado em prog, apenas isso!

  19. Para falar a verdade não tinha intenções de fazer uma terceira parte. Vou estudar um pouco e ver se tenho bagagem para falar mais…rs
    O problema é que fazendo uma análise rápida das coisas que eu conheço e gosto eu citaria outras bandas e não as que vcs estão falando…hehehe

  20. Marcoré
    Como autor do texto admito que deixei passar o Locanda Delle Fate pelo simples fato de não ter ouvido muito a banda. Essa é uma dívida que eu tenho. Você leu a primeira parte?

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