Black Sabbath: the deluxe editions – Parte I

Black Sabbath: the deluxe editions – Parte I

Por Pablo Ribeiro
O ano de 2009 trouxe o relançamento em edições luxuosas de três clássicos fundamentais tanto do rock quanto do heavy metal. Trata-se dos três primeiros discos dos ingleses do Black Sabbath. Petardos de importância indiscutível para qualquer apreciador não só das facetas mais pesadas do nosso amado rock ‘n’ roll, mas para qualquer ser humano que goste de boa música.
Black Sabbath, o primeiro disco, foi lançado aos 13 dias de fevereiro do ano de 1970, e, quase quatro meses depois, no dia primeiro de junho do mesmo ano, em solo norte-americano. A tétrica imagem da capa traz a foto de uma figura (possivelmente uma mulher) tirada em frente ao moinho Mapledurham, situado à beira do Rio Tâmisa, em Oxfordshire (Inglaterra). Na contracapa, se percebe a silhueta de um corvo entre as árvores. Cerca de um mês antes do lançamento inglês do full-lenght, a banda colocou no mercado o single para “Evil Woman”, cover do grupo The Crow. O disquinho, lançado em vinil de 7″, trazia “Wicked World” no lado B, original do Black Sabbath. “Evil Woman” constava somente na versão inglesa original de Black Sabbath, enquanto o lançamento norte-americano trazia “Wicked World” integrada ao track list. Na remasterização do catálogo da banda, ocorrido em 1996, constam ambas as faixas, somando oito músicas no total.
O novo relançamento, em versão dupla, traz as sete faixas da edição inglesa no primeiro disco, enquanto “Wicked World” abre o disco bônus. Além dela, temos versões alternativas de algumas músicas: a faixa-título vem em uma variante com letra diferente, e omitindo o famoso barulho de chuva que a introduz originalmente. “Behind the Wall of Sleep” aparece sem efeitos nos vocais, e a própria “Evil Woman” pinta em uma versão com instrumentos de sopro. “N.I.B.”, “Sleeping Village” e “Warning” vêm em mixagens diferentes, essa última com o sufixo “Part 1”, contendo os sete primeiros minutos da música. “Black Sabbath” (a canção) ainda comparece em versão instrumental.
Black Sabbath é, sem sombra de dúvida, um dos mais significativos e influentes discos de estreia da história do rock. 
Disco 1:
1. Black Sabbath
2. The Wizard
3. Behind the Wall of Sleep
4. N.I.B.
5. Evil Woman
6. Sleeping Village
7. Warning
Disco 2:
1. Wicked World
2. Black Sabbath [Studio Outtake]
3. Black Sabbath [Instrumental]
4. The Wizard [Studio Outtake]
5. Behind the Wall of Sleep [Studio Outtake]
6. N.I.B. [Instrumental]
7. Evil Woman [Alternate Version]
8. Sleeping Village (Intro) [Alternate Version]
9. Warning (Pt. 1) [Studio Outtake]
Paranoid, lançado no segundo semestre de 1970 na Inglaterra (e no primeiro mês do ano seguinte na America do Norte), conta com o maior número de clássicos do quarteto de Birmingham, e as músicas mais conhecidas pelo público em geral. Entre as pedradas, maravilhas do calibre de “Iron Man”, “War Pigs”, “Electric Funeral” e a faixa-título. No entanto, todas as músicas do disco estão no mesmo patamar de qualidade das citadas. “Electric Funeral” traz aquele que é provavelmente o riff mais pesado de Tony Iommi, embebido no efeito wah-wah. O impacto já começa com a polêmica capa, com a estranhíssima fotografia – propositalmente distorcida – de um homem munido de espada e escudo, saltando de trás de uma árvore. O fato de a imagem da capa não ter relação com o título do álbum tem uma explicação simples: originalmente, a bolacha deveria se chamar “War Pigs”, mas a gravadora da banda na época (Vertigo) temeu um retorno negativo, devido à possível polêmica com a corrente Guerra do Vietnã, que ainda duraria mais cinco anos (totalizando quase 20 anos de matança). Sendo assim, ficou escolhido para o álbum o mesmo título do primeiro single de divulgação: “Paranoid”. A música foi escrita e gravada no último minuto, uma vez que o Black Sabbath ainda não tinha faixas suficientes para preencher um LP inteiro.
A luxuosa reedição de Paranoid traz, além de um disco bônus com oito músicas, um DVD extra, contendo o mix quadrifônico de todas as faixas originais. As bônus do segundo disco são versões instrumentais de “War Pigs”, “Iron Man”, “Electric Funeral”, “Hand of Doom” e “Fairies Wear Boots”, além de “Paranoid” e “Planet Caravan”, ambas com letras diferentes das originais (a segunda também em uma mixagem com menos efeitos). Há ainda uma mixagem alternativa de “Rat Salad”.
Disco 1:
1. War Pigs
2. Paranoid
3. Planet Caravan
4. Iron Man
5. Electric Funeral
6. Hand of Doom
7. Rat Salad
8. Fairies Wear Boots
Disco 2:
1. War Pigs [Instrumental]
2. Paranoid [Alternate Lyrics]
3. Planet Caravan [Alternate Lyrics]
4. Iron Man [Instrumental]
5. Electric Funeral [Instrumental]
6. Hand of Doom [Instrumental]
7. Rat Salad [Alternate Mix]
8. Fairies Wear Boots [Instrumental]
Disco 3: DVD bônus com todas as faixas do álbum original em mixagem quadrifônica.
Master of Reality, lançado em 21 de Julho de 1971, trouxe alguns novos elementos para o som da banda, como a introdução acústica “Orchid” e o interlúdio “Embryo”. Embora em mínimo grau, esses elementos seriam mais evidentes nos lançamentos futuros do quarteto. O registro é outra coleção de clássicos atemporais do rock. A capa original também era peculiar, uma vez que, em um fundo preto, trazia o nome da banda em um tom púrpura, e o título do álbum no mesmo preto do fundo, ambos em alto-relevo. Em algumas reedições não há o efeito de alto-relevo, e o título é impresso em cinza.
Quanto aos bônus, Master of Reality traz versões alternativas para quase todas as faixas do disco principal (“Embryo” é a exceção), além de uma música inédita, a ótima “Weevil Woman ’71”. Segundo comentários que constam do encarte do relançamento, a música recebeu esse título pelo fato de “Evil Woman” ter sido referência (e ter seu riff “roubado”) à música. Entretanto, trata-se de uma canção com identidade e força próprias, e é uma pena que ela nunca tenha sido lançada de uma forma mais acabada em algum álbum do grupo. Seguem-na versões alternativas de “Sweet Leaf” e “Children of the Grave” (ambas com letras diferentes das originais), mais uma versão inicial de “Into the Void” (chamada “Spanish Sid”). “Orchid” inclui pequenas conversas de estúdio. “Lord of This World”, desta feita, tem incluso slide e piano, enquanto “Solitude” não conta com a flauta presente na versão original. “Children of the Grave” se repete, dessa vez em versão instrumental, e “After Forever” também pinta no mesmo formato instrumental.
Disco 1:
1. Sweet Leaf
2. After Forever
3. Embryo
4. Children of the Grave
5. Orchid
6. Lord of This World
7. Solitude
8. Into the Void
Disco 2:
1. Weevil Woman ’71
2. Sweet Leaf [Studio Outtake – Alternate Lyrics]
3. After Forever [Studio Outtake – Instrumental]
4. Children of the Grave [Studio Outtake – Alternate Lyrics]
5. Children of the Grave [Studio Outtake – Instrumental]
6. Orchid [Studio Outtake]
7. Lord of this World [Studio Outtake]
8. Solitude [Studio Outtake – Alternate Version]
9. Into the Void ‘Spanish Sid’ [Studio Outtake – Alternate Version]
Se em seus formatos originais esses discos já eram indispensáveis, com a adição de material bônus passam a ser obrigatórios!
Formação clássica do Black Sabbath: Bill Ward (bateria), Tony Iommi (guitarra),
Ozzy Osbourne (vocal) e Geezer Butler (baixo)

7 comentários sobre “Black Sabbath: the deluxe editions – Parte I

  1. Ainda não cheguei a ter em mãos essas edições, até porque já possuo os relançamentos desses álbuns efetuados em 1996, mas espero que o trabalho gráfico valha muito a pena, pois se depender dos bônus, olha…

    Já deixei bem claro algumas vezes o quanto eu detesto relançamentos oportunistas feitos para que os fanáticos gastem mais um bom dinheiro com discos de suas bandas favoritas, e esse tipo de faixas bônus (exceção feita a "Weevil Woman") ilustra bem o que penso: takes alternativos, mínimas diferenças líricas e instrumentais… mas material realmente diferente que é bom, quase nada. Pelo menos tem coisa melhor vindo à frente…

  2. Concordo com o Diogo. Esses lançamentos são para deixar fã com a carteira e a conta bancária vazia. Não vou comprar nenhumas dessas edições, exceto a do Eternal idol por causa das gravações com o Ray Gillen

  3. Eu discordo. Pelo menos para mim, que sou fã do quarteto de Birmingham hà 20 anos, algumas versões alternativas trazem, sim, diferenças substanciais, se comparadas às originais. A letra original de "Paranoid", as diferenças vocais em "Behind The Wall Of Sleep", o piano e a slide guitar em "Lord Of This World", por exemplo, apesar de não serem canções novas, pelo menos nunca tinham sido amplamente divulgadas, e, portanto, tem seu valor como faixas adicionais em um lançamento como esse. Ao contrário do material posterior da banda que também foi relançado nesse formato, afinal, a maioria dele já circula como bootleg ha pelo menos 15 anos, e em muitos casos, em qualidade superior às dessas edições Deluxe. Todos farão parte da minha coleção, de qualquer forma.

  4. Concordo com o Pablo…dessas três versões que foram descritas no texto, os álbuns Black Sabbath e Master of Reality tem muita coisa interessante que ainda não havia sido divulgada! O paranoid um pouco menos mas mesmo assim fará parte da minha coleção…deixo os meus comentários sobre as outras edições deluxe para a parte 2…
    mas que vale a pena pegar essas três peças, isso vale!

  5. adoro estes tres discos..

    acho q eles são obrigatorios na coleção de qualquer "metaleiro"..

    mas faixas bonus com letras alternativas ou só instrumentais não é pra mim..

    gde resenha..

  6. Os bonus parecem apetitosos. Alias, essa serie deluxe tem muita coisa boa. Os moody blues sao algo de paranormal de tao bom. Tava de barbada em uma loja na Italia, e eu NAO PEGUEI (LOSER na quinta)

    O unico porem sao essas remixagens. Nunca consegui compreender as mesmas, e fico pensando as vezes qual a vantagem de se ter trocentas mixagens diferentes para a mesma musica. Pegar as faixas instrumentais, letras diferentes, versões alternativas, isso sim é valioso, mas apenas mudar a mixagem, meus ouvidos não entendem ….

    1. A mesma coisa com aqueles boxes dos Beatles o Mono e o estéreo lançados em 2009. Eles alegaram que a remasterização de 87 era “fake” e a sonoridade dos discos então remasterizados estavam muito fracas em com volume muito baixo. Então em 2009 a EMI junto com Paul McCartney decidiram remasterizar todos os discos dos Beatles um por um e lançando um box com a coleção em mono e outro com a coleção em estéreo. Não comprei a versão da nova remasterização porém em algumas músicas se percebe uma nitidez maior dos instrumentos mas nada que seja alguma mudança significativa. E falando em Beatles, gostaria de sugerir a vocês que comentassem sobre o Live at Star Club deles, quando ainda tocavam nos inferninhos em Hamburgo e a sonoridade da banda era muito mais empolgante e muito mais crua. Ou então do Live at BBC que prova o quanto os Beatles eram ótimos ao vivo.

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