Direto do Forno: Novembers Doom – Aphotic [2011]

Direto do Forno: Novembers Doom – Aphotic [2011]



Por Micael Machado

Apesar de sua estreia em disco ser de 1995, e deste ser seu oitavo lançamento, nunca havia escutado a música dos americanos do Novembers Doom antes. O que, a julgar por este Aphotic (uma referência às regiões do oceano onde a luz não chega, e que tem seu lançamento no Brasil pela Shinigami Records), foi um grande erro.

O “Doom” presente no nome do grupo formado por Paul Kuhr (vocais), Lawrence “Larry” Roberts e Vito Marchese (guitarras), Michael “Mike” Feldman (baixo) e Sasha Horn (bateria, que recentemente deixou o posto vago ao se juntar ao Forbidden, sendo substituído por Garry Naples) está mais presente no belíssimo trabalho gráfico do encarte e nas letras (sempre tratando de temas melancólicos e tristes) do que na sonoridade das músicas. As canções que variam desde belas baladas acústicas (“What Could Have Been”, com a participação especial de Anneke Van Giersbergen – Agua de Annique, ex-The Gathering – ganhou um vídeo clipe com um clima tão triste quanto sua letra) até belas “porradas na orelha” como “Of Age And Origin – Part 1: A Violent Day” (com discreta participação do vocalista Dan Swanö), conseguem empolgar o ouvinte, o qual encontra um grupo bastante criativo em seus arranjos.

Michael Feldman, Lawrence Roberts, Vito Marchese, Paul Kuhr e Sasha Horn 
Os mais de oito minutos da faixa de abertura (“The Dark Host“, que em sua duração tem momentos que vão do Death Metal a calmarias acústicas) parecem sintetizar as intenções da banda: agressividade e vocais guturais convivem com perfeição com momentos ao violão e vocais limpos, assim como também ocorre em outros momentos dos pouco mais de cinquenta minutos do CD. Se “Buried”, com sua lentidão, é a que mais se aproxima do Doom Metal, o ritmo empolgante e o belo refrão de “Harvest Scythe” a tornam um destaque imediato ao lado de “Of Age And Origin – Part 2: A Day Of Joy”, onde o peso fica ausente. “Six Sides” é outra que alterna porrada e calmaria, e “Shadow Play” encerra o CD, alternando-se entre momentos de uma balada com mais um clima melancólico (e outro belo refrão), e passagens bastante pesadas com vocais guturais (além de um trecho que lembra muito “Symptom Of The Universe”, do Black Sabbath).

A constante variação entre vocais guturais e limpos chama bastante a atenção (sendo que eu, particularmente, preferi muito mais ouvir os momentos onde Paul Kuhr realmente canta, e não aqueles onde ele “urra”), assim como o trabalho das guitarras (alternando peso e calmaria sempre com muita qualidade) e o belo (e mórbido) trabalho gráfico.

Se você gosta de discos onde as músicas não ficam se repetindo, e de uma banda que sabe alternar diversos climas, embora sem se afastar do heavy metal, pode ir atrás deste disco sem nenhum medo. Será satisfação garantida!

Track List:

1.”The Dark Host”
2.”Harvest Scythe”
3.”Buried”
4.”What Could Have Been”
5.”Of Age And Origin – Part 1: A Violent Day”
6.”Of Age And Origin – Part 2: A Day Of Joy”
7.”Six Sides”
8.”Shadow Play”

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