Clássicos e Achados: Bangalore Choir, Strangeways e Shotgun Symphony – Live at Firefest [2011]

Clássicos e Achados: Bangalore Choir, Strangeways e Shotgun Symphony – Live at Firefest [2011]

Por Daniel Sicchierolli
Existem ideias simples, que de tão óbvias, dão aquela impressão de que nunca acontecerão. Hoje em dia, a venda de CDs enfrenta um cenário desfavorável. Por outro lado, o interesse por música parece mais elevado do que nunca. Eis que os organizadores do Firefest, festival musical realizado na Inglaterra, resolveram gravar alguns shows e lançá-los como um presente ou recordação do festival. Agora me pergunto: por que nunca ninguém fez isso?
O Firefest sempre brindou o publico com boas atrações, e se a ideia vingar, sinceramente, espero por mais lançamentos no nível desses três que tive a oportunidade de adquirir.
Para começar, foram manufaturadas apenas 1 mil cópias de cada um dos três álbuns, ou seja, trata-se de um produto extremamente limitado. Quando li a notícia do lançamento, pensei que se tratasse de gravações sem uma qualidade satisfatória (algo como um bootleg, por exemplo), mas quando escutei cada disco, tive uma surpresa: eles trazem as bandas detonando, com uma empolgação invejável e com uma qualidade de gravação impressionante e sem overdubs. O único ponto que poderia ser melhorado são os encartes, extremamente simples. Eles cumprem o seu papel, mas que mais fotos seriam um atrativo, não há dúvida.
Os três discos são vendidos separadamente ou em um “combo”, e valem cada centavo investido, afinal, escutar David Reece (ex-Accept) desfilar os clássicos do álbum On Target (1992) de seu do Bangalore Choir, o vocalista Terry Brock e o Stangeways com seu AOR de primeira ou o belo hard rock do Shotgun Symphony não tem preço. Que venham mais lançamentos nessa linha. Confira abaixo mais alguns detalhes e o track list de cada álbum.
Bangalore Choir – All or Nothing: Live at Firefest
Esse álbum é o primeiro registro ao vivo da banda que, para quem não conhece, faz um hard rock que algumas vezes se mistura ao heavy metal, cheio de grandes canções, solos inspirados e refrões contagiantes! David Reece comanda a banda nos vocais com a mesma qualidade demonstrada em Eat the Heat (1989), álbum do Accept no qual cantou (você pode não gostar do disco, mas que o cara canta muito, ah… isso canta). O som praticado pelo grupo se assemelha a um Whitesnake sem aqueles toques bluesy, se é que isso é possível.
Track list:
1. Wazoo City
2. Power Trippin’
3. Just One Night
4. Martyr
5. Doin’ the Dance
6. Loaded Gun
7. If the Good Die Young
8. Living your Dreams Every Day
9. Slippin’ Away
10. Freight train Rollin’
11. Angel in Black
12. All or Nothin’
Strangeways – Where do We Go From Here? Live at Firefest
Assim como no caso do Bangalore Choir, trata-se do primeiro registro ao vivo do grupo. O Strangeways é facilmente caracterizado pelo estilo AOR, ou seja, rico em faixas radiofônicas e vocais melódicos, que nesse caso são muito, mas muito acima da média. Nunca tinha escutado a banda, mas não dá para não ficar arrepiado e se sentir um fã quando o show (nesse caso o CD) começa de forma bem calma, com o teclado e guitarras bem leves, e o vocalista Terry Brock começa dizendo “we’re back… we’re back”.
Track list:
1. Love Lies Dying
2. Breaking Down the Barriers
3. Perfect World
4. Only a Fool
5. Empty Streets
6. Time/After the Hurt is Gone
7. Borderlines
8. Where Do We Go From Here
9. Never Gonna Lose It
10. Bushfires


Shotgun Symphony – Highway to Tomorrow: Live at Firefest
O disco traz a banda executando um hard rock bastante melódico, mas sem perder a dose de peso necessária. A diferença presente nesse álbum em relação aos dois anteriores é a empolgação do vocalista a cada canção, interagindo muito com o público, e a inclusão de uma nova faixa de estúdio.
Track list:
1. Highway to Tomorrow
2. What Happens to Love
3. Way Back Home
4. Turn Around
5. Broken Promises
6. Lost Child
7. She’s in Love
8. Running
9. Bitter Sweet Poison
10. Goodbye to the Night
11. Believe in Me
12. Can’t Get Over [studio track]
Em breve mais alguns discos clássicos e alguns achados que fazem nossa vida no rock ‘n’ roll mais divertida!

9 comentários sobre “Clássicos e Achados: Bangalore Choir, Strangeways e Shotgun Symphony – Live at Firefest [2011]

  1. Realmente uma ótima ideia dos caras. Outra que merece destaque, e que o Fernando também conhece, são os CDs que vem junto com a revista inglesa Classic Rock, um melhor que outro. Será que é tão inviável assim as revistas nacionais lançarem discos encartados em suas edições?

  2. Muito legal mesmo.
    Me lembro, Cadão, que até mesmo aqueles acetatos vagabundos que eram encartados no começo da Bizz faziam o maior sucesso. Teve um deles, acho que do New Order, que era cobiçado inclusive pelos colecionadores lá de fora, valia uma boa grana. A revista ganhava prestígio até mesmo fora do Brasil.

  3. Isso tem um nome… falta de concorrência…. se tivessemos várias boas revistas de música em nosso limitado e pouco amadurecido mercado elas tentariam se diferenciar uma da outra trazendo alguns mimos…. depois de baixar algumas revistas no Music in PDF me bateu um desânimo total com o mercado editorial brasileiro no que se refere a música

  4. Realmente os CDs encartados na Classic Rock são um exemplo para muitas outras revistas. Para a Poeira Zine mesmo seria ótimo, afinal nem sempre eles falam de bandas que são muito conhecidas. Seria interessante ouvirmos as músicas das bandas que a gente não conhece e que estão na revista.

  5. Mas a poeira podia fazer um CD-R mesmo que tava legal… ou disponibilizar os arquivos de áudio no site, de uma forma que não fosse ilegal, se é que seria possível…

    Gaspa, eu lembro dessa bizz com o flexidisc do New Order. Cheguei a ter a revista, mas comprei usada, sem o disco… era uma versão de Blue Monday, se não me engano… virou item de colecionador…

    Outro que me marcou foi um com uma entrevista com o Ultraje a Rigor na época da gravação do primeiro disco ainda, e que também vinha junto com a Bizz. Anos depois esse flexidisc saiu numa coletânea chamada e-collection, acho, com os dois lados grafados como "abobrinhas musicais I e II". Abobrinhas? Eu achei aquilo muito legal, já na época…

    É uma pena que nosso mercado, tanto editorial quanto musical, não pense nesses "itens de colecionador" para quem lhes investe seu suado dinheirinho…

  6. Pois é, seria uma grande ideia, muito boa para divulgar bandas pequenas e iniciantes para o público-alvo certo. Acredito que um entrave seja fazer com que gravadoras distintas topem ceder as faixas de seus contratados para esse tipo de compilação, mas acredito que algumas possam fazê-lo contando apenas com seus contratados.

    Quanto às bandas: eu não conheço o Bangalore Choir, mas gosto da performance de David Reece no "Eat the Heat", que apesar de ser um disco menor na carreira do Accept, tem ótimas faixas, como "Hellhammer", "Generation Clash" e "X-T-C". Conheço o Shotgun Symphony apenas de nome, e quanto ao Strangeways, bom… Terry Brock é um senhor vocalista, perfeito para o gênero. Além de ser possuidor de ótima técnica, tem um timbre agradabilíssimo. Não à toa, mais tempo, menos tempo, ele está participando de diversas bandas e projetos.

  7. Diogo, realmente conciliar selos diferentes em um mesmo CD é complicado, mas a revista poderia vir com uma coletânea da Hellio, outro mês da Shinigami, outro da Laser Company, e assim por diante.

  8. Seria excelente, inclusive se fosse reservada uma edição a bandas realmente independentes, contratadas de gravadora alguma.

    Ah, dentro do assunto, lembrei agora: há alguns anos, quando adquiri um álbum do Racer X em vinil, tive uma grata surpresa ao perceber que ele trazia, em seu interior, três folhas de acetato que vinham incluídas na revista Guitar Player norte-americana. Não há crédito para a gravadora, mas imagino que se tratasse de algo da Shrapnel, pois os artistas eram The Steve Morse Band, Michael Lee Firkins e David Tronzo, além de uma faixa que unia Paul Gilbert, Billy Sheehan e Pat Torpey, um Mr. Big sem Eric Martin. Em uma época onde o acesso à informação não era tão rápido e simplificado, era um tipo de atitude promocional muito interessante.

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