Entrevista Exclusiva – Edson Zacca (Seu Juvenal)

Entrevista Exclusiva – Edson Zacca (Seu Juvenal)

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Por Mairon Machado

O grupo mineiro Seu Juvenal foi uma das grandes revelações do rock nacional no ano passado. Seu terceiro disco Rock Errado, foi aclamado por diversos setores da imprensa, inclusive o nosso, mostrando um som maduro e praticamente inédito no cenário nacional. O guitarrista Edson Zacca nos concedeu uma breve entrevista, conversando sobre o atual momento da banda, um pouco da história da banda e algumas curiosidades. Confira!

Consultoria do Rock: A banda já está em seu terceiro álbum, Rock Errado, conquistando espaço no mercado nacional. Como você visualiza a atual situação da música brasileira em relação ao espaço para o lançamento de novas bandas?

Edson Zacca – Existem pessoas trabalhando sério junto às bandas conseguindo espaços com o pé no chão. A grande mídia tem outros interesses. Deve-se deixá-la de lado se concentrando na nossa realidade. Assim este outro circuito de casas de show, produtores, estúdios, etc. vêm se fortificando dentro do próprio underground.

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Como andam as turnês do grupo?

Zacca – Estamos com um show poderoso, mas com apresentações esporádicas.

Vocês já tiveram a oportunidade de tocar no exterior ou em grandes festivais?

Zacca – No exterior ainda não. Embora exista um projeto bastante concreto para isso. Em festivais, em território nacional, já tocamos em alguns como Flaming Night, Jambolada, Tirando Mofo, Novas Tendências, Marreco, etc., todos aqui por Minas mesmo.

Por que o processo de divulgação dos álbuns Guitarra de Pau Seco e Caixa Preta não foram tão destacados quanto Rock Errado?

Zacca – Na época nós não tínhamos os parceiros que temos agora. Hoje o selo Sapólio Rádio e a produtora Som do Darma se somam ao que é o nosso Rock Errado, um som mais maduro com uma banda mais afiada. Chegamos a um número maior de pessoas desta vez.

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Qual o pensamento do Seu Juvenal em relação a disponibilização dos álbuns para download, bem como do uso da internet de forma geral para divulgação e promoção do grupo?

Zacca – Ferramenta mais que positiva para bandas independentes como nós. Inclusive nosso último trabalho, Rock Errado, está para download gratuito em nosso site seujuvenal.com.br.

Como surgiu o contato para a produção de Ronaldo Gini para o álbum Rock Errado?

Zacca – Ele já havia produzido nosso primeiro álbum em 2004. Desde então virou um amigo e colaborador. O convite para o Rock Errado foi natural.

Sua música apresenta a influência de diversos estilos, todas com ótima qualidade, sendo bastante difícil ter uma definição precisa sobre o som da banda. Quais são os sons que realmente rolam na vitrola do grupo antes de compor?

Zacca – Do mesmo jeito que é difícil rotular, é quase impossível citar todas as influências. Escutamos de tudo um pouco sempre. O nosso gosto musical é muito bizarro.

12052626_885778094803255_8298114619758298165_oE no dia a dia, o que a banda ouve?

Zacca – Atualmente temos escutado muito som nacional. Meta Meta, Uganga, DCV, Lava Divers, Guitarrada Parahiabana. Coisas assim.

Ao ouvir Rock Errado, conclui que o som exalado das caixas de som deixa nos ouvidos algo curioso e novo no repetitivo mercado musical nacional da atualidade, e continuo com a mesma opinião. Fica aquela sensação de que temos uma banda com grande potencial. Várias outras resenhas sobre Rock Errado apontam no mesmo sentido. É exatamente esse o caminho que o grupo almejou ao lançar esse disco?

Zacca – Com certeza. Enquanto gravávamos o disco a gente trabalhou e muito para que ele fosse o nosso melhor trabalho. Demos o nosso sangue. Fizemos pela primeira vez uma pré-produção. Tomamos muito cuidado com todas as fases. Ao mesmo tempo não nos preocupamos com as críticas futuras. Queríamos concluir o disco da melhor maneira possível e aí sim ver no que ia dar.

O vinil tornou-se um material obsoleto no final da década de 90, mas tem voltado com força nos últimos anos. Rock Errado saiu nesse formato por conta desse espaço para os colecionadores ou também por um sonho dos membros do grupo?

Zacca – Foi uma ideia do Selo Sapólio Rádio e aceitamos de primeira porque com certeza somos amantes dos discos.

Algum de vocês é colecionador de discos? Se sim, quantos discos em média e o que predomina na coleção (estilos, LPs ou CDs, …)

Zacca – Colecionador todos somos. Se for somar todos acredito que chega a 1500 bolachas. Blues, rock e heavy metal predominam. Além de outras estranhices!

Qual o principal momento positivo do Seu Juvenal desde seu início até os dias de hoje?

Zacca – A banda cresceu exatamente por causa do disco Rock Errado. Este tem sido nosso momento crucial. Nosso principal momento é agora, precisamos sempre evoluir.

Há algum momento engraçado ou marcante do ponto de vista negativo, que a banda hoje lembra apenas para dar risada?

Zacca – Com certeza foi um show em que fizemos na cidade de Uberaba em que quebramos alguns instrumentos e o caos tomou conta do lugar. Foi negativo, mas hoje em dia, quando lembramos dos detalhes, rachamos o bico.

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Vários grupos têm tentado a luz do sucesso em programas como Super Star (Rede Globo) ou outros programas de auditório. Qual a posição do Seu Juvenal sobre a participação nesses programas?

Zacca – Não é nosso perfil. Mas se bandas querem participar, não temos nada com isto.

Quais são os projetos do grupo para os próximos meses?

Zacca – Estamos iniciando uma fase de composição de novos sons. Além da eterna busca por captação e dinheiro para o novo disco, turnês, etc.

Obrigado pelo bate-papo, Zacca, e por favor, deixe uma saudação para nossos leitores.

Zacca – Vai estudar porque o Rock and Roll não leva a lugar nenhum. Sai desta vida enquanto é tempo! Mas se por um acaso não tiver jeito mesmo, e você for como nós, teimosos e burros, monte uma banda e seja feliz!

9 comentários sobre “Entrevista Exclusiva – Edson Zacca (Seu Juvenal)

  1. Boa entrevista.Mas como fazemos para adquirir os álbuns em formato físico da banda?

  2. Vou dar um confere no som, apesar do nome da banda não ser nada atraente. Foi uma entrevista do tipo “entrevistador legal, entrevistado mais ou menos”, respondeu de forma meio automática as coisas.
    Abraço,

        1. O comentário do Ronaldo sobre o nome da banda em questão (Seu Juvenal) é bastante procedente. Afinal, os nomes das bandas costumam variar de acordo com o estilo que elas seguem. E escolher um nome “errado” pode ser prejudicial a uma carreira. Um caso emblemático é The Zombies, cujo nome não tem nada a ver com a sofisticação do som da banda de Colin Blunstone e Rod Argent, responsável por um dos discos mais elogiados dos anos 60, “Odessey and Oracle”. O que esperar de uma banda que se chama The Dog That Bit People? Ou Canto dos Malditos na Terra do Nunca? Ou The Men They Couldn’t Hang? Seu Juvenal parece nome de grupo de samba engraçadinho…

          1. é, de fato! um nome “engraçado” geralmente pode estar associado a um tipo de som satírico, cômico, etc. Tipo “Frank Zappa and the Mothers”. “The Dog that Bit the People” a banda é bem maneira, um som sério, mas o nome é toscão. Agora, quanto a Yes e Satin Whale acho que não tem nada que desabone, são uns nomes meio vazios, mas não prejudicam. Seu Juvenal eu associaria a algo nessa linha de zoação, som descompromissado, e nem associaria a rock…

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