Review Exclusivo: Overkill (São Paulo, 5 de Novembro de 2011)

Review Exclusivo: Overkill (São Paulo, 5 de Novembro de 2011)
Por Leonardo Castro
Pouco mais de um ano após sua última turnê pelo Brasil, o Overkill retornou a São Paulo, ainda divulgando seu último disco, o excelente Ironbound. O local escolhido foi o Carioca Club, cujo acesso se tornou ainda mais fácil após a inauguração de uma nova estação do metrô a poucos metros da casa. Entretanto, apesar de possuir uma excelente estrutura, o Carioca Club sempre tem outros eventos agendados para os mesmos dias dos shows de metal, o que acaba forçando a produção a encerrar os shows antes das 21:30. Quando o evento tem início no horário programado, não costuma haver problemas, mas quando há algum atraso, os fãs sempre saem perdendo.
Previsto para começar as 18:30, o show do Torture Squad, banda escalada para abrir a noite, teve início com mais de uma hora de atraso. Devido a isso, e para evitar um atraso ainda maior na atração principal, a banda executou apenas 4 músicas, em menos de 20 minutos, enquanto a maior parte do público ainda entrava na casa. Como a grande maioria estava ali para ver os americanos do Overkill, poucos lamentaram pelo curto show do Torture Squad, ainda que seu thrash metal repleto de influências death seja extremamente eficiente. 
Às 20:20, com 20 minutos de atraso, a introdução de “The Green And Black” começou a ecoar no Carioca Club, e ao fim da mesma, a banda invadiu o palco com uma empolgação contagiante. Mas a casa explodiu mesmo quando o vocalista Bobby Blitz anunciou “Rotten To The Core”, clássico do primeiro disco da banda, Feel The Fire, que teve seu refrão cantado por todos os presentes. A seguinte foi outro clássico, “Wrecking Crew”, do Taking Over, música que batiza o website oficial da banda, www.wreckingcrew.com. A música mais incomum que a banda tem tocado nesta segunda parte da turnê de Ironbound foi executada na sequência, a sensacional “Infectious”, do Horrorscope, de 1990, que raramente é incluída nos setlists.
A performance da banda como um todo é fantástica, mas é impossível não citar o carisma e a energia de Bobby Blitz, que agita o tempo todo, além de entrar e sair do palco correndo diversas vezes ao longo das músicas. O baixista DD Verni é outro destaque, com seu jeitão de dono da banda. Os guitarristas Derek Taylor e Dave Linsk, apesar de ficarem mais paradões, também fazem um excelente trabalho, especialmente o último, que reproduz com precisão os solos de todos os guitarristas que passaram pela banda. O baterista Ron Lipnicki também é excelente, mantendo o ritmo e o pique.
Dando sequência ao show, a banda tocou “Bring Me The Night”, que apesar de ter sido a música de trabalho do último disco, acabou diminuindo um pouco o ritmo da apresentação. Contudo, “Hammerhead”, outro clássico de Feel The Fire, incendiou a casa mais uma vez, assim como a música seguinte, a emblemática “Ironbound”, certamente uma das melhores composições da carreira da banda. Falando em clássico, mais dois vieram em seguida: “Coma”, do Horrorscope, e “Hello From The Gutter”, do Under The Influence e que passava com bastante frequência no desenho Beavis and Butthead. A épica “Bastard Nation” veio em seguida, e depois… a banda se despediu do público e saiu do palco.
Até ali, apesar do setlist perfeito, o show tinha tido apenas 45 minutos. Assim, em pouquíssimo tempo a banda retornou ao palco e atacou com o principal sucesso de sua carreira, “Elimination”, do The Years Of Decay. A esperança dos fãs de terem mais algumas músicas na apresentação foi por água abaixo quando os primeiros acordes de “Fuck You”, que tradicionalmente fecha os shows da banda, ecoaram pela casa. Ainda assim, no meio da canção, a banda ainda executou “Dirty Deeds (Done Dirt Cheap)”, do AC/DC. Normalmente o Overkill executa algum cover no meio desta música, e depois de homenagear o Black Sabbath, Motorhead e Dead Boys em outras turnês, desta vez foi a vez do AC/DC, o que transformou o fim do show em uma grande festa. Contudo, ao fim da música, a banda se despediu e deixou o palco de vez.
Em resumo, foi uma apresentação curta, mas extremamente energética, com um setlist dando ênfase a primeira fase da carreira da banda e ao seu último disco, Ironbound, o que agradou bastante aos fãs. Contudo, é triste saber que ao menos 3 músicas que a banda tem executado normalmente na turnê, e que inclusive estavam previstas para este show, tiveram que ser cortadas devido ao atraso, ainda que pequeno, no início do show. O Carioca Club é uma excelente opção para shows de médio porte em São Paulo, mas devido às limitações com o horário para o fim dos shows, tudo tem que ser feito para evitar atrasos. Talvez, fosse melhor não incluir uma banda de abertura, o que diminuiria as chances de atraso e aumentariam o tempo para os ajustes necessários.
Entretanto, mesmo com a pouca duração, é dífícil que algum fã tenha saído desapontado do show, principalmente por causa da bela escolha no set list, e da performance irrepreensível da banda. Tomara que a mesma retorne muitas vezes, com set lists maiores e mais abrangentes!
Setlist:
1. The Green and Black
2. Rotten to the Core
3. Wrecking Crew
4. Infectious
5. Bring Me the Night
6. Hammerhead
7. Ironbound
8. Coma
9. Hello from the Gutter
10. Bastard Nation
11. Elimination
12. Fuck You (The Subhumans cover)
13. Dirty Deeds Done Dirt Cheap (AC/DC cover)

2 comentários sobre “Review Exclusivo: Overkill (São Paulo, 5 de Novembro de 2011)

  1. É lamentável que a banda não consiga executar seu trabalho a contento por limitações de horário impostas pelo local do show. Se o show do grupo de metal sofreu atraso, será que a outra atração programada não poderia se atrasar um pouco também? Afinal, quem pagou para ver o show também merece respeito, por ser um consumidor e ter seus direitos.

    É esta casa que a Roadie Crew sempre reforça que tem shows de forró ou sertanejo marcados para os dias de metal, e por isso as apresentações internacionais têm horário para terminar?

    Conheço muito pouco da carreira do Overkill, mas é um grupo que merce todo o meu respeito. E fazer um grupo do porte do Torture Squad (uma das melhores bandas nacioanis ainda em atividade) tocar por apenas 20 minutos é sacanagem das grossas!

    Parabéns pela resenha, Leo!

  2. Não conhecia essa banda e estive escutando as músicas do set list. Nossa, esse blog está sendo um verdadeiro achado musical para mim, pobre leigo em relação ao metal.

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