Podcast Grandes Nomes do Rock #5: David Bowie [1975 – 2011]

Podcast Grandes Nomes do Rock #5: David Bowie [1975 – 2011]
 
Por Mairon Machado

O Podcast Grandes Nomes do Rock dessa semana irá apresentar a segunda parte em homenagem a David Bowie, trazendo clássicos interpretados pelo camaleão durantes as fases plastic soul (1975/76), Berlin (1977/79) e o pop dos anos 80, sendo as canções oitentistas em raras versões jamais lançadas oficialmente, inclusive com erros nos ensaios para a gravação de Let’s Dance. No bloco de encerramento, canções dedicadas a bandas por onde artistas que tocaram com Bowie fizeram o seu nome, e as duas últimas são clássicos top 5 dos mais admirados no mundo da música tendo a participação de Bowie nos vocais.

Em 1975, David Bowie se mandou para os Estados Unidos, e lá descobriu a soul music. Assim, mudou de personalidade mais uma vez, e começou a fase que ficou conhecida como plastic soul, trazendo a influência de metais e a colaboração com John Lennon na clássica “Fame”, lançada no álbum Young Americans (1975). Em 76, surgia The Thin White Duke, o personagem de mais uma obra-prima do camaleão, Station to Station, o qual foi registrado em uma temporada de muito abuso de drogas realizada em Vancouver.

Bowie ouvindo o Podcast 04
Com a cabeça viajando mais que podia, Bowie sentiu que precisava parar com tudo aquilo, e a saída encontrada por ele foi ir para a França. Lá, com a ajuda de Brian Eno, gravou um dos melhores álbuns da década de 70, Low (1977), trazendo influências eletrônicas do krautrock alemão, que o levaria até Berlim Ocidental, onde ao lado de Robert Fripp, lançaria, em 1977, o álbum Heroes. Seguiram-se o ao vivo Stage (1978) e o último álbum gravado nos estúdios alemães, Lodger (1979), com os álbuns de estúdio sendo conhecidos como “fase Berlim”, e gravando o nome de Bowie entre os principais do mundo new wave.
Bowie em Let’s Dance
Recuperado das drogas, Bowie voltou para os Estados Unidos, onde registrou Scary Monsters (and Super Creeps) (1980), ainda na linha de Lodger. Após um retiro de 3 anos, Bowie descobre o jovem guitarrista Stevie Ray Vaughan, e com ele, lança o espetacular e fundamental Let’s Dance (1983), um álbum tão importante quanto foram Ziggy Stardust, Station to Station e Low.
Nesse LP, Bowie conseguiu mostrar ao mundo no mínimo 4 grandes hits: “Let’s Dance”, “China Girl” (uma cover para a versão registrada por Iggy Pop), “Modern Girl” e “Cat People”. A sonoridade mais pop, voltada para os anos 80, agradou em cheio aos fãs da “geração saúde”, e colocou Bowie no topo das paradas, culminando na estrondosa “Serious Moonlight Tour”. Seguiram-se ainda os álbuns Tonight (1984) e Never Let Me Down (1987), esse com Peter Frampton (Humble Pie) nas guitarras, entre gravações e participações em filmes como Absolute Begginers (1985) e Labyrinth (1986). Uma luxuosa turnê chamada “Glass Spider Tour” percorreu o mundo, passando inclusive pelo Brasil em 1988.
Bowie no final da década de 90
Bowie fez parte do grupo Tin Machine, com quem lançou dois álbuns: Tin Machine (1989) e Tin Machine II (1991). Em 93 lançou Black Tie White Noise, seguido de Outside (1995), Earthling (1997), Hours… (1999), Heathen (2002) e Reality (2003). Durante a “Reality Tour”, Bowie passou a sentir dores no peito, que o levaram a uma angioplastia, o afastando definitivamente dos palcos. Vez ou outra, o camaleão dá as caras em algum show ou participação especial, mas infelizmente, já deixou registrado que sua carreira está aposentada, com um marco de hits e excelentes discos que poucos conseguiram ou conseguirão atingir.
Álbuns da fase plastic soul
Fase Berlin e trilhas do início dos anos 80
Anos 80, trilhas e LPs do Tin Machine
Track list do Podcast # 04 – David Bowie Part 1
Bloco 01
Abertura: “Five Years” [do álbum The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars – 1972]
“Did You Ever Had a Dream” [do álbum The Gospel According to David Bowie – 1993 ]
“Space Oddity” [do álbum Space Oddity – 1969]
“Andy Warhol” [do álbum Hunky Dory – 1971]
“My Death” [do álbum Ziggy Stardust: The Motion Picture – 1983]
Bloco 02
Abertura: “Changes” [do álbum Hunky Dory – 1971]
“Cygnet Committee” [do álbum Space Oddity – 1969]
“Time” [do álbum Alladin Sane – 1973]
“The Width of a Circle” [do álbum Ziggy Stardust: The Motion Picture – 1983]
Bloco 03
Abertura: “Lady Stardust” [do bootleg Underhill Rehearsal Studios – 1972]
“Life on Mars” [do single This Here Giraffe – 1995 (The Flaming Lips)]
“Ziggy Stardust” [do álbum David Bowie Songbook – 1982 (Bauhaus)]
“Moonage Daydream” [do álbum Rips the Covers Off – 2004 (L.A. Guns)]
“Suffragette City” [da demo Sweet Alice – 1989]
Bloco 04
Abertura: “Sweet Thing” [do álbum Live – 1974]
“Sunday Morning” [do álbum The Velvet Underground & Nico – 1967 (Velvet Underground)]
“Arthur” [do álbum The Myths and Legends of King Arthur and the Knights of the Round Table – 1975 (Rick Wakeman)]
“Andy Warhol” [do álbum Weren’t Born A Man – 1973 (Dana Gillespie)]
“Without You I’m Nothing” [do single Without You I’m Nothing – 1999 (Placebo)]
“All the Young Dudes” [do VHS The Freddie Mercury Tribute – 1992 (Mott The Hopple & Queen)]
“Under Pressure” [do VHS The Freddie Mercury Tribute – 1992 (Annie Lennox & Queen)]

Encerramento: “Fame” [do bootleg Complete Dallas Rehearsals – 1995]

5 comentários sobre “Podcast Grandes Nomes do Rock #5: David Bowie [1975 – 2011]

  1. Boooohhh… passei de giro com essa "Comfortably Numb", não fazia ideia da existência desse registro, surpreendente!

    Discorrer mais sobre Bowie é complicado, posso ficar parecendo paga pau, mas o cara é um artista como poucos, não adianta! "Station to Station" é meu álbum favorito, mas dessa era abordada, entre 75 e 83 só tem coisa muito boa, chega a ser irreal…

    Ah, esse cover do Wallflowers é muito digno de mérito, conseguiu manter a qualidade da música, excelente!

  2. Diogo…essa música está presente no ao vivo Live in Gdansk (não sei se escrevi direito). O legal que o CD vem acompanhado de um DVD e temos imagens disso tudo. Além dessa música ele participa também cantando Arnold Layne…

  3. Não há como descrever Bowie na década de 70. É simplesmente perfeito. E o Scary Monsters (1980) também entra na jogada.

    Só acho que apesar de Let's Dance ter sido uma segunda fase de grande sucesso dele (a 1a. com Ziggy), este disco já teria mostrado traços claros do fracasso dos anos 80 dele. Quem produziu e deu fama a esse álbum foi Nile Rodgers. É difícil dizer, mas Bowie não tinha demos a par de um grande álbum. Você pode dizer que "Modern Love" e "Cat People" são grandes faixas desse álbum. Mas "China Girl" já tinha sido composta com Iggy Pop em 1976 e "Let's Dance" é completo trabalho de produção com a grande guitarra de Vaughn. O restante do álbum, se não fosse Rodgers, seria sofrível. E ainda assim ninguém nunca vai mencionar "Ricochet" ou "Shake It".

    Em certo ponto, se o Tonight fosse um álbum mais organizado e Bowie tivesse tomado mais tempo pra fazê-lo, para mim teria batido o Let's Dance. Infelizmente esse também sofre de composições próprias. Bowie foi ficar light, é isso que acontece… rsrs

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.