Melhores de 2012: Por Davi Pascale

Melhores de 2012: Por Davi Pascale

Nesta semana, de segunda a sexta-feira, diversos colaboradores da Consultoria do Rock apresentarão listas com suas preferências particulares envolvendo os novos álbuns de estúdio lançados em 2012. Cada redator tem a oportunidade de elaborar sua listagem conforme seus próprios critérios, escolhendo dez álbuns de destaque, além de uma surpresa e uma decepção (não necessariamente precisam ser discos). Conforme o desejo de cada um, existe também a possibilidade de incluir outros itens à seleção, como listas complementares, enriquecendo o processo e apresentando impressões relacionadas ao ano que acabou de se encerrar. Como culminância da seleção, no sábado, os dez álbuns mais citados serão compilados e receberão comentários de todos os colaboradores, não importando o teor das opiniões.

Lembro que no ano passado tive uma dificuldade tremenda em encontrar 10 discos de destaque. Nesse ano, contudo, tive uma enorme dificuldade em selecionar apenas 10 álbuns. Que venham mais ótimos discos em 2013…

Kiss – Monster

Mais uma vez Paul Stanley e Gene Simmons demonstram como fazer rock n roll. A sonoridade é simples e direta. Sem frescuras, sem inovações. O velho modelo bateria, baixo, guitarra e voz. Mais uma vez demonstram que antes de serem grandes empresários e grandes showmans, são grandes compositores. “Eat Your Heart Out”, “Freak” e “All For The Love Of Rock n Roll” ficam na memória após pouquissimas audições. “Long Way Down” e “The Devil Is Me” também estão entre os destaques.


Van Halen – A Different Kind Of Truth

Foram anos de especulações, de idas e vindas. Confesso que já não acreditava mais na hipótese do Van Halen lançar um novo álbum. O maldito ego sempre atrapalhou a carreira da banda e pelo visto vai continuar atrapalhando. Pelo menos, se resolverem encerrar as atividades de vez, encerram em grande estilo. Esse novo álbum, além de trazer o carismático David Lee Roth de volta, resgata a sonoridade clássica do grupo. Para ser perfeito, só faltou o Michael Anthony no lugar do filho do Eddie Van Halen.


Rush – Clockwork Angels

Há pelo menos dois anos que espero o lançamento deste álbum. Em 2010 foi disponibilizado para download as ótimas canções “Caravan” e “B2B”. Desde o momento em que ouvi essas canções, fiquei na contagem regressiva para o lançamento do disco. Mais uma vez Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart nos brindam com um disco repleto de técnica e ótimas melodias.


Slash – Apocalyptic Love

Odiado por uns, amado por milhares, Slash segue em frente. O rapaz não consegue manter uma regularidade nos lançamentos, mas sempre manteve a qualidade. Muitas criticam Myles Kennedy, mas o rapaz me surpreendeu tanto no disco como nas apresentações realizadas no Brasil. Certamente um dos melhores trabalhos de Slash em suas aventuras fora do Guns. Destaques para “Standing In The Sun”, “No More Heroes” e “Anastasia”.


Testament – Dark Roots Of The Earth

Juntamente com Megadeth e Metallica, o Testament foi um dos responsáveis por me tornar um fã do movimento thrash no final dos anos 80. Sempre gostei do estilo de Chuck Billy cantar. Outro que sempre me chamou a atenção foi o guitarrista Alex Skolnick. Depois que lançaram o fraco Demonic em 1997, o grupo vem rareando os lançamentos. Para nossa sorte nunca mais cometeram o erro. O grupo apresenta aqui aquilo que sabe fazer de melhor. Thrash com melodia e peso na dose certa. Ouça com som alto.


Unisonic – Unisonic

Ouvi esse disco com um pé atrás e quebrei a cara. Sempre fui fã do Helloween, sempre gostei do Pink Cream 69 e talvez eu seja um dos poucos a admirar a carreira-solo de Michael Kiske. O que me fez ficar com o pé atrás foi justamente o fato de Kiske ter renegado o heavy metal durante anos. Tinha medo que o rapaz tivesse feito um disco com canções meia-boca para saciar a vontade dos fãs que sempre pediram um trabalho nessa onda. Graças a Deus não é o que temos aqui. Kiske, Kai Hansen e Dennis Ward entregaram à seus fãs o melhor trabalho que fizeram há anos. Torço para que continuem juntos.


Lynyrd Skynyrd – Last Of A Dying Breed

Há quem diga que o Lynyrd Skykyrd jamais deveria ter voltado. Eu, particularmente, gosto muito da fase do Johnny Van Zant. Se você não é um desses saudosistas certamente irá adorar o novo trabalho. Afinal, essa é uma banda que não gosta de inventar moda. O novo trabalho dos caras é exatamente aquilo que se espera quando se pronuncia o nome da banda: southern rock de primeira com guitarras falando alto.


Europe – Bag Of Bones

Há cada disco que lançam, mais se distanciam da sonoridade radiofônica que ajudou a banda a alcançar o estrelato na década de 80. Neste novo disco, o hard rock continua presente. Entretanto com uma cara mais setentista e, por vezes, nos remetendo à Led Zeppelin. Destaque para as faixas “Not Supposed to Sing The Blues”, “Firebox” e “Demon Head”.


Flying Colors – Flying Colors

Flying Colors é o que o pessoal anda chamando de “supergroup” atualmente. Ou seja, uma nova banda formada apenas por músicos renomados. Fazem parte desse time: Mike Portnoy, Dave La Rue, Neal Morse, Steve Morse e Casey McPherson. O mais interessante é que por mais que o grupo seja formado por músicos virtuoses encontramos aqui um disco mais focado em melodia do que em exibição técnica. Belíssimo trabalho.


Blackberry Smoke – The Whippoorwill

Você é um daqueles que não aguenta mais ouvir bandas com cabelos coloridos cantando frases cheias de gírias falando de um fim-de-semana na praia? Então esse disco é para você. Esse é o terceiro trabalho desse grupo de Atlanta que aposta em uma divertidíssima mistura de country e rock n roll resgatando o espírito de grupos como Lynyrd Skynyrd e Blackfoot. Sim, ainda há salvação para o rock…


Decepção:

Aerosmith atacando o Kiss para promover novo álbum. Angra mais uma vez alterando a formação e não explicando direito o que ocorreu à seus fãs. Geoff Tate sendo acusado de puxar faca para colega de banda. E mais uma cantora saindo do Nightwish de maneira confusa. Na boa… Isso parece até chamada do TV Fama.

Surpresa:

A grande surpresa do ano, para mim, foi a volta da 89 A Radio Rock. Confesso que ainda não ouvi a nova programação para saber o que anda rolando por lá, mas confesso que somente de saber que estão voltando a investir em rock no país (afinal eles estão com apoio da Uol) depois de ter aguentado funk carioca e sertanejo universitário me dá um alívio. Legal saber que agora existe espaço para ouvirmos novas canções e não apenas clássicos…

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