Discografias Comentadas: Destruction [Parte III]

Discografias Comentadas: Destruction [Parte III]

Por André Kaminski

E cá vamos para os “finalmente” da icônica banda alemã Destruction!

Com a entrada do polonês Vaaver na bateria, a banda nem bem respirou após lançarem Day of Reckoning [2011] e a todo vapor já emendam 2012 com o disco seguinte.


Spiritual Genocide [2012]

Dessa fase mais atual da banda após o retorno de Schmier, acho este álbum o piorzinho de todos. Não diria que é aquela coisa ruim e intragável, mas infelizmente a imensa maioria das canções seguem a linha – como no disco anterior – entrar por um ouvido e sair pelo outro. Não acho ruim muitas vezes jogar na segurança. Mas fazer algo com mais capricho, mais pegada, mais alma. Há alguns momentos interessantes no disco como as “paradinhas” em “Renegade” ou “Carnivore” com uma letra (e um videoclipe) até que bem sacanas. Mas o restante do disco peca em riffs mais marcantes ou um maior variação rítmica. Talvez se tivessem esperado um tempo a mais para melhorarem estas composições, o resultado com certeza seria bem diferente.


Under Atttack [2016]

Poxa, esses quatro anos desde o último lançamento fizeram um bem enorme em termos de composições. Isso sim é um disco que merece ter a etiqueta do Destruction em sua capa. Ainda fiéis ao thrash mais tradicional com produção atual, o que temos aqui são ótimas canções com o punch e energia típicos dos melhores momentos dos alemães. Músicas como “Dethroned”, “Getting Used to the Evil” e “Stand up for Waht you Deliver” se mantém no nível de álbuns que aprecio muito dessa terceira fase de The Antichrist [2001] e D.E.V.O.L.U.T.I.O.N. [2008]. O cover de “Black Metal” do Venom também ficou muito bom. Podem ir sem qualquer medo neste álbum porque aqui encontrarão riffs thrash excelentes e canções muito bem trabalhadas.


Thrash Anthems II [2017]

Assim como o anterior de 2007, é mais uma batelada de boas músicas da banda sendo retrabalhadas, regravadas e com uma melhor produção que fez a sonoridade delas soarem dignas de século XXI. Algumas canções das antigas junto a algumas das mais novas e o Destruction soltou mais um “best of” que pode não trazer novidades para quem não é fã da banda, mas que agrada o povo que os acompanham há algum tempo. As músicas que melhor ganharam com essas novas versões foram “United by Hatred” e “Confound Games” ambas vindas de Eternal Devastation [1986].


Logo após o lançamento deste disco, o baterista Vaaver deixa o Destruction após 8 anos com a banda. De acordo com suas declarações, ele não gostaria mais de fazer as longas turnês que a banda é conhecida por fazer e gostaria de ficar mais próximo de casa junto a família fazendo trabalhos e tours menores. Sem brigas ou conflitos com a banda.

Em 2018, a banda convidou o canadense Randy Black (Ex-Annihilation e Primal Fear) para tocar no lugar de Vaaver e logo depois o oficializou como membro permanente. Em 2019 eles também recrutaram um segundo guitarrista, o suíço Damir Eskic´, visto que a banda queria tocar algumas músicas que só conseguiam na época que eles tinham duas guitarras.

Agora em quarteto, como de costume, a banda já emenda um novo de inéditas.


Born to Perish [2019]

Desta terceira parte da discografia dos germânicos, este é o meu favorito. Os novos integrantes deram fôlego novo e criatividade em uma banda que estava, de certa forma, meio acomodada gravando apenas em trio. Deste ótimo disco, destaco a excelente “Inspired by Death” que lembra bastante a pegada veloz do thrash oitentista mais cru. Outra canção como “Filthy Wealth” você já ouve umas viradas diferentes de bateria e uma variação maior de riffs, além de um excelente solo de guitarra. Continuando com os covers, dessa vez pegaram “Hellbound” do Tygers of Pan Tang que ficou bizarramente bom ao modo thrash. Desta vez jogaram no modo seguro do jeito certo e o que se experimenta aqui é aquele mesmo sabor de sempre, mas do qual sempre adoramos mesmo que com outros integrantes.


Quando parecia que as coisas estavam se ajeitando novamente, eis que um novo problema surge: o guitarrista e fundador da banda Mike Sifringer simplesmente se “desconecta” da banda, de acordo com Schmier. Após a gravação do ao vivo Live Attack [2021], Mike meio que “sumiu da banda”. O vocalista tentou entrar em contato com ele para compor e gravar as demos do próximo álbum, mas nada do guitarrista aparecer.

Outra preocupação de Schmier era quanto a saúde de Sifringer: ele ainda fumava e bebia muito nas turnês, o que para um sujeito se aproximando dos sessenta anos é bastante complicado manter este pique sem se cuidar. Deu a entender também, embora não confirmado ou dito claramente, que Mike ainda faz o uso de alguns “tóchicos”, o que não colaboraria para o seu estado físico que as pessoas diziam que ele parecia doente. Schmier deu prazos, Mike não apareceu e como ele mesmo diz que compõe quase tudo da banda com ocasionais colaborações de Sifringer, ele resolveu continuar sem o cara e convocou o guitarrista argentino Martin Furia para a segunda guitarra e com Damir passando para a guitarra principal no lugar do germânico.


Diabolical [2022]

O último disco do Destruction, lançado ano passado e sem Sifringer em seus créditos pela primeira vez, é um disco sólido deles. Infelizmente a banda não traz muitas novidades em sua sonoridade e a verdade é que estou me repetindo a exaustão nas resenhas de seus discos aqui. Mas sem muito mais o que acrescentar após tantos álbuns ouvidos, você pode fazer a sua checklist dos alemães e vai praticamente marcar todos eles em termos de riffs, vocais rasgados de Schmier, bateria veloz e backings em coros em praticamente todas as músicas. Um sólido thrash metal, bom de ouvir alto, sem muita frescura ou exigências e é isso.


Bom, é isso, finalmente terminei a longa discografia do Destruction. Infelizmente como muitas bandas longevas e de muitos lançamentos comumente ocorre, algumas resenhas acabam se tornando repetitivas e cansativas até para mim, assim como os discos não variam muito. Mas os alemães têm muitos discos de respeito e grandes trabalhos dentro do thrash que valem a pena ouvir. Se você não for muito exigente, pode ouvir quase todos os discos com exceção de uns 2 ou 3 e seja feliz. Para quem já se cansa mais rápido, há pelo menos uns 8 trabalhos da banda que, gostando pouco ou muito de thrash, valem a pena ouvir. Obrigado a todos que acompanharam esta longa discografia até o final!

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