Twisted Sister – You Can’t Stop Rock ‘n’ Roll [1983]

Twisted Sister – You Can’t Stop Rock ‘n’ Roll [1983]

Por Daniel Benedetti

O início do Twisted Sister se deu em 1972, quando o guitarrista John Segall, que seria mais conhecido por Jay Jay French, fez um teste e foi chamado para ingressar em uma banda chamada Silver Star, criada pelo baterista Mel Anderson (ou Mell Star). O Silver Star, segundo seu criador, seria a versão de New Jersey da banda NY Dolls.

Jay Jay odiava o nome Silver Star e forçou o grupo a mudá-lo. Em fevereiro de 1973, a banda passou a se chamar Twisted Sister e contava com a seguinte formação: o vocalista Michael Valentine, o guitarrista Billy Diamond, o baterista Mell Star, o baixista Kenneth Harrison Neill, e o guitarrista Johnny Heartbreaker (o próprio, que logo se chamaria Jay Jay French).

A banda acabou se mudando para New York City e tocava regularmente nos clubes noturnos da cidade. Muitas vezes, o Twisted Sister conseguia se apresentar seis vezes por semana, embora, comumente, no mesmo local. Quando o grupo teve sua primeira mudança na formação, em dezembro de 1974, estima-se que o conjunto já havia se apresentado por volta de 600 vezes. Com Rick Prince nos vocais e Keith Angel na guitarra, o Twisted Sister continuava trabalhando.

A banda em ação em 1982.

Rick Prince falta a um show e é demitido do grupo, com Jay Jay assumindo as funções de vocalista e, ao mesmo tempo, de manager da banda. No meio de 1975, o conjunto se desfaz, para logo se reconstituir no final do mesmo ano. Jay Jay French continuaria como vocalista e guitarrista e recrutou seu antigo amigo de colegial, o guitarrista Eddie Ojeda, que também seria um “co-vocalista”. O baterista seria Kevin John Grace, contratado após French ver um anúncio de Kevin procurando por banda. O baixo continuaria com Kenny Neill.

A banda seguiria, então, uma orientação “Glam Rock”, com influências de David Bowie, Slade e New York Dolls, continuando se apresentar em “clubs”. Já em 1976, o agente do grupo, Kevin Brenner, sugere a Jay Jay que o conjunto não poderia ir mais longe sem tocar covers de Led Zeppelin. Para tanto, também aconselhou a Jay Jay que contratasse o vocalista Danny Snider, grande fã do grupo de Page e Plant. Assim, o Twisted Sister continuaria a manter seu visual glam, mas apostaria em uma sonoridade mais pesada, com influências de Led Zeppelin e Alice Cooper.

Um novo baixista, Mark “The Animal” Mendoza, entra na banda em 1978. O grupo sofre ainda algumas mudanças no posto de baterista, com Tony Petri sendo substituído por Joey Brighton, este por sua vez daria lugar a Richie Teeter, o qual, seria trocado por A. J. Pero. A formação clássica da banda se fixaria com Snider nos vocais, French e Ojeda nas guitarras, Mendoza no baixo e Pero na bateria.

O single “You can’t Stop Rock ‘n’ Roll”.

Um dos singles lançados pelo grupo em seu próprio selo acaba por atravessar o Atlântico e cai nas mãos de Martin Hooker, que gosta do trabalho. Hooker é o presidente do pequeno selo britânico Secret Records. Em Abril de 1982, finalmente o grupo assina com a Secret Records, gravadora que era mais voltada ao público punk.

Em junho de 1982, o Twisted Sister lança o EP Ruff Cuts, pela Secret Records. Meses depois, em setembro daquele ano, o álbum de estreia é colocado no mercado, Under the Blade [1982]. A produção foi posta a cargo do então baixista da banda UFO, Pete Way. Embora com uma produção ruim, o álbum fez algum sucesso, especialmente entre o público mais ‘underground’ do Reino Unido.

Após uma aparição em um programa de TV chamado The Tube, o Twisted Sister acabou chamando a atenção do selo Atlantic Records e a gravadora assina com o grupo. Um segundo álbum do conjunto começa a ser trabalhado. Stuart Epps (Elton John, Led Zeppelin) foi chamado para a produção. Já no início de 1983, o grupo se reúne no Sol Studios, em Cookham, na Inglaterra, para a gravação do disco, o qual seria chamado You Can’t Stop Rock ‘n’ Roll. O Twisted Sister era formado por Dee Snider nos vocais, Jay Jay French e Eddie Ojeda nas guitarras, Mark Mendoza no baixo e A. J. Pero na bateria.

O disco foi lançado em maio de 1983, obviamente, pela Atlantic Records.

A. J. Pero surra a bateria até que as guitarras pesadas de French e Ojeda preencham o ambiente na ótima “The Kids Are Back”, uma deliciosa faixa com a aura de Alice Cooper. “Like a Knife in the Back” possui uma nítida pegada NWOBHM com guitarras conduzindo um riff matador. “Ride to Live, Live to Ride” mantém a sonoridade bem pesada e os vocais insanos de Dee Snider são um grande diferencial da música, em especial, no refrão.

“I Am (I’m Me)” é mais cadenciada e menos pesada, em uma abordagem consideravelmente mais voltada ao Hard Rock, mas, mesmo assim, é uma canção empolgante. “The Power and the Glory” é um Hard/Heavy mais malicioso, com a bateria de Pero fazendo diferença, antes de se desaguar em um Metal mais veloz. “We’re Gonna Make It” abre o lado B com um Hard Rock saboroso, mesclando um ritmo envolvente e guitarras afiadas. “I’ve Had Enough” segue com as guitarras pesadas e uma boa dose de intensidade, com ótimos solos.

Já em “I’ll Take You Alive” tem-se uma faixa direta, pesada e sem rodeios, que vai direto ao ponto. “You’re Not Alone (Suzette’s Song)” é uma balada que Dee Snider compôs para sua esposa, Suzette. O álbum é encerrado com a faixa-título, “You Can’t Stop Rock ‘n’ Roll”, um petardo Heavy Metal de primeira linha, fechando os trabalhos no mais alto nível.

O single “I Am (I’m Me)”.

Os 3 singles lançados para a promoção do álbum foram bem na principal parada britânica desta natureza: “I Am (I’m Me)” ficou com a 18ª posição, “The Kids Are Back” conquistou a 32ª colocação e “You Can’t Stop Rock ‘n’ Roll” atingiu o 43º lugar. Entretanto, nenhuma delas vingou na principal parada norte-americana similar. Desta maneira, You Can’t Stop Rock ‘n’ Roll alcançou a ótima 14ª posição da principal parada britânica de álbuns, ficando com a modesta 130ª colocação na correspondente norte-americana, a Billboard 200.

You Can’t Stop Rock ‘n’ Roll é um ótimo disco de Heavy Metal e Hard Rock, apostando em uma musicalidade pesada, mas sem abrir mão das melodias. Ainda contém algumas das melhores composições do Twisted Sister, como “The Kids Are Back”, “We’re Gonna Make It” e a faixa-título. Em 1995, o álbum já havia superado a casa das 500 mil cópias vendidas apenas nos Estados Unidos. Em 2016, o tradicional site canadense Metal Rules colocou You Can’t Stop Rock ‘n’ Roll na 94ª posição de sua lista The Top 100 Heavy Metal Albums.

Tracklist

  1. The Kids Are Back
  2. Like a Knife in the Back
  3. Ride to Live, Live to Ride
  4. I Am (I’m Me)
  5. The Power and the Glory
  6. We’re Gonna Make It
  7. I’ve Had Enough
  8. I’ll Take You Alive
  9. You’re Not Alone (Suzette’s Song)
  10. 10. You Can’t Stop Rock ‘n’ Roll

3 comentários sobre “Twisted Sister – You Can’t Stop Rock ‘n’ Roll [1983]

  1. Com energia, diversão e alguns hinos, considero este disco o melhor do Twisted Sister. Não entendo porque as bandas atuais não se preocupam em apenas divertir e criar aqueles famosos “hinos do rock” tal como faziam as oitentistas.

    1. Gosto bastante do Stay Hungry, mas, concordo, acho este álbum mais intenso e mais pesado. Valeu pelo comentário!

  2. O disco no geral é bom, mas a banda era muito ridícula na época… Talvez por isso que eu considero o TS de longe, a pior banda de todos os tempos (do mesmo nível do Manowar e do Mercyful Fate). Mas pra quem gosta é um prato cheio…

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