Krokus – Headhunter [1983]
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Por Daniel Benedetti
Headhunter é o sétimo álbum de estúdio da banda suíça Krokus, lançado em abril de 1983, através do selo Arista. O guitarrista principal do Krokus, Tommy Kiefer, foi forçado a deixar a banda no início da turnê de divulgação do álbum Hardware, de 1981, devido ao seu vício em heroína, então sendo substituído pelo estreante Mandy Meyer (ex-BM Smith). Kiefer tirou sua própria vida em 24 de dezembro de 1986, aos 34 anos, após não conseguir vencer seu vício. Meyer também deixa o grupo na sequência, sendo substituído por Mark Kohler, e Mandy se juntou ao baixista Tommy Keiser, da banda suíça Roxane, para formarem seu próprio conjunto. Meyer retornaria ao Krokus anos depois.
Em 1982, sob nova direção nos Estados Unidos, o Krokus gravou One Vice at a Time, o qual incluía os sucessos “Long Stick Goes Boom” e o cover de “American Woman”, do The Guess Who. Na época da gravação deste álbum, a banda já havia se separado do baixista Jürg Naegeli, e o multi-instrumentista Chris von Rohr assumiu também o papel de baixista principal. Este álbum também marcou a estreia em estúdio de Mark Kohler na guitarra base. Chris von Rohr descreveu o álbum na época como “o álbum que o AC/DC nunca fez“, já que a influência da banda australiana é inegável. As comparações, na verdade, lançaram dúvidas sobre a criatividade do grupo, pois muitos ouvintes, apesar do espectro musical muito mais amplo da banda suíça, passaram a considerar o Krokus meramente como imitadores do AC/DC. Ainda assim, o Krokus se tornou cada vez mais popular na Europa e começou a receber atenção e sucesso nos Estados Unidos.

Na sequência, Headhunter foi gravado no Bee Jay Studios, em Orlando, na Flórida e a produção ficou a cargo de Tom Allom. “Screaming in the Night”, o maior sucesso da banda até hoje, ainda é tocada em estações de rádio de rock clássico e está no trabalho. Headhunter também é o único álbum do Krokus com Steve Pace na bateria. A banda era completada por Marc Storace (Vocal), Fernando von Arb (Guitarra solo), Mark Kohler (Guitarra base) e Chris von Rohr (Baixo). Também os vocalistas Rob Halford (Judas Priest) e Jimi Jamison (Survivor) fazem backing vocals no disco, respectivamente em “Ready to Burn” e “Screaming in the Night”.

“Headhunter” abre o disco com uma pegada glam metal, que lembra bastante os primeiros álbuns do Mötley Crüe. “Eat the Rich” segue a mesma sonoridade da canção anterior, mas com menos peso e menos velocidade. “Screaming in the Night”, um verdadeiro clássico do Krokus, é uma balada poderosa e repleta de feeling, com ótima atuação de Storace. Em “Ready to Burn”, as influências de AC/DC ficam realmente explícitas, com um Hard Rock bem vigoroso.
Já “Night Wolf” é um Hard Rock mais veloz, com bastante potência e aceleração. Uma competente (e pesada) versão para “Stayed Awake All Night”, da Bachman-Turner Overdrive, traz as guitarras bem afiadas. Mais cadenciada, mas sem abrir mão de uma boa dose de peso, “Stand and Be Counted” também empolga. “White Din” é um pequeno interlúdio que antecede a derradeira música do trabalho, “Russian Winter”, a qual encerra o disco com peso e intensidade, em um ótimo Hard Rock.

Headhunter traz o Krokus em seu auge, tanto comercial quanto musicalmente. Se a banda não inventa nada – e realmente não – executa o que se propõe com muita competência. Assim, as guitarras são um ponto fundamental da musicalidade do Krokus. O disco representa bem as fontes em que o grupo bebia: o AC/DC é uma influência inegável em canções como “Ready to Burn” e “Russian Winter”, por exemplo.
Os vocais de Storace me lembram bastante os de Bon Scott em várias passagens. Entretanto, querendo conquistar o mercado dos EUA, o flerte com o Glam Metal também era notório musicalmente (além do visual), em faixas como “Headhunter” e a ótima balada “Screaming in the Night”. Pelo exposto, cabe ressaltar que Headhunter é forte candidato ao posto de melhor álbum do Krokus.

Headhunter foi muito bem-sucedido, atingindo a 25ª posição da principal parada norte-americana e a 74ª de sua correspondente britânica. “Screaming in the Night” e “Stayed Awake All Night” foram singles, sem maiores repercussões nas principais paradas de sucesso. O álbum foi o de maior sucesso do Krokus até então, tanto comercialmente quanto em termos de crítica.
O baixista Chris von Rohr foi demitido do conjunto no final de 1983 por ter escrito um artigo, publicado em um importante jornal suíço, expondo os hábitos rock ‘n’ roll da banda, antes da apresentação do grupo no Festival RockPop, em Dortmund, Alemanha. O guitarrista rítmico Mark Kohler, então, passou para o baixo temporariamente e Patrick Mason, também conhecido como Patrick Mahassen, que havia tocado na banda suíça Crown, assumiu a guitarra rítmica pelo restante da turnê Headhunter.
No entanto, Mahassen deixou a banda antes da gravação do álbum seguinte, The Blitz, um disco no qual o grupo gravou como um quarteto. A turnê deste álbum contou com o retorno de Mark Kohler às guitarras, com Andy Tanas, ex-integrante do Black Oak Arkansas, sendo o baixista.
Enquanto isso, von Rohr produziria o álbum homônimo da banda Headhunter, em 1985, com os futuros membros do Krokus, Peter Tanner e Many Maurer, e lançaria um disco solo em 1987, intitulado Hammer & Tongue, que contou com a participação de seus ex-companheiros de banda do Krokus, Marc Storace e Fernando von Arb. Por fim, resta dizer que Headhunter supera a casa de 500 mil cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.

Faixas:
1. Headhunter
2. Eat the Rich
3. Screaming in the Night
4. Ready to Burn
5. Night Wolf
6. Stayed Awake All Night
7. Stand and Be Counted
8. White Din
9. Russian Winter

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