Por onde anda? (Parte 1)

Por onde anda? (Parte 1)

Por André Kaminski

Graças as redes sociais e a internet, a nossa busca por velhos músicos que gravaram discos importantes ou fizeram parte de formações inesquecíveis de certas bandas ficou mais fácil. Ainda assim, muitos músicos, principalmente os mais antigos, ainda possuem uma aversão à elas e a busca por informações de vários deles torna-se difícil, com algumas poucas informações vagas na internet ou mesmo de notícias antigas e desatualizadas. Volta e meia, farei uma pequena lista de cinco músicos que participaram de bandas importantes mas que aparentemente, andam um tanto quanto sumidos dos principais veículos da nossa imprensa especializada do rock. Segue aqui o que andam fazendo alguns deles!


Kenney Jones (ex-baterista do The Who, Faces e Small Faces)

Kenney já era um baterista muito bem visto nos anos 60 e 70 com o Small Faces e depois o Faces. Com a morte do lendário Keith Moon em 1978, Jones foi recrutado para a dificílima tarefa de substituí-lo. Embora ele sempre tenha sido um grande baterista, estar sentado no mesmo banquinho que o selvagem Moon era uma tarefa ingrata, mas Kenney enfrentou a situação e ainda gravou dois álbuns com o Who. Logo depois, fez um disco com Paul Rodgers com uma banda chamada The Law, mas que passou completamente despercebida nos anos 80.

Atualmente, o baterista está bem ativo nas redes sociais e trabalhando bastante. Recentemente, ele lançou a sua biografia contando suas histórias junto ao Faces, Small Faces e o The Who, participou de algumas reuniões do Faces em shows esporádicos (uma, inclusive, neste ano) e tem feito shows com uma banda tributo a Brian Jones, falecido guitarrista dos Rolling Stones chamada The Jones Gang junto a Ron Wood. Também é dono de um clube de polo na Inglaterra.


Tony Reno (ex-baterista do Europe)

Antes da entrada no norueguês Ian Haughland, que gravaria o aclamado álbum The Final Countdown [1986], o baterista que gravaria os dois primeiros discos da banda foi o sueco Tony Reno.

De acordo com o líder John Norum, Reno foi demitido da banda em 1984 durante a primeira perna da turnê do disco Wings of Tomorrow [1984] por ser preguiçoso quanto aos ensaios da banda. Segundo Norum, Reno preferia ficar em casa com a namorada do que ensaiar com a banda. Ele ria quando os membros o chamavam a atenção para isso. Então ele acabou sendo demitido via carta entregue pelo empresário da banda na época.

Após este período, Tony ainda fez parte das bandas Geisha (de Mikkey Dee, futuro batera do Motörhead) e da dinamarquesa =Y=, mas sem qualquer sucesso em relação aos discos ou aos shows nesses trabalhos. Com o passar dos anos, ele se recusava a fazer parte de qualquer material promocional ou ter seu nome vinculado à banda. Mas em 2013, Tony topou fazer parte de uma campanha de promoção dos 30 anos da banda, estando junto com os outros integrantes para fotos e assinaturas de materiais. Norum até quis convidar Reno para tocar algumas músicas para o show de comemoração dos 30 anos, mas que acabou acontecendo sem ele.

Tony abandonou de vez a música e não toca bateria há mais de 20 anos. Ele continua vivendo na Suécia onde trabalha para uma empresa de informática.


Neil Murray (ex-baixista do Whitesnake, Black Sabbath, Phenomena e muitas outras)

Murray fez parte de uma das formações mais queridas do Whitesnake que são os 3 primeiros discos. Também fez parte de uma das épocas mais criticadas do Sabbath que foram as gravações da época do Tyr [1992] e Forbidden [1995]. Independente disso, o baixista foi monstro nos anos 80 e 90 e a quantidade de bandas em que fez parte e de discos que gravou comprova que ele era um dos mais requisitados do instrumento pelos mais diversos artistas.

Apesar de um pouco fora dos holofotes, o baixista continua muito ativo na música. Nos últimos meses, ele vem promovendo o relançamento dos discos do Phenomena. Também nos últimos meses, ele estava junto da banda tributo Kingdom of Madness, em que toca músicas do Magnum junto a alguns ex-membros. E preciso lembrar o quanto o sujeito é foda nas quatro cordas quando lembramos que ele também tocou no Queen + Paul Rodgers em alguns concertos de 2008?


Cris Bonacci (ex-guitarrista do Girlschool)

Cris é uma australiana que se destacou desde cedo nas guitarras em bandas locais de seu país natal. Após passar por várias delas, ela formou uma banda chamada Sweet Jayne em que lançaram três eps e um single na Austrália mesmo entre 1979 e 1981. Apesar de criar uma pequena legião de fãs locais, o dinheiro que entrava era pouco e o Sweet Jayne acabou em 1983.

Porém, tudo mudou quando o já famoso Mike Oldfield ouviu os materiais do Sweet Jayne e convidou Cris Bonacci e a vocalista Chris Scheri  a irem até a Inglaterra para trabalharem com ele. O trabalho foi pouco e ela e a ex-vocalista gravaram apenas um single que seria lançado como um trabalho solo de Scheri. Porém, essa ida à Inglaterra deu frutos à Bonacci que se juntou à banda She e estava tocando em vários pubs ingleses tentando chamar a atenção de produtores locais. Aí ela foi convidada a se juntar ao Girlschool.

Cris gravou 4 álbuns de estúdio com as outras garotas e excursionou bastante até o início dos anos 90. No final de 1992, Bonacci deixa o Girlschool para se tornar produtora e fazer parte da turnê de apoio da banda de Marc Almond (na época, sua banda Soft Cell havia acabado).

Depois de tocar, produzir e compôr para diversos artistas, ela lança em 2005 seu projeto chamado Electracult, uma banda de eletrônico EBM. Recentemente, também produziu um vídeo para uma artista local inglesa chamada Ella Skye que toca uma sonoridade blues/hard rock chamado “Beautiful Terrible“.


Manny Charlton (ex-guitarrista do Nazareth)

Junto a Dan McCafferty, Pete Agnew e Darrell Sweet, formaram uma das bandas escocesas mais amadas pelos fãs do hard rock. Apesar de alguns ocasionais guitarristas e tecladistas com o passar dos anos, o quarteto esteve seguro no período de maior sucesso da banda entre 1968 e 1990, ano em que Charlton saiu da banda.

De acordo com esta entrevista de 2012, ele deixou a banda devido aos imensos problemas pessoais internos que a banda atravessava durante a gravação do disco Snakes ‘n’ Ladders [1989] trabalho ao qual ele odeia e que a banda jamais deveria ter gravado. Uma curiosidade é que em 1985, Axl Rose queria o mesmo produtor do disco Hair of the Dog [1975] para fazer o Appetite for Destruction [1987], primeiro lançamento da banda. E o produtor era ninguém menos que Manny. Embora ele tenha trabalhado com eles por um curto período, Charlton teve que deixar a produção do primeiro álbum do Guns para atender os seus compromissos com o Nazareth na Europa.

O bigodudo guitarrista então partiu para uma carreira solo e produziu diversos discos sob o seu nome e sob o nome Manny Charlton Band durante os anos 90 e 2000. Atualmente ele vem lançando várias músicas em seu reverbnation e provável que em breve ele lance mais um disco de instrumentais que ele vem compondo ao longo dos anos.

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