Electric Gypsy – Electric Gypsy [2021]

Electric Gypsy – Electric Gypsy [2021]

 

Por Davi Pascale

E vamos seguindo com as dicas do que está rolando de bacana dentro do cenário brasileiro. No texto de hoje, abordarei o trabalho da banda Electric Gypsy, que lançou recentemente seu debut em uma parceria com a loja Animal Records. Vamos nessa…

Quem já entrou na Animal, nem que seja uma vez na vida, sabe que a cena hard rock dos anos 80 sempre teve grande destaque no estabelecimento. Seja nos CD´s que estampavam a vitrine, seja nos vídeos que passavam na televisão que tinha atrás do balcão, seja nas inúmeras tardes de autógrafo que rolaram por lá. Ao longo dos anos, estive presente em algumas como Eric Martin (Mr Big), Crashdiet, e tantas outras. Entrar na loja era quase como entrar em uma máquina do tempo.

É exatamente essa a sensação que temos, assim que damos o play no CD desse grupo de Belo Horizonte. O Electric Gypsy é uma banda formada por 4 garotos (no sentido literal da palavra) que trazem uma grande influência da cena Sunset Strip dos anos 80. Tanto no visual, quanto na sonoridade.

 

Da esquerda para a direita: Pete, Guz Collins, Nolas e Robert Zimmerman.

 

Após uma curta introdução instrumental, a festa começa com “Hit and Run”, música que conta com um bom riff e uma linha vocal que remete muito ao Mike Tramp (White Lion) nos versos. A faixa de trabalho “Shoot ´Em Down”, começa com uma dobrada de bumbo àla Tommy Lee e conta com um refrão pegajoso que irá colocar um sorriso na cara de quem curtiu a cena.

A banda é bem recente. A garotada está na estrada desde 2019 e no ano passado já haviam soltado um EP digital. A ideia era soltarem Ep´s de tempos em tempos, mas o grupo recebeu uma proposta do proprietário da Animal Records, Carlos Chiaroni, para que entregassem mais 4 ou 5 músicas e prensassem um disco. Os garotos gostaram da ideia e voltaram ao trabalho.

A primeira coisa que fizeram foi entrar em contato com Cris Simões e pedir para que ajudasse a gravar as canções que faltavam. Afinal, ele havia sido o responsável pela produção do EP e todas aquelas músicas estariam no CD. O grupo não queria que houvesse uma grande diferença na qualidade de gravação entre um material e outro. O rapaz topou e o material foi finalizado.

O momento de maior diferencial acredito que seja “Rivers of Tomorrow”, uma balada acústica com pegadas de blues e country. Ok, nada que outros artistas dessa cena não tenham arriscado, mas faz um contraste legal com as músicas marcadas por guitarra e refrão pegajoso que predominam o trabalho.

 

Banda de Belo Horizente aposta em hard rock anos 80.

 

A partir da sexta faixa começa o que, para mim, é o melhor momento do álbum. “Nine Lives” (Til I Die)” é uma das minhas favoritas e conta com uma pegada que remete muito ao Cinderella, principalmente na slide guitar de Nolas. “Love Bomb” e “The Devil Made Me Do It” são outras duas canções extremamente marcantes, cujo refrão não sai de sua cabeça após poucas audições e estão entre os destaques do álbum.

É comum encontrar gente citando a presença da influência do hard dos anos 70. Até pego um riff aqui, outro ali, uma linha de voz aqui, outra ali, mas a verdade é que o som praticado pelos garotos é recomendado para aqueles que curtiram a sonoridade mais comercial da década de 80. Aquelas que nossa crítica “especializada” costumava tirar sarro chamando de farofa. E vamos ser sinceros, esses artistas tinham influência da década de 70 (especialmente do glam rock) e é justamente nessa lógica que aparece por aqui.

O material está bem gravadinho, afinal Cris é um profissional renomado (o cara tem em seu curriculum nomes de peso como Jota Quest, AnaVitoria e Lô Borges) mas eu teria dado um pouco mais de atenção na captação do contrabaixo e do bumbo. De todo modo, nada que comprometa a qualidade do material.

Muito bacana ver um grupo com tão pouco tempo de estrada fazendo um trabalho tão redondinho e entregando um CD com um tracklist tão consistente. Agora é esperar os shows voltarem com força para vê-los no palco e ver se conseguem reproduzir aquele clima de festa que tinha nas apresentações da época. Até lá, vamos curtindo o disco que está muito bacana. Boa sorte aos garotos.

 

Formação:

Guzz Collins – Vocalista

Nolas – Guitarrista

Pete – Baixista

Robert Zimmerman – Baterista

 

Faixas:

  • Echoes
  • Hit and Run
  • Shoot ´Em Down
  • Modern Love
  • Roundabout
  • Nine Lives (Until I Die)
  • Love Bomb
  • Wild Kiss
  • Rivers of Tomorrow
  • Let It Roll
  • The Devil Made Me Do It

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.