Melhores de 2015: Davi Pascale

Melhores de 2015: Davi Pascale

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Elaborar listas de melhores, para mim, é sempre algo complicado. Por ser colecionador, adquiro muitos discos no decorrer do ano e tenho um universo musical um pouco amplo. Portanto, quase sempre, tenho bastante discos para optar. Para chegar à seleção final desse ano, enumerei por volta de 17 álbuns e depois, fui eliminando. Meu foco não é quem está falando com a nova geração, quem ainda não apareceu e, sim, quem mais me emocionou entre os discos que ouvi. Portanto, não estranhe se encontrar por aqui algum disco que tenha sido massacrado pela grande mídia ou que não considere a cara do site. Não estranhe se encontrar medalhões ou artistas que caíram no esquecimento. Nunca tive esse tipo de paranóia. Uma boa música é uma boa música. E fim! Boa leitura e ótimo 2016 para todos!

 

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Slayer – Repentless

É verdade! Eles não estão indo para caminhos nunca vistos. Mas, às vezes, esse pode ser o melhor caminho. Não sabia muito o que esperar desse novo disco. Acompanho a banda de perto desde 1994, tenho todos os discos, são um dos meus heróis no heavy metal, sem dúvidas. Mas me questionava como soariam sem o saudoso Jeff Hanneman. Para nossa sorte, os músicos mantiveram sua identidade. O que temos aqui é Slayer sendo Slayer. Riffs sombrios, solos velozes, bateria rápida, Tom Araya berrando como se o mundo estivesse prestes à acabar. Paul Bostaph, aliás, está em seu melhor momento desde Divine Intervention. São 40 minutos de porradaria, sem espaço para respirar. Como disse, Slayer sendo Slayer.

 

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Stryper – Fallen

Para mim, a melhor banda de white metal. Nunca fui uma pessoa extremamente religiosa. Nem batizado eu sou, portanto não tenho problema nenhum em ouvir um cara cantando sobre Deus e depois ouvir alguém cantando sobre o diabo. E vice-versa. Música é arte e existem inúmeras maneiras de se expressar artisticamente. O Stryper sempre me chamou a atenção pelas melodias e, principalmente, pelo trabalho vocal. O que canta o Michael Sweet não é brincadeira. Ouça “Pride” desse novo álbum e tire suas conclusões. Fallen é um álbum honesto. “King of Kings” foi feita para levantar arena, “Love You Like I Do” me leva de volta aos tempos de In God We Trust. Como era de se esperar, não faltam as baladas e o cover (nesse caso, “After Forever” do Black Sabbath). Álbum extremamente bem feito e empolgante.

 

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Iron Maiden – The Book Of Souls

Comecei a ouvir rock n´ roll e heavy metal nos anos 80, ainda criança. E o Iron Maiden é uma das minhas bandas de cabeceira. Celebrei quando Bruce Dickinson retornou à banda, mas os últimos álbuns não haviam me empolgado. Não os considero ruins, apenas esperava um pouco mais. The Book of Souls voltou a minha empolgação, minha pau-duressência. Sim, a fórmula é parecida. Músicas longas, baixo dedilhados, as twin guitars… Porém, as composições estão extremamente fortes. “If Eternity Should Fail” tem de tudo para se tornar um novo clássico do grupo. “Speed of Light” e “Death or Glory” trazem uma sonoridade mais direta, remetendo um pouco aos anos 80. Os músicos ainda resolvem se arriscar um pouquinho com uma (boa) composição de 18 minutos – “Empire Of The Clouds”. A qualidade de gravação é impecável, Bruce ainda canta incrivelmente bem. Puta álbum, desde que não espere algo revolucionário.

 

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Revolution Saints – Revolution Saints

Depois de 3 discos pesados, era hora de algo mais na manha. Revolution Saints é um projeto criado pelo selo Frontiers para explorar o lado vocalista do baterista Deen Castronovo. Juntos, vieram Doug Aldrich (Whitesnake, Dio) e Jack Blades (Night Ranger). A sonoridade? Journey total!! Inclusive, as linhas vocais. Imagine aquele Journey do Escape, do Departure com menos teclados (sim, eles existem aqui) e mais guitarras. É praticamente isso. Castronovo realmente canta muito bem e as músicas são excelentes. Para quem curte AOR, prato cheio, quase transbordando.

 

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Motorhead – Bad Magic

Típica banda: ame ou odeie. Algo que ninguém poderá negar é: os caras sempre foram fiéis aos seus princípios. 40 anos se passaram e os caras estão aí, fazendo a mesma coisa. Suas características principais continuam firme a forte. A voz ríspida de Lemmy, as guitarras rockeiras, a bateria acelerada, o baixo distorcido. Tudo aqui. E o mais bacana de tudo, com composições extremamente fortes. Faixas como “Teach Them How to Bleed”, “Tell Me Who To Kill”, “Victory Or Die” e “Thunder & Lightning” levantam até defunto. Infelizmente, esse tem de tudo para ser o ultimo disco deles. Se for, encerram em grande estilo.

 

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Black Star Riders – The Killer Instinct

Grupo chega à seu segundo álbum e demonstra que amadureceram como compositores. All Hells Breaks Loose (2012) era Thin Lizzy cuspido e catarrado. Aqui, começam a apontar para outros caminhos. Sim, algumas faixas como “Soldierstown”, “Charlie I Gotta Go” e a faixa título fariam Phil Lynott abrir um sorriso de orelha à orelha e dizer “Bazinga”! Entretanto, em outros momentos soam mais contemporâneos. “Bullet Blues”, “Throught The Motions”, “Sex, Guns & Gasoline” e “Your Little Liars” não escondem a influencia setentista, mas contam com uma pegada mais moderna. Legal ver essa galera olhando para o futuro, sem se esquecer do passado. Belo disco!

 

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Soto – Inside The Vertigo

Jeff Scott Soto volta à atacar e com classe! Inside The Vertigo traz o rapaz de volta à uma sonoridade mais pesada. O que temos aqui? Bateria destruidora, guitarra com afinação lá embaixo e Jeff com seu vocal forte e melódico. Seu melhor trabalho desde Soul Sirkus. E, nós brasileiros, podemos celebrar. Temos 2 brazucas aqui: o baterista Edu Cominato e o tecladista/vocalista B.J., ambos vindos do competente Tempestt. O CD conta com uma mixagem moderna e transita entre o novo e o velho. As influências variam de Queen à Pantera. Não espere nada nostálgico. Não é uma retomada da sonoridade do Talisman, nem do Rising Force, mas o resultado é simplesmente destruidor.

 

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  Ana Cañas – Tô Na Vida

Ana Cañas começou a carreira cantando MPB, mas nunca escondeu sua admiração pelo rock. Quem acompanhava seu trabalho de perto, sacava a admiração pelo gênero desde sempre. Pois bem, em Tô Na Vida, seu quinto álbum, a moça resolve abraçar o rock n roll. Contando com a ajuda de Lúcio Maia (Nação Zumbi), a moça fez um trabalho bem interessante. Resolveu apostar em suas próprias composições (tinha um lado forte de interprete), gravou o álbum ao vivo dentro do estúdio, como nossos velhos heróis faziam. Privilegiando as melodias e trazendo um ótimo trabalho vocal, consegue vários momentos de destaque como em “Existe”, “Coisa Deus”, “O Som do Osso” e a faixa-título. Sim, ainda se fazem bons álbuns no Brasil.

 

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The Darkness – The Last Of Our Kind

O The Darkness voltou à boa forma em seu quarto disco. Muitas pessoas torcem o nariz para o grupo por conta de sua postura mais escrachada. Eles são, na real, aquilo que se espera de um bom grupo de rock: barulhento, direto e divertido. A bateria continua direta e reta com altas influências de AC/DC. Justin Hawkins continua explorando seus famosos falsetes. A influencia de Queen também é perceptível em diversas vocalizações. Mesmo atravessando momento delicado, fizeram seu melhor álbum desde Permission to Land.

 

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Nelson – Peace Out

Sempre gostei muito desses caras. Embora sempre tenham sido tratados com um certo desprezo (principalmente, pela mídia especializada), o duo sempre nos entregou bons discos. Durante os anos, atiraram por diversos caminhos: gravaram country, rockabilly, hard mais pesado, etc, mas sempre mantiveram a qualidade de sua obra. Desde que assinaram com o selo italiano Frontiers, os irmãos vêm apostando em uma sonoridade mais próxima de seu primeiro disco. Aqui, não é diferente. Apostam em um hard rock melódico, não muito pesado, com bastante harmonia vocal e refrãos cativantes. “Back In The Day”, “What´s Not Love” e “Invincible” nos levam de volta aos dias de After The Rain. A balada “On The Bright Side” é outra que trará nostalgia para quem curtiu a cena hair metal. Outro destaque são as pesadinhas “Rockstar” e “Bad For You”. Para quem curte rock melódico e não se importa com apelo comercial, belíssimo disco.

 Decepção: Fim do Dr. Sin

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A cada ano que se passa, temos menos artistas de alto escalão no universo do rock. Ou porque estão morrendo (tivemos inúmeras mortes esse ano. Decidi nem comentar o assunto para não transformar o post em uma página de obituários), ou porque estão parando. Dentre todas que anunciaram o fim, a que mais me entristeceu foi o trio Dr. Sin. Comecei a acompanhar a banda no inicio. Era a tal nova banda dos ex-integrantes do Taffo, banda que admirava muito. Tive o prazer de trabalhar ao lado dos irmãos Busic na extinta publicação RockLife e também de ter sido um dos alunos de bateria do Ivan. Realmente, é uma pena ver músicos tão talentosos, com uma qualidade tão alta, não terem tido o reconhecimento que mereciam após tantos anos de estrada. Em outro país, teriam vendido milhões de discos e lotado arenas. Aliás, é incrível como vários de nossos artistas são mais valorizados fora do Brasil do que dentro. Felizmente, o grupo nos deixou uma ótima discografia para nos lembrarmos dos velhos tempos. Boa sorte aos músicos em suas próximas empreitadas.

Melhores Shows Internacionais: Queen + Adam Lambert, Monsters of Rock (especialmente; Kiss, Accept e Steel Panther), Rock In Rio (especialmente, Motley Crue, Metallica – apesar da ridícula falha de som, a performance foi boa, Royal Blood) e Extreme.

Melhores Shows Nacionais: Autoramas, Hibria, Paulo Zinner Rockestra e Ana Cañas

Bizarrice do ano: Mr. Catra querendo brincar de Cypress Hill e piti do Ed Motta

Alegria do Ano: Kiko Loureiro no Megadeth

13 comentários sobre “Melhores de 2015: Davi Pascale

  1. Dos citados, só me agradou, bizarramente, esse disco do The Darkness. Não é absurdo nem clássico, mas é um disco agradável. Para uma banda que gravou um disco ótimo de estreia e só decepcionou na sequência, é um disco digno de atenção.

    1. Legal, Alisson. Gosto muito dos dois primeiros discos (“Permission to Land” e “One Way Ticket to Hell”), mas havia me decepcionado um pouco no terceiro (“Hot Cakes”). Sempre achei esses caras divertidos.

      1. Meu lance definitivamente não é hard 80’s, mas consegui apreciar bastante o Permission to Land. Os seguintes eu achei forçados ao extremo, bem fracos mesmo.

        Esse novo achei ele simpático, nem sei explicar direito porque gostei dele. Inclusive me lembro bem de Roaring Waters, acho que uma das mais diferentes do disco.

        1. Ah.. Eu já gosto bastante da cena dos anos 80. Bom… era a cena que estava em evidência quando comecei a curtir rock. O melhor deles realmente é o Permission to Land, mas o One Way Ticket to Hell eu curto também. Pego bastante influência de Queen naquele disco. O outro foi fraquinho mesmo.

  2. De toda a lista me deu vontade de ir conferir esse novo trabalho da Ana Cañas. Comecei pelo clip oficial da música Tô Na Vida. E quem consegue resistir a uma donzela (tá certo, tem quem prefira as de ferro) vestindo meias precisando de um cerzido? O que eu vi e ouvi gostei muito. Ótima indicação. Já a outra escolha que eu resolvi conferir foi o Nelson e que horror! Pro meu gosto eu só indicaria os irmãos para serem garotos-propaganda do Cicraticure. É mais fácil achar vida em Marte do que uma ruga no rosto dos dois.

    1. kkkkkk Nelson realmente não é sua cara Gaspari. Já esperava que voce não fosse curtir, mas se você quisesse ouvir alguma coisa deles, para você, recomendaria o The Silence Is Broken. Esse da Ana Cañas, achei bem legal. E ela funciona ainda melhor ao vivo. Nos shows, as músicas ganham um pouco mais de peso e a mina é figuraça.

  3. Eu preciso ouvir o Revolution Saints. Achei que poderia ser um projeto de AOR genérico da Frontiers, e olha que AOR genérico é o que não tem faltado, mas ouvi as músicas que têm videoclipe e gostei delas. “Turn Back Time” é emocionante, especialmente pelos vocais belíssimos do Deen Castronovo. Por outro lado, fico chateado em ouvi-la pois me lembro das coisas ruins que aconteceram na vida de Deen recentemente, por culpa do próprio, fico triste mesmo, sem brincadeira. Um baterista absurdo e um vocalista tão surpreendentemente bom ter que ficar fora da ativa e deixar o Journey por causa disso é um crime contra o próprio e contra nós, mas pelo qual ele tem que pagar.

    1. Também fiquei triste com essa situação do Deen Castronovo. Sempre curti o jeito dele tocar e nunca imaginei que veria o nome dele nesse tipo de notícia. De todo modo, acho que você vai gostar do disco, Diogo. O álbum é muito bem feito, as músicas são ótimas.

    2. Aliás, a Frontiers tem sido um ponto seguro para as grandes e a salvação para as médias e pequenas bandas do hard rock/AOR com aquela pegada oitentista. Curioso que foi justamente na Itália, lugar que não me vem nenhum nome na cabeça de uma banda famosa do estilo, que comanda agora o hard rock farofeiro.

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