Robin Gibb (22/12/1949 – 20/05/2012)

Robin Gibb (22/12/1949 – 20/05/2012)

Por Mairon Machado
Mais um grande nome da música nos deixou. Robin Gibb, uma das maiores vozes do rock e também um excelente pianista, perdeu uma longa batalha contra o câncer de fígado, e deixou para trás um legado de dezenas de canções marcantes, que fazem parte da história da música na década de 60 e, principalmente, na revolução que ocorreu com a arte no final da década de 70, à frente do Bee Gees.
Nascido na Inglaterra, Robin era um dos irmãos do meio da família Gibb, junto a seu gêmeo, Maurice. Barry era o mais velho, enquanto Andy era o caçula. Foi o trio Maurice, Barry e Robin que em 1959 fundou o Bee Gees, já com a família estabelecida na Austrália.
Com pequenos hits, lançados através de cobiçadíssimos compactos, o trio pouco a pouco consolidou-se na cena musical australiana, destacando seus sbelo e inovadores arranjos vocais. O grupo lançou dois álbuns basicamente voltados para o pop: The Bee Gees Sing and Play 14 Barry Gibb Songs (1965) e Spicks and Specks (1966), que foram lançados somente na Austrália.
Robin Gibb na década de 60

No ano seguinte, já relocados na Inglaterra, Bee Gees’ 1st mostrou o trio antenado com o mundo flower-power. Carregado de psicodelia, esse disco modificou a forma de compor dos irmãos Gibb, e ampliou ainda mais o já grandioso número de seguidores. Horizontal (1968), Idea (1968) e Odessa (1969) continuaram a saga psicodélica do Bee Gees, ao mesmo tempo em que revelavam um forte dom dos irmãos para criar baladas marcantes, como é o caso de “Massachusets”, “To Love Somebody” e “I Started a Joke”, três grandes clássicos que contém a voz de Robin como principal.
Robin, Barry e Maurice
Robin acabou brigando com os irmãos, afastando-se por um breve período, no qual o Bee Gees lançou o fraco Cucumber Castle (1970). Nesse ano, lançou seu primeiro álbum solo, o ótimo (mas incompreendido) Robin’s Reign, destacando faixas primorosas como “Saved by the Bell”, “Mother and Jack” e a sensacional “Most of My Life”. Ainda em 1970, retornou para o Bee Gees, e lançou 2 Years On, um disco que deu pequenas amostras na mudança sonora do grupo.
A década de 70 avançou com mais alguns discos de relativo sucesso, até que em 1975 foi lançado Main Course. Tido para muitos como o principal álbum da carreira do trio, esse lançamento finalmente colocou os pés do Bee Gees na Disco Music. Canções como “Jive Talkin'”, “Nights on Broadway” e “Fanny (Be Tender with My Love)” elevaram ainda mais o status já consolidado na Europa e nos Estados Unidos, onde alcançou a 14ª posição. A partir de então, não param de crescer. Children of the World (1976) trouxe canções ainda mais dançantes, como “You Should Be Dancing”, “Love So Right” e “Subway”.
Os irmãos Gibb no auge da era Disco
Foi em 1977 que o Bee Gees iniciou sua peregrinação pelas telonas, compondo e executando a trilha sonora para o filme “Saturday Night Fever” (“Os Embalos de Sábado à Noite”) . O clássico estrelado por John Travolta apresentou aqueles que são os maiores sucessos dos irmãos Gibb. “Stayin’ Alive”, “Night Fever”, “More Than a Woman” e “How Deep Is Your Love”, além de “Jive Talkin'” e “You Should be Dancing”, fizeram dessa trilha o primeiro disco do Bee Gees a atingir a primeira posição simultaneamente no Reino Unido e nos Estados Unidos.
O sucesso de “Saturday Night Fever” colocou o Bee Gees no topo do mundo, e mudou a cara do rock. A Disco Music mandava e desmandava, ganhando o espaço do hard e do progressivo. Em 1978, foram os atores principais (junto ao guitarrista Peter Frampton) da revisão cinematográfica “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, homenageando o disco homônimo dos Beatles, lançado onze anos antes.
Com Spirits Having Flown (1979), tivemos o último clássico da fase Disco do trio, a clássica “Tragedy” e o segundo disco na sequência a atingir a primeira posição tanto na Europa quanto na América.
Robin Gibb no início dos anos 80

A década de 80 começou com o Bee Gees perdendo espaço para a música eletrônica. Living Eyes (1981) é um disco bem mais romântico do que o esperado na fase Disco, e ficou marcado por ser o primeiro álbum da história a ser lançado no formato CD. Um ano antes, Barry havia trabalhado com Barbara Streisand no álbum Guilty, atitude que teria influenciado nas composições mais adocicadas de Living Eyes.
Em 1983, a sequência de “Saturday Night Fever”, o filme “Stayin’ Alive”, colocou o Bee Gees novamente no topo das paradas, destacando “The Woman in You”. Ainda em 1983, Robin lançou seu segundo disco solo, How Old Are You?, sexto lugar na Alemanha. No ano seguinte,  Secret Agent tornou-se o terceiro disco solo do músico, sem fazer muito sucesso, assim como Walls Have Eyes, de 1985.
Em 1987, o Bee Gees voltou com E.S.P., que vendeu mais de três milhões de cópias, carregadas pelo single “You Win Again”. Contudo, no ano seguinte, Andy, o mais novo dos irmãos Gibb, faleceu devido a problemas no coração, pouco depois de ter sido anunciado oficialmente que o Bee Gees iria se tornar um quarteto. O resultado foi que, em 1989, One emocionou a todos com a canção “Wish You Were Here”, e mais um disco de sucesso para o trio.
Irmãos Gibb na década de 90: Maurice, Barry e Robin

Na década de 90, foram lançados apenas três discos de estúdio, assim como o mega sucesso One Night Only, gravado ao vivo e lançado em 1998. O derradeiro álbum de estúdio chegou às lojas em 2001, batizado de This Is Where I Came In. Porém, no início de 2003, Maurice faleceu, vítima de problemas intestinais. O Bee Gees declarou oficialmente sua extinção, e, a partir de então, Robin lançou-se de vez em carreira solo. O vocalista lançou dois álbuns: Magnet (2003), décimo lugar na Alemanha, e My Favourite Christmas Carol (2006), que não chegou a fazer sucesso. Ao mesmo tempo que editou esse material, iniciou uma extensa turnê mundial.
Várias reuniões entre a dupla restante dos irmãos Gibb aconteceram na década passada, mas durante o ano de 2011, uma série de cancelamentos de shows acabou resultando no que se temia: Robin foi diagnosticado com câncer no fígado, começando um longo e doloroso tratamento. Mesmo assim, continuou trabalhando, lançado no início de abril Titanic Requiem, uma linda homenagem ao lado da Royal Philharmonic Orchestra aos 100 anos da tragédia do Titanic.
O último disco de Robin Gibb
No último dia 14 de abril, Robin contraiu uma grave pneumonia, que abalou ainda mais sua saúde. A lutra contra a morte começou a ser perdida, e, finalmente, na manhã de ontem, Robin juntou-se a seus irmãos, constituindo mais uma grande perda em 2012. A música perde não só uma voz marcante, mas também um dos mais talentosos compositores que o mundo já ouviu.

2 comentários sobre “Robin Gibb (22/12/1949 – 20/05/2012)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.